Capítulo 2 - No me hago responsable si tu corazón no puede recuperar

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— Você realmente... Vai se arrepender... Disso... Amanhã cedo!

Martín amaldiçoava Luciano dentre os poucos segundos que o brasileiro dava uma trégua para que o argentino pudesse falar, desgrudando as línguas uma da outra. Os dois tropeçavam pelo corredor do "hotelzinho" (na visão de Martín, uma verdadeira espelunca caindo aos pedaços), trocando carícias e beijos exageradamente afoitos.

De fato, para Martín, era mais como se Luciano estivesse deliberadamente roubando aqueles beijos e carícias, sem dar tempo algum para que o argentino o correspondesse de um modo mais apropriado.

A língua de Luciano entrava agressiva na boca de Martín, procurando pela do argentino como se a vida de ambos dependesse daqueles beijos. Martín sentia as salivas dos dois se misturarem, escorrendo pelo canto de sua boca, com um Luciano sedento que lambia toda a região, não permitindo desperdiçar nem uma gota se quer que saía dos lábios do argentino.

Esse homem está enlouquecidamente excitado...

Martín ainda tentava manter algum resquício de sanidade em sua mente, quando Luciano parou no meio do corredor, próximo à porta de um quarto. Encostando Martín bruscamente contra a parede, o brasileiro finalmente desgrudou os lábios dos dois, respirando com dificuldade, sem tirar o rosto de perto do de Martín, exalando a respiração quente e ofegante diretamente na pele do loiro.

— Então... Diz aí, quantas vezes eu posso te comer hoje? – Luciano fez a pergunta como se fosse o tema mais perfeitamente casual de se debater de qualquer forma, a qualquer hora. O moreno colocou uma das mãos ao lado do ombro esquerdo de Martín, inclinando todo o corpo na direção do argentino, atestando a sua altura avantajada em relação ao outro rapaz. A outra mão procurava o contato com a pele das costas de Martín, causando arrepios imediatos no que recebia as carícias.

— E desde quando você me faz esse tipo de pergunta, hijo de perra?

— Huumm, eu não recomendaria você me xingar agora não, neném. Tô tentando ser legal contigo e não te deixar chateado, mas quanto mais você me xinga, mais ele quer perder o controle...

O "ele" ao qual Luciano se referia foi imediatamente sentido por Martín quando o brasileiro encurtou ainda mais a distância entre os dois, esfregando na altura do umbigo de Martín a ereção escondida na calça jeans. O argentino também estava ofegante, e ao sentir o contato do pênis do brasileiro, mesmo que debaixo de um tecido, sua respiração falhou mais uma vez.

O que não passou despercebido por Luciano.

— Eu falo sério, Martín. Até onde eu posso ir hoje?

Apesar de o brasileiro estar sorrindo o melhor de seu sorriso de lado, Martín sentiu uma severidade estranha na voz de Luciano.

Ironicamente, o argentino preferia mil vezes que Luciano agisse como sempre o fazia – tomando-o em seus braços sem perguntar nada, se enfiando no meio das pernas dele quantas vezes ele quisesse, da forma como quisesse, na velocidade e intensidade que bem desejasse.

O fato de o brasileiro estar sendo desnecessariamente ("Desnecessariamente?") tão cuidadoso assim só se juntava à preocupação de Martín com relação ao sorriso estranho que Luciano tinha dado durante aquela noite.

— Faça... O que você quiser...

A voz de Martín saiu baixa, o loiro estava claramente envergonhado pelo que dizia. Martín desviou o olhar do de Luciano, encarando qualquer ponto do peito do moreno, sentindo seu rosto ficar vermelho mais uma vez. Ele percebeu o brasileiro respirar fundo, soltando o ar pela boca, como se tentasse manter algum controle implícito da situação.

Private Dreams (BraArg) (PT-BR)Onde histórias criam vida. Descubra agora