Capitulo 21º - Naturalmente

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As aulas de poções foram desastrosas, Magnus só precisou ficar ausente por um minuto para que eu conseguisse criar uma bomba, uma que explodiu bem na minha cara.

- Você só precisava mexer no caldeirão! – Seus olhos me encaravam perplexos.

- Deixa a bronca pra depois, essa coisa ta queimando minha pele. – Em quanto Magnus me ajudava com os pequenos ferimentos de queimadura eu ficava encarando Asmodeus, o desgraçado estava rindo da minha cara. – Não ria da minha cara! Todo mundo já foi aprendiz.

- Fica parada. – Pediu Magnus irritado.

- Você não esta ouvindo os risos dele? – O feiticeiro estreitou seus olhos ao me encarar.

- Ignore.

- Falar é fácil.

Assim que Magnus cuidou dos meus machucados seu telefone tocou e ele precisou ir para o Instituto de New York dos Shadowhunter, me deixando sozinha com seu pai, o príncipe do inferno. Depois que Magnus se foi Asmodeus ficou olhando para o bichinho novo da casa, com um olhar sádico. Dei passos hesitantes em sua direção, ele podia ser bonito esteticamente, mas aqueles olhos davam medo, mesmo assim eu queria conversar com ele, saber que tipo de demônio meu pai era.

- Os príncipes do inferno são um bicho de sete cabeças que o cristianismo faz parecer?

- Depende do ponto de vista. – Uma resposta evasiva, não parece à atitude de um demônio de primeira classe. – O que é uma abominação para você, é o meu cotidiano.

Sinistro.

- Alguns feiticeiros invocam seus pais para conhecê-los..

Sua sobrancelha arqueou com interesse quando eu falei.

- Esta querendo invocar seu pai? – Que feiticeiro em sã consciência invocaria um príncipe do inferno? O Magnus talvez, mas eu não.

- O que? Não! – O encarei perplexa. – Não sei nem preparar uma poção sem fazê-la entrar em combustão, imagina eu invocar um príncipe do inferno, seria um desastre.

- Você nega a capacidade, não o desejo. – Eu tinha que abrir a boca.

- Só desejo respostas.

- Como todo feiticeiro. – Seu sorriso presunçoso esquentava o meu sangue. Acalme-se Megan, você não tem chances contra um príncipe do inferno.

- Não é como se você tivesse moral pra me julgar, majestade. – Sorri petulante, jogando todo o meu juízo na lata de lixo.

O som do seu riso preencheu meus ouvidos, meu coração disparou, mas não foi de medo.

- Tenho muitas perguntas na minha cabeça, e por sorte ele não é o único que tem as respostas.

- Eu não faria isso. – Seu olhar ficou serio. – Não vá atrás da sua mãe.

O olhei confusa, um demônio me alertando, what fuck?

- Lembre-se que ela barganhou comigo usando você. – Mesmo com toda a minha experiência literária e cinéfila poderia me preparar para as revelações que ele fazia.

- Esta dizendo que é mais fácil eu confiar em Belfegor do que na minha mãe? – Quão ruim uma pessoa podia ser para que até um príncipe do inferno lhe aconselhe a passar longe?

- Exatamente.

***

Depois da conversa super estranha que tive com Asmodeus tive que dar uma saída para esclarecer as coisas. Eu realmente deveria confiar em suas palavras? Ele é um demônio, o que faz suas palavras automaticamente não serem nada confiáveis. Tudo que desfigura a minha mãe de ser uma pessoa normal como em sempre a vi, veio dele, nada me garante que o que ele diz é verdade. Precisaria de provas do que ele fala é a verdade e só me encontrando com ela para saber.

- Mas se eu encontra-la e for esse bicho de sete cabeças que Asmodeus tanto fala? – Respirei fundo, estava em um impasse, se escolhesse errado minha segurança não poderia ser assegurada.

