9° Capítulo

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Zoe

Deixo minha mochila em cima do balcão.

-No de baixo.

Coloco em baixo.

-Boa tarde, senhor Vilmer. - Visto meu avental verde claro.

-Boa tarde, Zoe. - Ele me entrega uma bandeja com waffer e bacon.

Quem pede isso em plena três horas da tarde?

A cada dia que passa eu percebo que esse povo de Salomon's Creek são realmente muito estranhos.

-Bom ap... - Não termino a frase pois logo olho para o rosto da pessoa. - Ben?

-Zoe. - Diz com um sorriso de canto.

-O que...

-Eu disse que viria.

Rápido lembro da nossa conversa mais cedo.

-Claro, aproveite sua refeição.

Volto para o balcão sendo interrogada.

-Seu namorado? - Ele coloca uns bolinhos na bandeja.

-Não acho que conseguiria um namorado tão rápido.

-Eu que não dúvido, os jovens de hoje são diferenciados.

-Está duvidando de mim, Vilmer? - Ele dá de ombros.

-Você é diferente.

-Claro.

Ele termina de colocar os bolinhos na bandeja e encara um ponto na lanchonete.

-Você tem certeza que ele não é seu namorado?

Levanto uma sobrancelha.

-Ele não para de olhar pra você.

Viro minha cabeça lentamente para observar Ben me encarando, dou um sorriso sem graça e ele faz o mesmo.

-Não conheço ele.

Faço uma cara confusa.

-Acha que eu vou deixar você com um garoto que eu não conheço?

-Ele estuda aqui em Salomon's Creek, e acho que isso já faz um tempo. Os únicos novatos são eu e o Lucas, não vi ninguém falando de outro.

-Se esse garoto morava aqui antes, ele estava bem escondido.

Eu fiquei ainda mais confusa.

-Mas deve ser coisa da minha cabeça, já estou velho.

Volto para os meus pedidos, Salomon's Creek já está bem estranha desde que eu cheguei, não quero saber de mais esquisitices.

(...)

No fim da tarde minha cabeça parecia pesada demais para o meu corpo fraco, era uma dor intensa. Eu estava quase dormindo no banco do lado de fora da lanchonete esperando por alguém me levasse para casa. Cada vez ficava mais difícil deixar os meus olhos abertos, o sono dominava cada parte do meu corpo, em breve eu acabaria dormindo por aqui mesmo.

A luz de um farol atingiu o meu rosto deixando o meu corpo em alerta quando percebi o carro preto com todas as janelas fechadas. A ideia de um sequestrador me levando para a floresta e desmembrando o meu corpo era a motivação para eu pegar minha mochila e sair correndo.

-Anderson. - Minha respiração foi voltando ao normal quando reconheci a voz.

-Lucas. - Ele abriu a janela. - O que está fazendo aqui?

-Resolvendo umas coisas. E você, o que faz na lanchonete até tarde?

-Esperando o meu tio ou o Matt.

ZoeOnde histórias criam vida. Descubra agora