5: A Socialização do Neteyam Sully;

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Saiu impune e ficou grato por isso, já que em uma semana foi liberado de seu cuidado excessivo. Se tivesse sido pego era certo que o castigo duraria tempo demais, mais tempo que a sua alta demorou.

Antes de ser liberado, ouviu uma série de coisas que teria que fazer.

Número um: "Neteyam Sully, você não fique mais de três horas dentro do mar! Não tem força para nadar por tanto tempo."

Número dois: "Não ouse caçar! Juro perante Eywa que se ver-te com uma lança na mão, arranco os seus olhos!"

Número três: "Neteyam, filho. Cuidado com mergulhos fundos, Norm disse que você ainda vai ter problemas respiratórios por um tempo."

Número quatro: "Filho, por favor, tenta não desobedecer a sua mãe, ela se preocupa muito."

Por fim a número cinco: "Não volte tarde."

Recebeu dois tapinhas no ombro, veio de seu pai, foi acompanhado de um "bom dia" e assim começou seu primeiro dia realmente curado.

Quando saiu de seu marui, recebeu vários parabéns pela sua recuperação, alguns agradecimentos por ter lutado ao lado dos Metkayinas e ajudado a salvar algumas vidas. Ele nunca teve tamanha atenção como agora, era estranho, já que durante os meses que ficou em Awa'atlu não tinha tanta recepção.

Estava feliz pelo seu reconhecimento, algumas jovens vinham com segundas intenções o parabenizar, nada que ele se importasse. Agradecia e seguia sua caminhada em procura de afazeres, já que sempre foi dedicado a isso.

Viu seu irmão junto de alguns amigos, e claro, Tsireya. Iria passar reto e procurar alguma coisa a fazer, mas ouviu alguns gritos de seu nome.

"Neteyam! Venha! Nós planejamos fazer uma corrida hoje!"

"Tsireya não 'pilha ele. A mãe vai me xingar se eu o deixar se esforçar demais!"

"Relaxa mano, eu não vou morrer em dar umas voltinhas." Disse se aproximando, fazia tempo que queria andar de ilu, nem que seja sem mergulhar.

"Nem mais um passo mano, a mãe vai matar todos nós! A gente faz outra coisa, coisa que não faça nossa mãe nos repreender!"

"Vamos lá, não seja um covarde!"

"Neteyam! Agrh!"

Rapidamente chamou seu ilu, aquele que pensou que nunca mais veria. Fez a ligação com uma velocidade astuta, Mìnyu era uma criatura fascinante, Ao'nung a apresentou em sua primeira cavalgada e foi como encontrar paz. Era rápida, gostava de seu montador e estava com saudades dele.

Ela soltou um grunhido de felicidade quando a ligação ocorreu, rodou duas vezes de forma desajeitada quase o derrubando, como fez da primeira vez. Neteyam teve que controlar todo o seu corpo ligeiramente para que não acontecesse a catástrofe que foi da primeira vez. Seu coração estava pulando de alegria com o contato relembrado, mas ele tinha um irmão para assustar, e uma mãe que lhe deu muitas regras.

Ele não era louco de mergulhar fundo, não faria isso, ele tinha que relembrar muitas coisas que a falta de costume o fez esquecer. Nadou no raso, o suficiente que sua cabeça fosse submersa pelas águas, porém, se necessário ar seria fácil de conquistá-lo.

Seu irmão o seguia com um pouco de raiva, não sabia se era por estragar os seus planos ou por estar onde não devia. Rotxo estava um pouco mais atrás, parecendo se divertir com a interação dos dois; Kiri não tinha acompanhado, ficando para trás com Tuk; Tsireya estava acompanhando Lo'ak lado a lado em seu nado, ela parecia segurar a risada para o ar continuar em seus pulmões.

Neteyam prometeu a si que nadaria até o coral vermelho que estava a pelo menos 30 metros de distância. Às vezes subia rapidamente em procura de ar já que seu folego era pior que de criança, mas nunca diminuindo a velocidade que Mìnyu conseguia atingir, ele não deixaria Lo'ak ganhar mesmo sabendo que ele tinha vantagem.

Viver; Neteyam e Ao'nungOnde histórias criam vida. Descubra agora