O que se esconde tão bem.

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"Estimada Kety

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"Estimada Kety.

Achei por bem começar a chamá-la assim. Escrever a cada dia apenas "Estimado Diário" sempre me parece monótono demais, por isso, espero que não fique chateada por chamá-la assim. Kety me parece um nome apropriado para você.

Acordei sorrindo esta manhã... com lembranças, que a tempos não surgiam em minha mente e estavam enterradas nos cantos mais escuros de meu coração. Não que isso seja uma coisa ruim, longe disso.

Uma sensação quente e tão aconchegante quanto as cobertas que me envolvia, estava fervilhando em meu ser. Uma paz e desejo de voltar e nunca mais acordar me invadiu assim que abri meus olhos...

Sonhei com minhas irmãs e eu. Uma lembrança de quando tinha apenas cinco anos, estávamos todas juntas, brincando de se esconder pela casa. Elain estava contando até trinta, enquanto eu me escondi dentro de um baú, Nestha estava ali, espremida comigo. Tive que tambar minha boca, para diminuir o barulho de minhas risadas, que teimavam em escapar.

O som dos sapatinhos de Elain se tornaram cada vez mais próximos. Precionei um pouco mais a mão em minha boca, quando Nestha fez um gesto de silêncio, para poder ouvir melhor.

Quando os sons dos passos de Elain se tornaram distantes, foi que eu removi minha mão.

- Será que ela já foi? - Sussurrei.

- Não sei dizer - Disse Nestha - Vou dar uma olhada, espere aqui até eu chamar.

Assenti.

Nestha abriu a tampa do baú devagarinho, no mais possível silêncio. E inclinou seu corpo para cima, colocando seus pés para fora, voltando-se sua frente para a tampa do baú. E seu olhar, recaiu sobre mim.

- Não saia daqui, até que eu diga que é seguro.

Nada disse, apenas ofereci um aceno positivo, enquanto a observava fechar a tampa do baú.

Os passos de Nestha eram tão delicados, que chegavam a ser imperceptíveis.

Fiquei ali por bons minutos, até que ouvi passos novamente. Cada vez mais próximos do meu esconderijo, por um segundo, achei que fosse Elain. Mas, não era ela.

Nestha abriu a tampa, mandando que eu saísse depressa dali e a seguisse sem fazer barulho.

A segui até a porta, observando-a olhar para a esquerda e para a direita, e então pegar minha mão, correndo em direção do corredor a esquerda, que levava em direção das escadas.

- Achei vocês! - A voz de Elain ressoou, quando surgiu no corredor a nossa frente.

- Corre Lea! - Nestha pegou em minha mão e começamos a correr no sentido oposto. Feyre estava um pouco mais a nossa frente, gargalhando com empolgação a medida que ganhava distância.

Corte de Dor e Esperança - Cassian Onde histórias criam vida. Descubra agora