Tertulinho chega na fazenda Palmeiral para mais uma vez tentar reaver o que é seu por direito. Logo na entrada ele vê um homem suspeito saindo. Temendo mais alguma tramoia contra seu pai, Tertulinho corre para mais uma vez, enfrentar Deodora.
"Mainha, quem era aquele caba?" ele entra e já gritando com sua mãe.
"Tertulinho... é assim que você trata sua mãe?" diz ela, calma e com o tom de deboche.
"Mainha.... nem pense em fazer alguma coisa contra painho, visse?"
"Oxente.... eu? Fazer alguma coisa contra teu pai? Eu já fiz o que tinha que ser feito com ele, meu filho."
"E agora, tais atrás de quem? Por que aquele que eu vi, eu sei muito bem o tipo de trabalho faz."
"Tertulinho, acho que tá na hora de tu se olhar no espelho, visse? Tu fala como se não tivesse pago Fubá Mimoso pra dar cabo de Zé Paulino. A gente é parecido meu filho, tu tem que admitir. A diferença entre eu e tu, é que eu resolvo meus problemas..."
"E qual é teu problema agora, Mainha?" ele pergunta.
"O mesmo que o teu, meu filho. José Mendes foi inventar de se meter nos meus negócios." ela responde. "Logo mais resolvo isso pra gente, visse? Se preocupe não"
"Então aquele caba...."
"Vai fazer o que tu devia ter resolvido a dez anos, Tertulinho" responde ela, simplesmente. "Que foi? Né isso que tu quer desde sempre? Agora que tu não concorda mais comigo mudou de opinião foi?!" questiona ela, se aproximando.
"Meu filho, finalmente aquele bastardo vai ter o fim que merece. Eu tô fazendo isso por tu e por mim, visse? Ele tirou tudo de tu, Tertulinho. Tirou o amor de teu pai, tirou tua mulher, tirou teu filho!". E com isso, todos os sentimentos, de raiva a inveja, que Tertulinho cultivou por todos esses anos, ascendem mais uma vez. Deodora percebe pelo olhar que conseguiu atingir seu objetivo.
"Dessa vez eu vou garantir que ele não vai escapar mainha. Pra onde aquele cara foi?" Pergunta ele.
"Pro Catende, meu filho..."
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É um final de tarde lindo nas terras do Catende, e Manduca está trabalhando "pesado" com seu pai para finalizar o campinho de futebol na frente de casa. Enquanto aguardam Candoca voltar do trabalho, os dois se divertem capinando a grama, fazendo as marcações do campinho. Resta apenas colocar as traves que Zé havia comprado no lugar para que o Estádio Municipal Daomé do Catende estivesse pronto para receber o primeiro jogo da temporada.
Quando Zé vai buscar a primeira trave, ele percebe que alguém havia chegado. Logo de cara, ele sente o que esse forasteiro veio buscar lá. Sem tirar os olhos do homem, Zé prontamente encaminha Manduca para segurança. O menino estava um pouco afastado e não reconheceu o visitante misterioso.
"Meu filho! Entra em casa, pode ser? Tenho que conversar... com esse velho amigo..." Tudo que Zé menos quer é assustar o menino. Manduca, que não é bobo nem nada, percebe a movimentação estranha e entra em casa.
Mesmo tendo se mudado a pouco tempo, o menino já tinha explorado as redondezas com Joca, então ele logo pegou sua bicicleta e saiu pelos fundos. Ele tinha que encontrar algum adulto, e rápido.
Enquanto isso, Tertulinho chega no local e fica escondido nos matos que rondam a casa. Ele consegue ver tudo, mas a distância não permite que ele escute.
"Então, posso saber o que trouxe o senhor....." José começa.
"Língua de Sogra" ele responde com um sorriso sínico no rosto.
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Mar do Sertão - final alternativo
FanfictionFinal alternativo da novela usando alguns spoilers do últimos resumos como inspiração.