Capítulo 43

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Quarta-feira                     15/12/2024
08:00.

Entrevista.

[...]

Emma:
          Enquanto penso sobre a vida, deitada e observando o teto, meus pensamentos se voltam especialmente para a situação da minha irmã. Sabendo que levará bastante tempo até que eu consiga pagar por uma casa própria... incluindo impostos e terreno. Entendo que não é algo que acontecerá da noite para o dia.

          No entanto, minha preocupação principal é com o bem-estar dela, que enfrentou maus tratos com as pessoas desta atual moradia. Não posso simplesmente ignorar isso. A solução que tenho considerado, ao ponderar sobre o teto, é convidá-la para morar temporariamente comigo e minha namorada.

          Engulo em seco e... Urg! Sinto a gravidade da decisão pesar sobre mim e, começo a piscar os olhos em um esforço para reunir coragem. Mas, no meio da minha hesitação... Questiono: Como irei falar desse assunto com ela? Essa preocupação momentânea logo é descartada com um pensamento decidido: que se dane! Emma... Respiro fundo, preenchendo meus pulmões com ar, e desviando o olhar do teto para encontrar os teus, lançando o nome dela em um tom de questionamento:

— Isa? — Seus olhos, semicerrados rapidamente encontram os meus em resposta, e ela espera pela minha próxima palavra.

— Oi?

Suspiro mais uma vez... Conforme desvio o olhar, minhas mãos se apertam nervosamente e sinto meus dentes morderem meus lábios superiores. Finalmente, reúno coragem para perguntar: — Quer vir para minha casa? Tipo... para passar um tempo? — Um sorriso enorme se forma em seus lábios e ela assente com a cabeça, me abraçando.

— Huhum — resmungou.

Um largo sorriso ilumina meu rosto, e arqueio as sobrancelhas. Levanto-me rapidamente da cama e a puxo, repetindo de forma animada: — Então, vamos lá! — Suas risadas começam pois a provoco com cócegas na barriga, tentando puxá-la para fora da cama de uma forma brincalhona.

          Como Isa é bem mais forte do que eu, é difícil puxá-la da cama dessa maneira, o que acaba se tornando motivo de risos quando minha tentativa não tem sucesso. No entanto, ela se levanta involuntariamente, revirando os olhos e cruzando os braços. Isso faz com que eu franza o cenho, tentando segurar meu riso. Decido então colocar meu braço debaixo do dela e tento puxá-la, dizendo:

— Vem!

          Com um rápido movimento, eu a conduzo até a porta e a abro. Nos encontramos no corredor que leva às escadas debaixo. Sinto suas mãos tremendo nas minhas enquanto olho nos seus olhos azuis. Ela me encara com uma expressão pálida, o silêncio tenso entre nós... Para que tanto medo?

Meus olhos se semicerram e sinto o calor do seu sussurro em meu ouvido: — Como vamos passar? — ela pergunta. Um sorriso tranquilizador começa a se formar nos cantos dos meus lábios, e eu respondo, tentando afastar o teu medo:

— Muito fácil... — Mas realmente é muito fácil, eles normalmente nem ligam ou nem percebem os nossos passos. Assim, tirando minhas mãos das suas, eu as ponho em seu ombro e sussurro olhando fixamente em seus olhos trêmulos: — Eu vou primeiro, abro a porta e você vai depois. — Isabel assente com a cabeça e resmunga:

— Certo.

E é isso que fazemos. Eu rapidamente desço as escadas nas pontas dos pés, aliviada por não ter escorregado ou dado qualquer indício disso, afinal, uma queda poderia ser facilmente ouvida por eles. Após chegar embaixo, encosto-me na parede e observo ao redor atentamente: a cozinha, a sala, o corredor... Ah, os dois estão na sala, ambos assistindo televisão no mesmo sofá.

Jemma G!P - Será Que Somos Apenas Amigas? Onde histórias criam vida. Descubra agora