Capítulo 2

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As últimas três horas foram como uma eternidade pra mim. Na aula de aritmética, o namorado de Chelsea não parava de olhar para mim e isso estava começando a me deixar irritada. Na aula de Física, tive que aguentar alguns mortais que não paravam de falar. Finalmente, na aula de química, Renna caiu na mesma sala que eu, ficamos uma do lado da outra e prestamos atenção na aula. Nesse meio tempo, eu pensava no jeito que o namorado de Chelsea me olhava, era um olhar encantador, sensual e hipnotizante. Mas não vou me envolver com ele, porque eu não quero... E não posso.

Eu e Renna estamos no corredor, guardando nossos livros no armário e vejo que todos os alunos estão indo para o refeitório.

-O que eles estão fazendo? -pergunto curiosa.

-Estão indo para o refeitório. -ela responde como se fosse a pergunta mais óbvia do mundo.

-Eu sei, mas... Por quê?

-Porque é hora do almoço, ou você achou que ficaríamos quase sete horas aqui sem comer nada? -ela começa a rir e dou um sorriso fraco.

Renna fecha seu armário e vamos em direção ao refeitório. Isso me preocupa, já que se eu não comer, os mortais vão desconfiar, mal sabem eles que é o sangue deles que me alimenta.

Chegando lá, percebemos que o refeitório está cheio e uma grande fila se forma para os alunos pegarem comida. Renna se aproxima cada vez mais da fila, o cheiro da comida dos mortais me causa ânsia. Preciso sair dali. Agora.

-Renna... E-Eu não vou comer.

-Por quê?

-Não estou com fome.

-Tem certeza disso?

-Tenho, eu vou encontrar uma mesa para a gente se sentar.

-Tudo bem.

Me afasto e vou atrás de uma mesa, mas parece que todas estão ocupadas. Estou quase desistindo até que tropeço e caio no chão. Vários mortais estão me olhando e alguns começam a rir. Eu não caí por nada, alguém colocou o pé na minha frente. De repente, esse mesmo alguém joga um líquido roxo no meu cabelo, agora todos os mortais estão rindo de mim, levanto o olhar e vejo Chelsea sorrindo.

-Isso é o que acontece com quem mexe com o meu namorado...

Eu fiquei com uma vontade enorme de atacá-la, mas me segurei. O refeitório inteiro está nos olhando. Me levanto, mordo meu lábio inferior e digo com um tom desafiador.

-Não faço ideia do que você esteja falando, Chelsea.

-Não se faça de desentendida, novata, sei que você está dando em cima do meu namorado!

-Mas eu nem sei quem é o seu namorado! -minto -De onde você tirou isso?!

-Fontes me disseram que o meu namorado te achou bem... -Chelsea analisa o meu corpo de cima a baixo. -Atraente.

Um grande burburinho ecoa no refeitório. Fico paralisada, um mortal me achou atraente? Não pode ser... Estou percebendo que meu pai tinha razão; me misturar com os mortais não ia dar certo.

-Suas fontes estão completamente erradas, Chelsea, mas se o seu namorado me acha atrante, eu não posso fazer nada.-os alunos fazem um 'úúúúúúú' baixinho.

-Você está se achando demais, novata, você deveria tomar cuidado comigo...

-Você é quem deveria tomar cuidado, Chelsea! Não é uma boa ideia você se meter comigo.

Histórias de Katherine JacksOnde histórias criam vida. Descubra agora