1. O Fim

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#DelegaciaJikook

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Uma e quarenta e cinco da manhã. Eram quase sempre assim, no meio da madrugada que Park Jimin lidava como o pior de Busan. Ainda que a Coréia fosse considerada um país pacífico, ele convivia com cadáveres demais para acreditar nessa ilusão. E a noite estava ali para lhe mostrar que mais uma vez, a segura Coréia do Sul falhou em proteger um dos seus cidadãos.

A quantidade de policias na cena eram sempre maiores do que de fato precisava. Sempre se perguntava onde estavam todos esses policias e viaturas quando a vítima estava viva, não fazia sentido para ele toda essa segurança para um corpo.

Alguns já fotografavam a mulher, provavelmente a mando de Taehyung, seu melhor amigo e o melhor legista da cidade. Já a vítima, era uma estrangeira, o que significava que tudo seria muito midiático e bagunçado.

Até isso tinha distinção, ninguém estava muito interessado nas mortes dos coreanos comuns. Mas se um estrangeiro morre, gera toda uma comoção em meio as manchetes tendenciosas. Não deveria ser assim. Mas era.

— Quem é você? – Foi o que Jimin perguntou ao corpo imóvel da mulher.

Fez uma avaliação preliminar mentalmente, ela aparentava ter entre 25 e 28 anos os cabelos loiros e volumosos eram sedosos e bonitos, não havia sinal de arrombamento, então ela conhecia bem o seu agressor, o que deixava tudo ainda pior.

— Laura Conrad. – Foi Jung Hoseok quem respondeu adentrando a cena do crime junto com Kim Seokjin. — Vinte e sete anos, formada em Serviço Social na Universidade de Seul, se mudou com a família do Estados Unidos e acabou virando residente.

— Um lugar chique para uma assistente social. – Jimin comentou observando um pouco melhor o apartamento.

— Dinheiro estrangeiro, pai rico. Você sabe como funciona. – Seokjin respondeu.

Sim, Jimin sabia, e sabendo agora que além de estrangeira a vítima era rica, sentia que o caso havia se complicado ainda mais.

— Quem a encontrou? – Jimin perguntou.

— Os vizinhos interfonaram reclamando da música muito alta para o horário. – O detetive Hoseok respondeu. — Mas ela não atendeu e então mandaram o síndico. Ele alega que a porta já estava aberta quando chegou até aqui.

— Portas abertas, nenhum sinal de luta. Ele a conhecia. – Seokjin concluiu.

— E trouxe até flores para ela. – Taehyung diz entrando na sala. — Quem disse que o romance morreu? – Disse se referindo ao estado do corpo.

— Eu digo. – Jimin rebate. — Toda noite de sábado, quando temos um corpo assim. – Rebateu o melhor amigo. — O que ele deu a ela além de rosas?

— Dois tiros no peito. – Taehyung diz, removendo delicadamente algumas das pétalas de cima dos ferimentos. — Calibre pequeno, talvez uma 22.

— Foi a causa da morte? – Jimin pergunta.

— Aparentemente sim, mas só posso dizer depois de investigar com mais calma. – Tae responde. 

Jimin circula o corpo, pensando em como aquela estrangeira lhe parece familiar, não a mulher em si! Mas, a forma como o corpo foi desposto, como as flores a circundam de forma teatral, era claramente um espetáculo. E por algum motivo um espetáculo muito familiar para ele.

BETWEEN LINES [SEGUNDA FASE]Onde histórias criam vida. Descubra agora