Hoje é o dia em que chego a Índia para realizar um sonho , meus quatro anos de jornalismo me trouxeram até aqui, curioso País embora subestimado sinto que há muito a descobrir ,sons ,cheiros ,paisagens e sabores me invadem causando um êxtase em meu ser . Sou apaixonada por coisas novas e por coisas misteriosas ,é o que mais me atrai , no fundo sinto uma afinidade por esse lugar ,algo que me puxa como um imã indo de encontro ao seu objeto magnético , estou ansiosa desde o momento que pisei nesta terra e vou explorar da maneira que eu conseguir, espero ter bons resultados.
A tarde já esta ao fim , barulhos de animais e pessoas estão causando um clima caótico ao meu redor , nesta altura eu já tinha alugado um quarto de hotel em uma avenida principal, havia passado o restante da tarde tirando fotos de moradores locais que não pareciam surpresos com turistas tirando fotos de tudo ao seu redor , alguns estavam bem animados com a ideia e assim colaboraram muito com o meu trabalho ,enfim o primeiro dia de atividades estava indo tudo conforme o planejado e agora estou em uma praça ao lado de um templo escrevendo algumas anotações para a minha matéria que ainda não possui um tema específico mas, acredito que vou encontrar até a última semana .
O vento batia em meus cabelos cacheados enquanto eu finalizava as anotações quando que como um lapso de tempo me pego encarando uma pessoa não muito comum entre os locais . Embora estivesse longe eu podia perceber sua aparência incomum que se destacava entre aquela multidão colorida , era uma figura masculina, possuía cabelos longos e negros embora estivessem presos em um coque baixo e uma mecha longa e rebelde despencava sobre os seu ombros , as roupas eram de tons escuros com calça de moletom preta e uma camiseta com capus de tom parecido , ele gesticulava com uma mulher jovem indiana que parecia capturar cada palavra que dizia de uma forma hipnotizante . Naquele momento imaginei que fosse um jornalista, ninguém teria uma personalidade tão cativante a ponto de atrair um morador para uma conversa , levantei-me empolgada com a ideia de ter um colega de profissão por perto e fui caminhando de encontro a eles , não tinha a intenção de invadir o espaço de ambos mas iria usar as minhas habilidades de jornalista para infiltrar-me cautelosamente e descobrir se a minha dedução estava correta .Eu estava andando como quem não queria nada próxima ao homem e a moça quando comecei a tirar fotos aleatórias simulando uma turista distraída e fui me aproximando enquanto fingia estar vendo algumas peças de tecidos na loja que ficava perto do local onde eles estavam, precisei me esforçar muito para entender a conversa porque o vendedor estava aos berros tentando me convencer de comprar o tecido de cor verde que eu analisava despretensiosamente, me concentrei ao máximo até que consegui escutar algo vindo do estranho que havia despertado a minha curiosidade.
-Fico feliz que tenha aceitado. O homem dizia com um tom satisfeito enquanto a moça ia se afastando sorrindo com um gesto de afirmação com a cabeça, sua voz demonstrava um leve sorriso de satisfação e contentamento, não me contive e me virei em sua direção pronta para questiona-lo se ele era do meu ramo, porém ao fintar o seu rosto senti que não estava preparada para aquilo porque o mesmo também estava me encarando, seus olhos eram verdes como esmeraldas e eu não sei mas, dava a impressão de algo cortante neles algo que te atraia e causava um certo temor ao mesmo tempo , percebi sua pele muito branca beirando a palidez porém seus lábios eram finos e desenhados de um tom avermelhado que naquele momento estava se curvando em um sorriso lateral e era para mim . Aquele homem estava se aproximando enquanto graças às minhas habilidades de notar detalhes eu já tinha capturado traços mínimos de sua aparência mórbida em menos de dez segundos.
-Olá moça me parece estar perdida. Ele afirmou quase como uma pergunta.
-Me desculpe pareci perdida?. Falei com um sorriso amarelo meio envergonhada por ele ter percebido o encarando.
-Presumo ter errado então?
-Bom, nao exatamente, estou perdida em pensamentos. Falei me sentido estúpida por ter dito essa frase.
Ele estava perto o suficiente para poder notar o brilho intenso de seus olhos tentando desvendar algo que até então eu nao fazia ideia do que era.
