Capítulo 11 - Aquilo que o fogo consome

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Capítulo 11 - Aquilo que o fogo consome

Arco 2 - País da Geada


– Quem é você? Ou o que... É você...? – indaga Adoniz Cavillare, com uma feição intrigada.

Há pouco, o jovem adulto estava enfrentando o grupo de Gennins sob responsabilidade de Hitsugaya Toushirou Yuki. Porém, a chegada de um "visitante inesperado" batendo palmas sarcásticas parece estar prestes a mudar o rumo dos eventos neste cenário. A serpente marinha Mizurados também está presente, posicionada bem ao lado direito de seu convocador Rei Hoshigaki.

Parando em determinado ponto, a alguns metros de Adoniz, Rei, Amaterasu – ainda sem consciência – e Tadashi , Gurdo Javelin sorri. Cessando as palmas, o pequeno ser leva ambos os braços para trás do corpo e suspira. Considerando que alguns dos presentes não lhe conhecem, toma a decisão de se apresentar da maneira devida segundo os costumes de sua cultura.

– Meu nome é Gurdo Javelin, sou um caçador de tesouros e recompensas multiversal – explica, sorrindo enquanto alterna o olhar entre Adoniz, Rei e Tadashi. – E estou aqui por dois motivos. O primeiro: por vingança. E o segundo... – enfim, foca o seu olhar no ponto onde estão Rei e a desacordada Amaterasu. – Pelo maior prêmio a ser obtido em todo o Multiverso: o Cristal da Alma. A questão é que, desta vez, eu não desistirei até arrancá-la de dentro de um de vocês... Com as minhas próprias mãos!

Os olhos de Rei Hoshigaki estão arregalados. O garoto loiro se lembra com detalhes de tudo o que ele e seus colegas de equipe viveram contra Gurdo Javelin. Afinal de contas, não faz tanto tempo assim que foram atacados e que Ai Yuki sofreu ferimentos consideráveis, vítima da insanidade do viajante multiversal.

Por outro lado, Adoniz não o conhece. Seu olhar sério e sutilmente interessado observa Gurdo com atenção. Para sua breve análise, o pequenino de pele esverdeada não parece ser apenas um Gennin. De forma instintiva, ele imagina que não poderá vacilar e, mais do que nunca, terá que se esforçar para completar a sua missão. Ou será que ele deveria apenas deixar as pobres crianças exauridas à mercê do sujeito desconhecido?

– Esse esquisitão aparentemente só tem "negócios a tratar" com os garotinhos – pensa Adoniz, alterando o seu olhar com cautela entre Gurdo Javelin, Rei Hoshigaki, Amaterasu Terumi e Tadashi Uzumaki. – Eu tenho um prazo para entregar a espada daquele Jonin da Névoa para o meu contratante. Se eu simplesmente deixasse este lugar... Seria perfeito para mim. Mas...

Um dilema ético parece tomar conta da alma de Adoniz. Ele sempre viveu tendo que se esforçar para sobreviver à sua dura realidade. Para tal, cometeu atos dos quais não se orgulha, mas nenhum que tenha incluído tirar a vida de alguém. Se ele deixasse crianças desgastadas à mercê de um assassino em potencial, poderia se considerar inocente daqui por diante...? Se Gurdo Javelin, quem exibe um instinto assassino quase palatável, matar esses Gennins... O sangue deles também não estará nas mãos de Adoniz?

No passado, o ninja independente originário do País do Fogo prometeu para si mesmo que jamais cruzaria essa linha. "Matar jamais, não importa o quanto as coisas se tornem difíceis para mim...". Adoniz cresceu acreditando que as dificuldades de uma vida, em nenhuma circunstância, são justificativas para ceifar outra vida. Para ele, a justiça é a luta pela sobrevivência que não retira o mesmo direito daqueles ao seu redor. Roubar, enganar, mentir, dissimular e se vender... Ele está acostumado com tudo isso há anos... Mas... Matar? Negligenciar crianças em perigo emergente? Dar as costas para o que pode se tornar um massacre...?

– Quem eu serei amanhã se me beneficiar disso...? – Adoniz pergunta para si mesmo em seus pensamentos, abaixando o seu rosto enquanto Gurdo Javelin observa Rei Hoshigaki com total atenção. – Qual será o sentido de tudo o que suportei até aqui...?

Justiça: O Pergaminho de ReiOnde histórias criam vida. Descubra agora