Oiê amores, boa leitura ❤️— Pudim.
Izuku suspirou, sua mão esquerda deslizando calmamente pela protuberância em sua barriga, enquanto sua boca salivava pela vontade grande e inesperada de comer um delicioso, macio e cremoso, pudim.
Mas não qualquer pudim.
Havia um senhor — um gentil e atencioso senhor cheio de pés de galinha fofos nos cantos dos olhos — que tinha uma quitanda bem simples do outro lado da cidade. O melhor pudim só existia lá.
— Kacchan, Yuiji quer pudim.
Os dedos pequenos se enrolaram no braço do loiro que dormia tranquilamente ao seu lado, puxando com delicadeza o homem para que acordasse. Izuku esmoreceu ao perceber o peito do alfa subir e descer, o sono profundo parecia ter lhe arrancado a alma do corpo e depositado em outro lugar, pois de forma alguma o ômega conseguia fazê-lo, acordar.
— Kacchan? Vamos, acorde, você precisa comprar pudim — A voz angustiada já carregava um tom de choro, denunciando o estado sensível que gravidez o havia deixado.
Quase caiu quando tentou se levantar, a barriga de quase sete meses se tornando um grande obstáculo na missão quase impossível de colocar os pés no chão. Oras, quem poderia julgá-lo quando ele mal conseguia enxergar os próprios pés? A gravidez é realmente uma benção, sua mãe sempre o disse, mas todos sempre esquecem de avisar sobre a parte não tão mágica da gestação.Quando finalmente conseguiu se sentar sem rolar para fora da cama, Izuku suspirou, seu corpo antes tão cheio de energia, se cansava rápido mesmo com pouco esforço, e não era para menos. Agora ele não era só mais uma pessoa habitando um corpo, era um ser humano trabalhando por dois, e que os céus lhe perdoem, mas o garotinho sapeca em seu ventre não lhe dava um só instante de paz.
Ainda em movimentos lentos, o ômega levantou da cama, arrastando o corpo até onde deveria estar o interruptor do quarto, todavia, mesmo com um marido quase louco por organização, Izuku não poderia imaginar — mesmo que devesse — que haveria qualquer coisa em seu caminho, até estar estirado no chão chorando de dor.
Em um pulo Katsuki já estava ao seu lado, procurando por qualquer que fosse o dano causado em seu corpo, com extrema cautela e preocupação.
— Infernos, o que aconteceu, Deku?Ele não esperou por uma resposta antes de tomar o ômega em seu colo e carregá-lo até a cama, voltando até onde estava a porta para que pudesse acender a luz.
— Eu canso de te dizer para deixar as coisas no lugar, e você nunca me escuta, tá vendo no que dá?
Os olhos grandes já estavam cheios d'água, o susto e o medo de ter machucado o seu bebê consumiam cada nervo do seu corpo. As mãos trêmulas cobriam o ventre, massageando na intenção de acalmar Yuiji que se mexia agitado demais.
— Ei, amor, não chore — Os braços fortes se enrolaram em volta do pequeno corpo, protegendo o ômega de toda e qualquer sensação ruim.
— Vocês estão bem, foi só um susto, ok?
Izuku fungou, um bico fofo formado em seus lábios, e as bochechas rosadas só o deixavam ainda mais fofo do que o habitual.— Vou pegar uma água para você.
O alfa tentou se levantar, mas foi impedido pelo forte aperto de Izuku em sua regata.
Izuku ainda estava assustado, o pensamento de que ele quase machucou o seu bebê e a si próprio, não saia da sua cabeça. Katsuki rapidamente entendeu a situação, trazendo o seu companheiro para o seu colo, deixando que o seu calor e o seu cheiro o confortassem e lhe fizesse sentir seguro outra vez. O alfa gostava da sensação de tê-lo em seus braços, e sentir aquela barriguinha fofa contra o seu abdômen, só lhe trazia uma satisfação ainda maior.Caminhando devagar ele os levou até a cozinha, onde deixou Izuku sentado sobre o balcão enquanto pegava uma água para ambos. Seus dedos faziam carinho nas bochechas do ômega, descendo pelo pescoço e indo até a glândula odorífera, massageando o lugar na intenção de marcá-lo com o seu cheiro.
— Por que não me chamou, hum? Precisou ir ao banheiro? — Um beijo estalado foi dado na testa do ômega, que ronronou em resposta — Sabia que deveria ter comprado um abajur para o nosso quarto.
— Você dorme igual pedra Kacchan, e eu não gosto de abajur, são toscos demais.
— Uma lanterna então?
Midoriya sorriu, se aconchegando no peito quentinho do seu alfa. O medo de antes sendo esquecido com tanto amor e carinho que estava recebendo.
Quando se conheceram, Kacchan não era o cara mais gentil do mundo, na verdade era realmente oposto. Com uma personalidade forte e bruta Katsuki não permitia que quase ninguém se aproximasse dele, a não ser alguns amigos seletos que tinha desde criança.
Mas com Izuku foi diferente, o seu cheiro gostoso de avelã e menta alcançou o alfa antes mesmo que a sua presença, e céus, só bastou um olhar e um sorriso pro coração de pedra amolecer por inteiro.Um mês depois Katsuki já havia conquistado Izuku completamente, impedindo que qualquer "ameaça" se aproximasse do seu companheiro.
Izuku tinha tanta sorte, o universo havia lhe dado o melhor alfa do mundo.— Kacchan? — Mas calmo e já sonolento, Izuku procurou por Katsuki, o carinho feito em seus cabelos prestes a lhe fazer dormir não foi o suficiente para saciar o seu desejo, já quase esquecido.
— Hum?
— Yuiji quer pudim, àquele de leite do senhorzinho da quitanda amarela.
— Zuku, ele fica do outro lado da cidade, e já são quase duas da manhã, ele nem deve estar lá agora.
Ainda manhoso, o ômega se afastou do corpo de Katsuki, sentindo todo o seu ser protestar pela falta do calor e do cheiro de terra molhada do seu companheiro.
— Então você não ama mais a gente?
— O que? É claro que sim!
— Eu quero dois então.
Com sono e contrariado, o alfa procurou pela chave do carro, pegando no caminho até a porta seu casaco e suas sandálias, para então sair na grande missão de sanar todos os desejos do ômega grávido e manhoso que tinha como marido.
— E oh, Kacchan, trás milk shake de melancia com morango também.
Onde tinha ele não sabia, mas o Bakugou rodaria toda Tokio se preciso, para deixar o seu ômega e o seu bebê felizes e saciados.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Pudim de leite
RomanceIzuku sempre foi apaixonado por doces, logo o mais lógico, seria o ser bebê ser também.