STING [𝐋𝐈𝐕𝐑𝐎 𝐈𝐈𝐈] daryl dixon⼁The Walking Dead

(Vol. VII) Ano IV p.e. ⎥ Todos são Negan.

O SILÊNCIO DENTRO DA CABINE daquele Hummer seria assustador, se não fosse os ruídos casuais das mensagens entre os rádios de comunicação sobre o colo de Arat.

A garota mantinha as suas duas mãos fortemente agarradas ao volante e os seus olhos felinos firmes na estrada enquanto tentava se manter constante no asfalto ao acompanhar os outros carros e caminhões. E, apesar de eu prestar atenção em cada mensagem naquele rádio, eu não conseguia entender uma palavra dos códigos que provavelmente apenas eles sabiam.

Por isso mantive os meus olhos presos em cada detalhe da estrada como se a minha vida dependesse disso. Observando cada sinalização que pudesse me orientar e descrevendo todas as curvas com o meu polegar riscando a palma da minha mão, assim como o meu pai havia me ensinado um dia.

Cinco curvas para a direita. Vinte minutos em linha reta. Três curvas para a esquerda e mais duas para a direita. Eu tentava memorizar aquele caminho usando a técnica do meu polegar desenhando as linhas da minha outra mão. Algo não muito eficiente, mas era tudo o que eu tinha.

— Onde aprendeu isso? — A voz masculina ao meu lado me fez retesar o meu corpo até a minha coluna se tornar tão rígida quanto uma barra de ferro.

Eu não ousei encarar o seu rosto quando me impedi de fazer qualquer outro movimento. Negan estava com o seu braço ainda ao redor dos meus ombros e me segurava como se fôssemos um casal de namorados há anos, o que era desconfortável por si só. Virar em sua direção era como ficar ainda mais perto do seu rosto. Por isso já fazia trinta minutos que eu tentava escorregar para ainda mais perto de Arat.

— Hey, estou falando com você! — Chamou mais alto e firme, porém ainda em um tom divertido.

Arat acabou virando o seu olhar irritado em minha direção como se me ameaçasse por estar quase sentando em seu colo para escapar do seu líder.

— O quê? — Questionei engolindo em seco quando os meus olhos assustados foram de Arat até Negan do meu outro lado. Curvando o meu rosto para trás para não ficarmos tão próximos.

— Perguntei aonde infernos aprendeu isso. — Repetiu ao trazer o seu indicador apontado até a minha mão aberta e então tocando a ponta dele no centro da minha palma. Como uma armadilha, eu recolhi minha mão rapidamente com o seu toque, o fazendo morder o lábio quando achou isso engraçado.

— Isso o quê? — Tentei me fazer de desentendida quando soltei uma risadinha fraca e sem graça que não poderia convencer nem a mim mesma.

— Você está tentando decorar a porra do caminho que estamos fazendo usando as linhas da sua mão. Isso é uma tática de memória. — A sua voz era mais sombria quando o seu rosto anteriormente simpático começou a se tornar mais irritadiço. — Aonde você aprendeu isso? — Reforçou com mais ênfase ao aprofundar ainda mais o tom firme da sua voz.

— Não sei do que você está falando... — Molhei os meus lábios e olhei novamente para a estrada além do para-brisas à nossa frente. — Só estava coçando a minha mão. — Tentei disfarçar enquanto tentava parecer o mais inocente possível.