The knight of Favonius

degraus

Katherine estava indignada com a audácia que o homem teve, fingindo a própria morte e colocando sua própria nação em risco, mas se conteve em escutar a explicação e o que ele tinha a falar. Queria a ajuda dela para guardar o segredo, pelo menos por enquanto. Não contar à Lumine, nem à Paimon.

-tudo bem... não vou questionar a decisão de um arconte.

Agradecendo pelo silêncio e mais uma vez por ter salvado a vida do Adeptus Xiao, Zhongli se despediu e voltou ao porto de Liyue, onde encontraria Lumine para terminarem o ritual de descensão do Rex Lapis.

No canto do quarto Xiao permaneceu, perdido em seus pensamentos e encarando o nada. Alguma coisa o deixava inquieto.

- Que tal darmos uma volta? - a azulada propôs, passando os dedos pelo cabelo para ajeitar os cachos. - Desbloqueei um teleporte aquele dia. Parece um local bonito, com uma vista agradável. O que me diz?

Ascentindo, Xiao foi puxado para fora do albergue. Katherine estava empolgada, pegando em sua mão e o levando ao teleporte que estava por ali. Seria mais fácil de chegar ao teleporte. Assim que foram teleportados, Xiao reconheceu imediatamente o local. Piscina de Qingxu, é um local com torres em ruínas deixadas para trás por um Deus maligno e seu povo. As ruínas ficaram submersas até o final da Guerra dos Arcontes. Um local abandonado, onde ninguém arriscava andar por conta dos monstros que ali viviam e as histórias que ouviam.

- Qingxu... - Xiao sussurrou, boquiaberto. Do alto da montanha, as ruinas se tornavam um local realmente belo, com água cristalina e algumas vegetações.

-Bonito, né? Me segue! - Katherine usou seu planador para descer, seguida pelo yaksha que estava impressionado com o local, mas não conseguia tirar os olhos da garota. A brisa leve fazia aqueles cabelos azulados dançarem enquanto planavam, e o sorriso estampado em seu rosto causava borboletas no estômago de Xiao. Assim que puseram os pés no chão, trataram de subir as ruinas para investigar e desfrutar da bela visão que tinha no topo.

- como... como descobriu esse lugar?

- minha luta com o guarda das ruinas. Estava perto do teleporte, queria usa-lo para voltar pra casa, mas quando cheguei perto fiquei maravilhada com a visão. A curiosidade me tomou por completo... e pensei que fosse legal te trazer aqui. - Katherine se deitou. Estavam no topo da ruina, com um céu azulado e nuvens de bolinhas em suas cabeças. Seguindo a mesma, Xiao também se deitou e ambos olharam atentamente para o céu.

- você é mesmo incrível...

- Você também é incrível, poderoso Yaksha.

- eu.... não diria isso. Matei muitas pessoas...

- mas não por escolha. Xiao... nada daquilo é sua culpa.

- tecnicamente sim... fui usado, torturado psicologicamente, não havia outra saída, era a única coisa que conhecia. Eu sou um monstro... deveria ter morrido no lugar dos meus companheiros. Eu... eu não sei lidar com isso. Não mereço tamanha humildade, Kath.

- não diga isso Xiao... precisa aprender a usar tudo isso como degraus.

- em... que sentido?

- tudo isso te tornou em quem você é hoje, o único yaksha sobrevivente, respeitável, admirado, forte, corajoso, um herói. A vida não é fácil... na real, nunca foi. Mas se deixarmos nos levar pelos mals pensamentos, tudo vai desmoronar!! Resumindo, o que quero dizer é que respeito a memória que você guarda dos seus amigos yakshas, e quero fazer o possível e o impossível para que não haja mais sofrimentos em sua vida. Use tudo o que aconteceu como um degrau para alcançar a vitória. Aprenda com isso e continue firme. Caso você caia pelo caminho, estarei ao seu lado para te levantar. Ou cairemos juntos de novo. - ela riu, fitando os olhinhos brilhantes do adeptus. - você não está mais sozinho. Nunca mais vai estar, eu te prometo. Quero poder plantar uma sementinha de felicidade em seu coração, se me permitir.

- mas... e se não funcionar?

- você precisa fazer sua parte para que tudo funcione, força de vontade! Basta confiar em mim, vai dar tudo certo. Me diga.... confia em mim?

- confio. Você é incrível Kath... me faz muito bem. -ele se permitiu um pequeno sorriso.

A azulada, constrangida, riu e passou a mão pelos cabelos do yaksha, como um cafuné. Ambos ficaram deitados e obsevando o céu por um grande período de tempo, maravilhados com aquele momento de paz. Xiao sentia... seu coração palpitava cada vez mais por essa garota. O que exatamente seria isso...? Seria besteira conversar com senhor Zhongli sobre isso? Como ele descobriria o que sente?