Há males que vem para o bem

0 0 0
                                    

Alguns dias antes do cataclisma...

Um homem retira dardos de prata cravados em seu corpo enquanto esbraveja: - Malditos, dessa vez escaparam ilesos, sorte deles que estão aumentando os números nos acampamentos, em partes seria bom, mais sangue fresco, porém estão treinando novos caçadores - diz o homem falando sozinho.
Ao longe ele escuta um grupamento se movendo em direção a "Floresta Amaldiçoada", eles conversam sobre o novo alvo da guilda: A besta sanguessuga.
- A floresta não é um lugar seguro por enquanto, devemos trazer um pelotão inteiro e montar um destacamento para caçar esse miserável, ele dizimou uma vila inteira em 3 dias - diz um soldado irritado.
- Isso é culpa dos próprios camponeses, tiveram pena da fera e o alimentaram, aparentemente não sabiam com o que estavam lidando e então o eclipse sangrento despertou a bestialidade antes contida - diz outro.

"Se eles montarem um destacamento, não terão chance contra aquele wendigo, eles pensam que é só mais um vampiro comum, se não intervir eles morrerão, mas não me alimento direito a semanas, se eu me aproximar demais posso perder o controle, devo voltar para caverna e me preparar para o combate iminente." Pensa o homem.

Dias atuais...

Um súbito barulho entre as copas das árvores acaba por me acordar de um sono não tão profundo, mas que havia sido suficiente para descansar a mente, de repente uma risada grotesca irrompe por toda floresta e das sombras uma criatura se aproxima lentamente.
Aquela coisa aparentava ter uns 3 metros, usava um crânio de cervo como uma espécie de máscara e ostentava uma imponente galhada de alce, seus olhos brilhavam em um tom vermelho-sangue, seu porte não era robusto mas passava uma imponência fora do comum, tinha membros longos e retorcidos, em suas mãos haviam garras longas e sujas de sangue.
Aquela visão bem alí me paralisou de terror, eu não conseguia sequer gritar, estava estático, meus membros estavam trêmulos e sem força, ao passo que aquilo se aproximava cada vez mais de mim, eu sentia o forte odor de podridão que era emanado da criatura.
- S-socorro, alguém, por favor - murmurei em um esforço para sair daquele horror.
- Ninguém virá por você, está sob meu domínio agora - disse a criatura sem sequer verbalizar, era como se nossa conversa fosse um mero delírio de minha mente.
A coisa finalmente me alcançou e me ergueu pelo pescoço e aproximou seu rosto ao meu e abriu a boca, liberando um hálito mortal que me deixava inconsciente aos poucos.
Pouco antes de apagar, fui atirado ao chão subitamente e um grito estridente de dor foi ouvido, acordando Cauan e Renan de supetão, uma saraivada de flechas atinge a criatura que corre de volta para a floresta.
- CUIDEM DO AMIGO DE VOCÊS, EU LIDO COM O WENDIGO - Gritou um homem que saía de dentro da caverna e corria no rastro da criatura.
A criatura destrói os grandes carvalhos enquanto foge por sua vida, o rapaz segue em seu encalço atirando 2 ou 3 flechas que acertam as pernas da besta, que ao se dar conta de que suas melhores chances de escapar eram enfrentar seu perseguidor, para bruscamente e se põe em disposição para atacar.
O rapaz sai do meio das árvores lentamente, tentando intimidar a criatura, que apesar de nitidamente transtornada, não recua.
— Sabe, você foi bastante difícil de rastrear, mas creio que tenha sido pura sorte, afinal você caiu direto no meu esconderijo — Diz o rapaz tirando seu chapéu.
— Mortal tolo, achas mesmo que tens chance contra mim? Eu não serei vencido por um ser inferior como você, VERME IMUNDO — Diz o Wendigo avançando para o confronto.
— Vocês criaturas da noite são todos iguais, sempre dotados de um ego maior que a própria inteligência — Zomba o rapaz se desarmando.
— Acho que quem está tomado pelo ego é tú, verme maldito — diz o Wendigo em meio a uma gargalhada tenebrosa.
O rapaz cai ao chão se debatendo, sua pele pálida vai ficando acinzentada, os membros vão alongando, sua fisionomia vai mudando severamente e ele se torna um híbrido entre morcego e humano de proporções enormes.
— Agora sim, estamos quase no mesmo patamar, claro que estou séculos na sua frente, mas não te impeço de tentar — zomba o rapaz enquanto parte para a ofensiva.

A batalha é intensa, com suas garras, o Wendigo arranca pedaços de seu adversário, a criatura parece certa de que irá vencer e começa a rir para menosprezar e humilhar seu oponente, o vampiro então dá uma investida que desequilibra o Wendigo e interrompe a sequência de golpes da criatura, ele então pula pra cima da criatura e ataca seu pescoço a fim de sugar seu sangue e minar suas forças, a medida que o sangue entra em sua boca, o vampiro vai ficando mais forte, o Wendigo se debate em desespero mas era tarde demais para ele, a criatura vai perdendo forma, conforme perde seu sangue maldito, ele torna a ser um humano, porém o vampiro não para até sugar todo o sangue do antigo amaldiçoado.
O rapaz volta a sua forma humanoide, limpa o sangue em sua boca e bate em sua barriga como se estivesse satisfeito.
— Obrigado seu idiota, você não foi tão inútil afinal — diz o rapaz enquanto cospe no chão.
O rapaz segue de volta para ver como estava o grupo que ele havia salvo, somente para ser recebido com 2 dos rapazes empunhando suas armas na defensiva...

Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: May 08, 2023 ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

Multiverse WarOnde histórias criam vida. Descubra agora