Send Me Orchids - Ran Haitani

Adeus

"Me dê o seu amor, me dê o seu amor, me dê o seu amor
Mais e mais"

Ikumi e eu paramos em frente ao grande prédio da Bonten. Estranhamente, não havia nenhum segurança nos arredores, o que já era motivo para nos preocuparmos.

Assim que nós entramos, percebemos que o prédio estava cheio de empregados, todos mortos a tiros. Iku e eu entramos em pânico, e sabendo que havia muitas salas a serem examinadas nós fomos diretamente para a sala de descanso dos executivos, que era o lugar mais provável de nós encontrarmos alguém.

Abrimos a porta, e ao entrarmos nos deparamos com uma cena terrível. Kokonoi, Takeomi e Mochi estavam mortos, também a tiros. Sanzu era o único que não possuía nenhuma marca de disparo, mas estava inconsciente no sofá. Ao me aproximar, pude perceber que sua boca espumava seus olhos arregalados possuíam pupilas extremamente dilatadas, tão dilatadas que suas íris esverdeadas quase não estavam visíveis.

Sanzu morreu de overdose.

- O que vocês estão fazendo aqui?!

- Kaku! - Ikumi correu desesperada em direção ao seu marido, que surgiu na porta com um olhar assustado. - O que diabos aconteceu aqui?!

- Nós tivemos uma invasão, uns caras de uma gangue rival conseguiram de alguma forma invadir e matar todo mundo! Mas me diga, o que está fazendo aqui?!

- Nós viemos procurar Hana! Ran a pegou!

- O quê?!  Mas como-

O diálogo foi interrompido por um som alto de disparo, que nós conseguimos perceber com clareza que foi no topo do prédio. Nós imediatamente corremos para as escadas, já que o elevador demoraria muito.

Assim que chegamos na cobertura, encontramos exatamente o que procurávamos. Ran estava de pé segurando um revólver, aí seu lado Hana estava encolhida como um bichinho assustado, chorando muito.

- Hana! - Gritei impulsivamente ao vê-la, o que acabou chamando a atenção de Ran.

- Meu amor! Finalmente você está aqui! - Sorriu.

- Mamãe... O papai...

- EU JÁ TE DISSE PRA NÃO CHAMAR ELE ASSIM! EU SOU SEU PAI! - Ran gritou irritado, fazendo a menina se encolher ainda mais.

Hana apontou com a mão trêmula para o outro lado da cobertura, onde Rindou estava caído ao chão. Sob ele, uma grande poça de sangue, e embora seu rosto estivesse coberto por seus cabelos, era claro que ele estava desacordado. Senti um aperto no peito, enquanto minha garganta queimava e meus olhos marejavam. Sem saber ao certo como reagir, eu olhei para Ran, que gesticulou dando permissão para que eu fosse até meu marido.

Eu corri até Rindou e me ajoelhei no chão, pousando sua cabeça em meu colo. Seu rosto estava pálido e sua pele estava ficando fria.

- Rindou! Por favor, fala comigo! - Implorei chorosa, mesmo sabendo qual era a realidade. Eu segurei seu braço e chequei seu pulso.

Sem sinal vital.

Ran matou Rindou.

Senti o desespero lentamente se instalar em mim, enquanto a única coisa que eu conseguia fazer era chorar. Mais uma pessoa que eu amava morreu. Morreu por minha culpa.

- Ran! Me entregue a criança! - Ikumi pediu se aproximando lentamente. Imediatamente Ran ergueu a arma em sua direção, e Kakucho entrou na frente dela.

- Vão embora, ou eu mato vocês também!

- Nós não vamos fazer nada, vamos apenas deixar ela segura! - Kakucho reforçou.