Capítulo 68 | Sobre merecer e ser responsável.

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"Todo mundo é capaz de dominar uma dor, exceto quem a sente."

— Peça: Muito barulho por nada. William Shakespeare.

     A aperto um pouco mais, completamente inerte com toda a história

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A aperto um pouco mais, completamente inerte com toda a história. Donna contou o que aconteceu, não entendi muita coisa porque ela começou a chorar no meio da história. Porém, eu não preciso escutar o final para deduzir tudo. Eu acho incrível o fato de meu pai nem sequer ter me visto em oito anos e ainda estar controlando a porra da minha vida. Eu passei por muita merda para tentar esquecê-lo, agora é como se ele voltasse sem esforço algum. Eu não deixaria Donna e o garoto pagarem pelo meu sangue, é a minha vida e eu tenho total controle sobre ela. Não seria refém, não de novo. Não. Não. Não.

— Okay, olhe para mim — meus dedos erguem um pouco o seu queixo, fazendo com que suas órbitas castanhas esquadrinhem o meu rosto. — Ele não pode acabar com as nossas vidas, ele não tem esse poder. Eu não deixaria. — Preciso ser calmo ao dizer, ela estava abalada e eu entendo que passou a vida inteira com medo desde que soube quem era o verdadeiro Harvey Wolfhard. — Eu quero me aproximar dele, com cuidado para ele não pensar que eu o abandonei. Ou... sei lá. Coisas que pais babacas fazem.

Assim como eu.

Donna nega com a cabeça e se desvencilha de meu toque, espremo os lábios, eu sabia que seria difícil.

— É o meu filho, se acontecer alguma coisa com ele, eu...

— Não irá acontecer nada, meu pai não precisa saber do Charles. Eu não vou assumi-lo como filho — Donna franze as sobrancelhas, noto que falei algo ruim — Por enquanto, até ele... estiver preso ou em uma cama de hospital. Isso não irá demorar, ele faz muita merda.

O único problema é que as chances de ele ser preso são as mínimas possíveis, apesar de não ter sujado as mãos, seria preso por ser mandante. Mas não há modos disso acontecer, tem muita gente o protegendo, tem gente que daria a vida por ele se pudesse. Então, ninguém o entregaria, todos tem medo pela sua família ou por si próprios.

— Eu não sei, Sean. Não é como se você vendesse pipoca na esquina, é o quarterback mais famoso de Los Angeles. Seria impossível não levantar suspeitas de Charles ser o seu filho. — Ela tem razão, senti falta de ela ter razão e me lembrei do quanto isso é irritante para caralho.

— Eu posso tirar férias.

— O quê?

— Férias! Tenho alguns meses até o superball, então... entrarei de férias e me mudarei para Boston para passar essas férias. Claro, eu preciso voltar algumas semanas antes para manter o ritmo dos treinos, se eu relaxar, posso fazer o time perder e o país não quer isso. Eu só irei conversar com o treinador, ele me ama! Dei milhões de dólares para ele ontem por ter ganhado o jogo. — Donna permanece quieta, encolhida e andando de um lado para o outro. Eu não sei mais o que fazer ou dizer. Eu não quero fazer mais nada. — Donna, eu mereço isso. — Sussurro, só falta ela querer que eu implore. — Eu poderia ser um idiota e assumir publicamente amanhã mesmo porque eu não dou a mínima para o que o meu pai é capaz de fazer, eu também o tenho nas mãos... — Ela me olha, aflita, pedindo silenciosamente para que eu não faça isso. — Não farei, eu não arriscaria vocês.

Até o Fim do Jogo [Att todos os dias]Onde histórias criam vida. Descubra agora