Ali de frente ao Victoriano, Inês estava aflita com tudo que tinha em sua mente. Tinha o coração acelerado e sentia seus nervos abalados, como quando deu de cara com as fotos de Carlos Manuel quando esteve no apartamento dele.
A verdade era que tudo que tinha haver com o jovem rapaz, simplesmente a deixavam fora de si e cada vez tudo fazia sentido do porquê de suas reações. Não estava doente, estava apenas vendo o que ninguém mais via. Carlos Manuel era Fernando, só poderia ser!
Era capaz de lembrar muito bem de sua conversa com Carlos Manuel. Recordava dela como se tivesse anotado cada palavra que o rapaz havia lhe revelado, sobre suas origens de órfão.
Fernando ainda menino, havia sido encontrado no mesmo país que Carlos Manuel havia sido adotado. Inês tentava se conter inutilmente, enquanto pensava que se ele não fosse Fernando, tudo era apenas um jogo sujo do destino para que àquela vez, ela terminasse seus dias presa em um manicômio.
Assim então em uma respirada profunda, ela disse de mãos no peito de Victoriano.
- Inês: Eu só quero que respeite meu momento e me deixe só, Victoriano! Meu Deus!
Ela trouxe a razão para seu lado, rebatendo os questionamentos dele sobre sua repentina mudança. Se tinha que pensar com a razão, ela sabia que se revelasse o que passava em sua mente a ele, ele não acreditaria nela.
Victoriano por sua vez se enraizou no meio do quarto e foi mais firme, quando disse, desconfiado.
- Victoriano: Me pediu para confidencia-la tudo sobre as investigações de nosso filho, e faço isso e fica assim, Inês! Isso me deixe nervoso!
Ele andou agora para o lado e longe dela, esfregou as mãos no rosto.
Ficou vermelho, se segurando. Não queria deixar o apartamento de Inês em uma nova briga, mas o que testemunhava ali sabia que poderia perder àquele crédito que tinha ganhado com ela se falasse demais. E não era perdê-la na cama, era perder a chance de reconciliarem e fazer daquela separação absurda deles, inexistente.
Julgava que se ele desce a ela o que ela tanto queria, a segurança que daquela vez iriam até o fim nas buscas por Fernando, a tiraria de seus devaneios com um desconhecido que a lembrava o filho perdido deles.
Contudo seria difícil seguir seu melhor plano de reconquista e salvação dela, se a visse à beira de crises enquanto se aliavam nas buscas. Por isso revelou de cara sua insatisfação e desconfiança.
Inês entendeu as palavras dele. Antes de responde-lo, olhou a cama ainda desarrumada e ainda esfriando da última vez que fizeram amor.
Suspirou sentindo-se mal, pois sabia quais inseguranças ele falava, e que, por elas mesmas que não falaria mais nada sobre suas suspeitas quando se tratava de Carlos Manuel. Era ciente que não teria a ajuda dele, porque para ele, suas suspeitas não passavam de mera ilusões.
Ela então cruzou os braços, virando o rosto, dando lugar a sua própria frustração deixando de lado o calor da emoção que à acometeu. E disse:
-Inês: Já teve de mim o que queria, só agora respeite meu pedido, Victoriano. Preciso assimilar que mais tarde podemos saber algo de nosso filho. E quero fazer isso sozinha.
Ela o olhou depois de falar. Uma lágrima nervosa desceu em um lado de seu rosto, ela limpou indignando-se dela. Desde que se lembrava, nunca tinha conseguido nada chorando. Teria que parar com aquilo e dominar suas emoções, enquanto focava no que queria e na mudança que desejava. Mudanças eram precisas e não só apenas no casamento deles.
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Amor Sem Medidas
FanfictionUm amor difícil de se encontrar em uma mulher, uma fidelidade difícil de ser ter vindo de um homem e um amor impossível de se medir entre eles. Esse é o amor que unirá, Victoriano Santos desde jovem, a simples e recatada, Inês Huerta, que por amor...