(Kuea Keerati)
Vai fazer duas semanas que não recebo ligações do Nuer, nem mensagens ou videochamadas, bom, mas ele nunca foi frequente com essas coisas então estou tentando deixar para lá. O que é impossível de acontecer pois estou sem notícias dele desde quando fui até a empresa de Hia Lian pegar minha bolsa, aquela dor de cabeça eu nunca vou esquecer.Nessas duas semanas as coisas foram tranquilas, minha mãe me ligou dias atrás para contar que nossa situação financeira estava começando a ser superada, mas ainda ia levar um tempo para reconstruir todo o patrimônio. Hia Lian me mandou algumas mensagens descontraídas, perguntando como estava meu dia e se eu tinha planos de sair para beber, recusei educadamente seus pedidos e fiquei em casa com Diao tomando sorvete enquanto via alguma bobagem de série teen na TV.
Uma parte de mim gosta que estou me aproximando dele, mas ainda tenho receio pelas coisas do passado e colocar uma pedra em tudo não é tão fácil como se parece.
[...]
Era um belo sábado, Diao já tinha ido trabalhar e não precisei leva-lo pois o chefe bonitão deu carona para ele.
As 10h meu telefone toca e quem estava ligando era a minha mãe, já foi a 5 ligação na semana, e ela liga apenas 4, essa é importante, conheço ela como a palma da minha mão e isso não é um habito.
(-Amor?) – Voz mansa e iniciou a conversa com apelido carinhoso... Ela vai me pedir algo.
-Oi mãe, como a senhora está?
(-Estou bem... Queria te pedir algo) – Lá vem... – (É... tem uma festa importante e eles querem a nossa presença, mas como você sabe..)
-Vocês não estão no país e querem que eu vá.
(-Exato. Você pode?)
-Claro... – Como se fosse uma escolha, eu iria mesmo se recusa-se
(-Ótimo, é um baile de mascara e a roupa já está pronta, mandarei te entregar e te passo o local por mensagem. Ah, o convite é por e-mail, leve seu celular e mostre a eles.
-Okay... – Já ia levar meu celular de qualquer jeito mesmo.
(-Filho te amo, vou desligar, beijos!)
-Beijos...
Quando a rainha desligou, apenas me joguei na cama e mandei uma mensagem para Diao, falei sobre a festa à fantasia e perguntei se ele não queria ir, Diao recusou educadamente e disse que ia sair com seu chefe para comemorar um patrocínio da empresa. Chique, disse ao menino que meu guarda roupa estava a disposição se precisasse de algo e ele agradeceu.
Não demoraram para entregar o smoking, ele era normal, tinha detalhes na manda e o diferencial mesmo estava na máscara, ela era preta de textura lisa com detalhes de fita e plumas, não era chamativo e logo fui experimentando.
A luz do dia deu para reconhecer quem eu era, mas no baile é possível que passe batido, e duvido muito que todos vão usar a mascara até o final da noite, provavelmente no final do evento todos vão estar sem e falando casualmente.
Coloquei o belo smoking na minha cama e fui esperar chegar a hora do evento e cada segundo que passava parecia um inferno, e por algum motivo eu estava ansioso.
[...]
A noite finalmente chegou e fui me arrumar para o evento, estava animado por nunca ter ido em algo assim antes, o máximo que já fui era em festas de halloween na Inglaterra, aquele clichê de dar festa quando os pais não estão em casa.
Descobri uma verdade, e era que eu ficava LINDO DE SMOKING, o homem mais bonito do mundo estava na frente do meu espelho e com aquela mascara que, agora sim, me deixava irreconhecível. A noite dava um ar misterioso a máscara, e meu cabelo estava um pouco desarrumado para dar um estilo a mais a minha roupa.
Chamei um Uber e fui em direção a festa, esta noite queria ficar bêbado pelo menos, para suportar toda aquela gente chata e esnobe.
Ao entrar no salão, um segurança pediu meu convite e mostrei a ele no email, o querido assentiu e permitiu minha entrada, música clássica ecoava por aquele lugar, os violinistas foram tirados do Titanic, o som mórbido entrou dentro da caminha cabeça e minha serotonina foi de 10 a 0 rapidamente.
Logo procurei o garçom que estava distribuindo um champagne que deve custar o PIB de um país, peguei minha taça e fui em direção a algum canto para me esconder de todo alvoroço, mas meu momento de solidão foi interrompido por um homem alto, ele vestia um terno branco e sua mascara combinava com a roupa, era também branca e não mantinha nenhum detalhe.
-O cavalheiro quer dançar?
-Não, mas obrigado pelo convite. – Sorri gentilmente para parecer um pouco simpático.
-Tem certeza? – O sorriso de cafajeste apareceu em seu rosto, ele era um cara confiante.
-O que eu iria ganhar com isso?
-O que você teria a perder aceitando dançar comigo?
-Bom, você tem um ponto. – Estendi minha mão para o homem, ele segurou e me levou até aonde estava acontecendo a dança.
Casais apaixonados ao redor sorria um para o outro, isso me causava um pouco de inveja porque queria estar assim, dançando uma música lenta e brincando com meu namorado como dois pombinhos super apaixonados, uma verdadeira comédia romântica.
-Pensando muito? – O homem quebra o silencio e minha linha de raciocínio.
-Apenas um pouco distante. – Ele colocou sua mão nas minhas costas, e se aproximou do meu ouvido.
-Pensando em outra pessoa aqui no meu lugar? – A sua respiração encostou no meu ouvido e arrepiou todo o meu corpo, isso me deixou um pouco fraco, confesso.
-Ele não está aqui, aproveite. – Tive que ficar na ponta do pé para fazer o mesmo que ele, mas tenho certeza que não teve o mesmo efeito.
-Pode ter certeza que vou.
-Será se você vai dar conta de mim essa noite?
(Continua)
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Can't love you anymore.
FanfictionApós anos estudando na Inglaterra, Kuen volta para Tailândia e ele percebe que seu noivo desde criança Hia Liam anda muito distante do relacionamento e se pergunta o que ele fez de errado nesse tempo que estava fora, se a distância destruiu um amor...