- Ora, ora. – Uma voz sussurrante soou ao pé do meu ouvido, dei um pulo com o susto. – O que poderia ter deixado a caótica Megan Volturi tão angustiada?

- Asten! – Meu coração tinha disparado – Quase tive um ataque cardíaco seu idiota!

- Desculpe-me, mas eu venho trazer um convite. – Saiu de trás do banco de madeira do parque e se sentou ao meu lado, segurando um convite em um papel branco.

- Convite de que? – É melhor ser algo que preste ou dou uma voadora na cara dele, aproveitando que é igual ao do Caius.

- Casamento de Isabella Swan e Edward Cullen – Ele parecia ansioso e bem animado.

Casamento? Mais já, como assim?

- Mas o casamento da Bella não é daqui a alguns anos? – Estava confusa, ia fazer quase um ano que eu estava vivendo em Crepúsculo, ainda faltava algum tempo até os pombinhos se casarem.

- Você ainda não percebeu? – Ele parecia surpreso. – Somos viajantes Megan, não vamos só para outros universos, viajamos no tempo também. É assim que você adquiriu a Excalibur.

Fiquei de boca aberta, como eu nunca percebi isso? Eu era uma tardis ambulante! Só que muito mais legal.

- Estou perplexa por tamanho absurdo! – Em quanto registrava a informação Asten me esperava pacientemente. – Como não me dei conta disso?

- Você tem muito que aprender ainda minha jovem padawan, mas não se preocupe, este jedi irá te ensinar tudo o que precisa saber. – Seu braço passou por cima do meu ombro, o feiticeiro me guiou até um local mais isolado e me levou para outro universo.

Algumas horas atrás, em outra realidade.

Em suas mãos tinha um copo de run, encarava a paisagem a sua frente com um grande fascínio para que o observa-se, mas sua atenção não estava realmente nela, estava em um dos muitos futuros que sua companheira viajante. Megan Rodrigues Volturi tinha futuros grandiosos, não importava qual caminho seguisse, estava destinada a grandeza.

Fechou os olhos e respirou fundo em quanto sua cabeça caía para trás, encostando-se ao estofado macio da cadeira. A bebida estava fazendo efeito mais rápido que tinha calculado, não devia ser possível, tinha uma resistência aprimorada, mas era a realidade. Esvaziou o copo de uma vez só, não importava se estava tonto, nunca desperdiçava uma boa bebida.

- Você passa muito tempo vendo o futuro dela, daqui a pouco poderá substituir Rapunzel, e não falta muito, já se apropriou da torre. – Debochou a ruiva atrás do feiticeiro.

- O que eu posso fazer se o seu futuro esta ligado ao dela. – Agora encarava a vasta floresta que se estendia a sua frente.

- Você não me engana tens curiosidade para saber o que os deuses reservaram para ela. – A elfa estava certa, a curiosidade o impulsionava todas às vezes. – O que viu dessa vez?

- Dois futuros. No primeiro ela faz um acordo com Loki para fugir das limitações da marca e dizima os Volturi. – Este era o futuro que menos gostava, era caótico, os vampiros ficariam sem uma liderança e poderiam acabar se expondo para a raça humana. E a Megan se tornaria a personificação da vingança.

- E o segundo?

- Uma fada cruza o seu caminho para que ela tome seu lugar de direito, seu povo precisava de um líder, um que pudesse lutar por eles. Esse caminho lhe trará muitas conquistas, algumas bem surpreendentes. – Este futuro era o que estava mais perto de acontecer e o mais inclinado influenciar. Megan ajudaria varias pessoas por esse caminho

- O que pretende fazer, deixará que o destino se encarregue ou irá guia-la para futuro que desejas? – A elfa não viu o grande sorriso que se alastrava na face do feiticeiro, se visse teria sua resposta.

- Oh, Iridia, pensei que me conhece-se melhor. Deixarei que aconteça tudo naturalmente, naturalmente do jeito que eu quero.   

UMA INTRUSA EM CREPÚSCULOOnde histórias criam vida. Descubra agora