-Incrível alguém pensar no meio desse caos ,admirável capacidade .Ele estendeu a mão - A propósito me chamo Louis .
-Mirna,muito prazer .Sorri.
-Olha Mirna não gostaria de finalizar esse passeio comigo? Estou aqui a alguns dias ,posso te mostrar uns locais interessantes.
De primeira instância pensei em recusar o pedido mas a minha curiosidade era mais forte do que eu ,mesmo que ele não seja jornalista pode me ajudar a chegar em lugares que talvez ainda não esteja em meus planos o que acredito eu , fara meu trabalho ficar mais interessante.
-Bom, contanto que não atrapalhe o meu hobby pode ser de grande ajuda sr.Louis. falei com um tom brincalhão.
-Ah é mesmo? Fico feliz em servir para algo , qual seu hobby?
Neste momento já estávamos caminhando lado a lado em um local menos movimentado ,na lateral de um templo Hindu , enquanto isso o sol já estava praticamente se pondo.
-Tirar fotos ! .Menti sem saber o motivo de ter omitido.
-Eu amo fotografias. Havia um tom de exagero com ironia em sua voz.
-Sério? O que gosta de fotografar?
-Pessoas!Respondeu quase que instantaneamente.
-Quais tipos de pessoas ?. Perguntei virando me para ele interrompendo a caminhada a fim de terminar por ali devido o horário.
Ele me fintou com aqueles olhos brilhantes, senti um frenesi em meu corpo como se meus extintos quisessem me dizer algo ao mesmo tempo que me sentia presa naquele olhar penetrante.
-Não tenho um tipo específico, eu simplesmente olho e já sei qual é o escolhido.
-Uau. Dei uma risada baixa enquanto tirava um cacho rebelde do meu rosto.-Então você é um fotógrafo?
-Bom, pode se dizer que sim .Louis se aproximou, ele era alto e tinha que olhar para baixo para falar comigo, ele pegou sua câmera do bolso de seu moletom e posicionou na minha direção. -Fique parada .
-Han?. Perguntei desconcertada .
Louis já havia capturado uma foto , eu estava morrendo de vergonha e um pouco assustada por ter um estranho tirando foto de mim , apesar de usar a fotografia para trabalhar eu odiava que me fotografassem.
-Olha só sua expressão de susto deixou a foto mais interessante. Ele falava quase que resmungando consigo mesmo .
-Ah não Louis eu não sou tão fotogênica apaga por favor!.
-Mirna não faz isso eu gostei, vou revelar para você . Sua expressão era calma e parecia entretido com a câmera, observei ao redor e vi que já estava anoitecendo.
-Ok mas hoje já não vai dá ,esta anoitecendo e preciso voltar para o hotel.
-Vou te passar meu número . Ele pegou minha caneta e o bloco de anotações gentilmente e quando percebi já tinha os entregado.
-Amanhã te encontro neste mesmo local para finalizarmos o passeio, aproveito e te entrego a fotografia revelada , sei que vai gostar .-Tudo bem se insiste. Peguei o número e guardei lamentando-me em pensamento não ter trazido meu smartphone. -Agora podermos ir?
-Sim com certeza. Ele afirmou com um sorriso largo - Vou te acompanhar.¤¤¤
A noite já havia chegado , tomei um banho vesti meu roupão e deitei na cama. Enquanto revisava minhas anotações a minha mente vagava a algumas horas atrás quando caminhava com Louis, havia algo muito estranho com ele, era como se ao estar ao seu lado eu sentisse uma onda de adrenalina incomum a ocasião, mas também não podia negar o quanto era atraente , tudo que ele fazia era muito atraente, tão desejável que beirava o bizarro . Suspirei um pouco atônita pensado como eu tinha mania de fazer aquilo , um hábito ridículo de ficar obcecada por um assunto ou algo e era sempre assim , desta vez Louis havia se tornado de uma maneira sutil o alvo de meu interesse, porque eu não iria sossegar até descobrir mais sobre ele e saciar a minha curiosidade oculta.
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A Última Foto
HorrorSou o sonho de tua esperança,tua febre que nunca descansa, o delírio que te há de matar! -Álvares de Azevedo Um serial Killer ,uma vítima, um sentimento e uma escolha . Até mesmo um predador pode correr o risco de capturar a presa errada, e quando i...