Prólogo

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“Tolo é aquele que acreditou que o fim finalmente havia chegado, mas foi somente um ponto para o início de outro parágrafo.”

– Desconhecido


Um grande temporal caía do lado de fora da agência Freedom Wings, um temporal de dar medo. Para alguns cidadãos da cidade de Shiganshina, uma tempestade desse nível significa um mau presságio, e claramente minoria acreditava nisso – somente as pessoas de longa data – o restante consideravam uma mera coincidência. Nada aconteceria de fato. Essas pessoas viviam de superstições que não se concretizavam, como um falso vidente falando que você vai prosperar, mas no final de tudo o que acaba acontecendo é você caindo no mais profundo poço enquanto esperava uma melhora radical que nunca chegava.

– A chuva não vai parar tão cedo. – Comentou Annie para Armin enquanto ele estava organizando uns relatórios antigos. Olhou para fora através da extensa janela de vidro e suspirou. – O nosso jantar vai ter que ser remarcado, não será bom ficar saindo em meio a esse tempo.

– Desculpa, se eu não tivesse me prontificado a entregar esses relatórios para Erwin teríamos saído mais cedo e não seríamos pegos pelo temporal. – Olhou para o relógio na parede que marcava 22:07 da noite, eram para ter saído às 19:30.

Annie o compreendeu, sempre foi compreensiva. Seu namorado raramente falava não, e quando via que precisavam de ajuda, se prontificava sem postular. Foi até ele e despejou um beijo em sua bochecha.

– Não se preocupe. Está terminando? – Assentiu. – Vou indo na frente guardar as minhas coisas, te espero lá embaixo e tome cuidado para que não te vejam sozinho comigo. – Lhe deu um último beijo rápido em seus lábios e saiu.

Armin e Annie viviam um romance proibido na agência, era extremamente restrito se envolver com colegas de trabalho sem deixar ao menos um aviso prévio para que pudessem se separar do setor para que não causasse problemas por falta de profissionalismo. O Arlert vivia ouvindo reclamações de Annie para que contasse a Erwin – o comandante geral – no entanto, Armin desviava a conversa alegando não ser o tempo ainda, afinal, a agência estava passando por maus bocados e soltar o seu relacionamento com a agente seria um outro problema para resolver e isso só iria trazer mais dor de cabeça.

Quando terminou de organizar os relatórios e guardar em uma pasta para entregar no dia seguinte à Erwin, decidiu que já era hora de ir embora, Annie já devia estar cansada de o esperar. Apagou as luzes de sua sala e caminhou em direção ao estacionamento.

Havia poucos carros ali, só restavam os carros dos agentes de plantão. Olhou o de redor antes de ir ao seu automóvel ver se estava tudo limpo. Quanto mais se aproximava do carro notava que não tinha ninguém ali dentro, Annie não estava lá. Chegando então olhou pela janela e ali não se encontrava, a porta estava aberta e estranhou. Deu a volta no carro e seu corpo gelou, Annie estava caída no chão ensanguentada, seu pescoço estava mutilado e seu corpo em cima da sua poça de sangue.

Não poderia mexer no corpo até a perícia e os policiais chegarem e acionarem o alarme.

– Agente Arlert, me explique o que aconteceu. – O comandante Erwin tinha acabado de chegar e foi diretamente à cena do crime antes de ir ao Armin que estava tentando raciocinar o que tinha acontecido.

– Não sei... cheguei e Annie já estava morta, a gente ia embora juntos... merda! – Transtornado tenta o responder, só pode ouvir um suspiro do seu superior antes de Erwin se afastar.

– Comandante, venha ver!

Hange o chamou com preocupação nos olhos antes de mostrar uma assinatura mutilada no corpo da agente morta. A marca no corpo de Annie não era desconhecida, conhecia muito bem de quem poderia ser a assinatura do assassino. O comandante praguejou um palavrão descaradamente alto, não queria acreditar que um antigo caso que achou que tivesse tido um fim há muito tempo, poderia estar vindo à tona novamente. Riu incrédulo, só podia ser brincadeira.

– Comandante?

– Chame o Pixis, o caso B1495, está reaberto.

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⏰ Última atualização: Mar 21, 2023 ⏰

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