Capítulo 3.2 - Parceiros

40 7 1
                                    

  Engasgo ao sentir a energia aumentar seu aperto sobre meu corpo.

  - Quem te enviou aqui Vivian Leonard? - Pergunta claramente irritado.

  - Eu...Argh! Eu vim... argh...só... eu! - As linhas roxas se concentram em meu pescoço, mal consigo respirar quem dirá responder sua pergunta.

  Ele sorri diabolicamente. Enquanto se aproxima como um predador caçando sua presa. A energia roxa emana de seu corpo destruindo tudo o ambiente ao seu redor.

  - E como você consegue ver a cor dos meus olhos? - O aperto aumenta, refletindo a irritação do homem a minha frente.

  - Eu...argh! Kall...pa...re! – Eu sussurro já perdendo as forças, enquanto vejo a energia se tornar cada vez mais escura. Do nada fios amarelos de energia começam a envolver a energia roxa, fazendo com que o aperto diminua.

  Como se tivesse sido eletrocutado ele se afasta com choque estampado no rosto. E as duas desaparecem junto de sua aura assassina.

  Meu corpo cai de joelhos no chão enquanto eu tento voltar a respirar. Levanto o rosto e encaro a figura agora sem expressão em frente a mim.

  - Eu...- pigarreio. - Faço um juramento! - digo ainda sem ar

  - Um juramento? – Ele parece confuso enquanto me encara.

  Talvez ele não esperasse isso?

  - Eu não contarei nada a ninguém sobre você. Eu posso fazer um juramento mágico, mas não me pergunte como eu sei. – 'você não acreditaria' eu completo em pensamento.

  Com um aceno de mão uma cadeira com forro de veludo aparece ao seu lado.

  Ele se senta na cadeira, agora me encarando com uma expressão pensativa enquanto batuca seus dedos na perna de sua calça. Provavelmente pensando quão longe eu iria para não contar seus segredos. Afinal, um juramento mágico só pode ser quebrado com a morte de uma das partes envolvidas.

  - Quem mais sabe? – Ele questiona.

  - Ninguém. – Digo sem hesitação.

  - E você vem me ameaçar e espera que eu usar meu segredo para impedir uma dança sem que eu receba nada em troca? – Ele questiona, enquanto inclina a cabeça em sua mão. – Meu tolo da sua parte gracinha, como você viu, eu não sou tão fácil de lidar.

  Realmente parece idiota quando ele coloca assim.

  Eu nem ao menos ofereci dinheiro ou algo em troca de sua ajuda. Eu sei que eu não quero morrer e tals, mas o que eu estava pensando ao pedir a sua ajuda?

  Tudo bem, eu sou uma idiota, mas idiota desesperada!

  - Bem... – Ele interrompe meus pensamentos. - Seria interessante ir ao baile agora que meu querido tio sabe sobre mim. – Ele diz pensativo.

  - O que? – Exclamo.

  Ele concordou? Como assim o rei já sabe sobre ele?

  - E aparecer com a filha do maior apoiador do meu querido primo ainda por cima... Maravilhoso! - Ele bate palmas e vem até mim com um sorriso no rosto.

  - O que você acha gracinha? Faremos um belo par! - Ele oferece a mão para me levantar.

  Nem percebi que ainda estava no chão.

  - O juramento... - pego sua mão.

  Ele me puxa para cima impedindo que eu continuasse a falar, não estou preparada para a força dele e caio direto em seu peito largo. A camisa branca parece mais macia do que parecia, mas ela é tão fina ao toque que posso sentir os músculos marcados por baixo dela. Sinto as nossas respirações se misturarem enquanto levanto o rosto atordoada para olhar para ele.

  - Não precisamos disso querida. – Ele aperta minha mão enquanto usa sua outra mão que de alguma forma estava segurando minha cintura e tira um cacho que cobria meu rosto. - Afinal somos parceiros. E a diversão que você me dá é um bom pagamento. – Ele sorri dessa vez o sorriso divertido refletindo naqueles orbes vermelhos.

  Tento me afastar dessa situação constrangedora, mas minha mão continua em seu aperto.

  Vejo sua magia sair de suas mãos e rodearem meu pulso e em um piscar de olhos no lugar onde estava sua magia uma pulseira de prata com uma pequena pedra amarela aparece. Ele sobe a mão até o meu pulso, deixando a sombra de seu toque por onde seus dedos passam.

- Uma prova... de nossa bela parceria. – Diz com um sorriso agora predador.

  Solto sua mão. E toco a pulseira, a sensação é a mesma de quando sua magia me segurou, assustadora e poderosa.

  - Agora vá gracinha! Há muito o que preparar se quiser chocar aqueles idiotas reais. – Ele vira em direção à mesa que está destruída assim como a sala.

  Com um movimento de mãos uma onda de energia roxa sai de seu corpo e se espalha pela sala. Fecho os olhos e uso meus braços para me proteger. Mas nada acontece, além da pulseira em meu pulso não sinto nenhuma sensação de desconforto. Abro os olhos e todos os moveis voltaram ao lugar, tudo está como se nada tivesse acontecido.

  Sentado em sua mesa Kall me observa com um sorriso.

  - Sua cavalaria logo estará aqui gracinha, vá logo! – Ele me lembra e logo fica imerso escrevendo em alguns papéis.

  A porta atrás de mim se abre.

  Aproveito a oportunidade e saio correndo da sala, sem olhar para trás. De volta ao bar vejo Nix, que parece aliviada em me ver inteira, mas com um aceno curto passo por ela e ignorando o resto do bar, vou para saída.

  Assim que saio pela porta sinto que finalmente posso respirar, aliviada caio de joelhos no chão ao ver que no fim da rua a minha escolta vem se aproximando com Louise. Perco a força nas pernas e minha visão começa a escurecer. O choque finalmente deve ter chegado até mim. Meu último pensamento antes de desmaiar foi sobre o incompetente autor do livro.

  Eu sei que não li toda a porcaria da história, mas como o autor deixou de escrever que o líder guilda é a porra de um mago?


I became the female protagonist killed by the Villain (Novel)Onde histórias criam vida. Descubra agora