Privateer

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UM SOM COMO um assovio saiu
por entre os lábios acinzentados da garota que caiu de joelhos na madeira negra do esquife.

Estava tudo escuro, o sombrio tomou conta de seus olhos, sombreando toda a esperança de casa que ela já pensou ter.

Raiva, ódio, angústia e principalmente arrependimento caíram sobre o seu corpo.

O manto azul, com suas raízes vermelhas, o qual vestiu com orgulho, agora eram o motivo de sua principal vergonha, o mais terrível dos erros, o mais cruel dos pecados.

Seus olhos nem tinham coragem de encarar o seu redor, por que sabia o que veria.

Corpos.

vários deles por todos os lados. dilacerados, mutilados, alguns os volcras nem tiveram o gosto de comer, um tronco com apenas uma cabeça, de alguém que já sorriu, que devia ter uma família, alguém para voltar, estava ali cortado como um simples pedaço de carne recusada, ela gostaria de dizer que a cena não fez todo o seu estômago revirar, mas seria mentira.

gritos de morte soavam por seus ouvidos.

Uma explosão de algum parceiro infernal iluminou a madeira a qual repousava suas mãos.

sangue.

Uma poça de sangue encharcava suas unhas empregnando toda a sua pele com o líquido escarlate.

O grunhido de quem se afogava no próprio sangue, as entranhas revirando de dentro pra fora a olhava como um último pedido de redenção.

Isso trouxe Vanya de volta a realidade, a realidade terrível a qual ela havia ajudado a realizar.

Sem pensar muito suas mãos mexeram-se em gestos que tinha aprendido e aperfeiçoado a vida toda, para que uma faísca se transformasse em uma esfera de fogo ardente, que atingiu rápido o sangrador que esmagava aos poucos o coração da conjuradora do sol e sua mais antiga amiga, Alina Starkov.

- como ousa? - ressoou indignado Ivan, que em um segundo, protegido por seu kefta, já estava de pé novamente. - ele deu tudo a você.

Os dentes de Vanya se chocaram em um rangido de raiva, seus dedos estalaram-se novamente reacendendo a faísca que deu origem a um fogo muito maior.

- você está cego por sua lealdade, veja o que ele fez. - a dobra agora cobria Novokrisbick, que até poucos minutos atrás ainda era uma cidade habitada, agora estava tomada pela escuridão, seus habitantes devorados e dilacerados pelos temíveis volcras.

- isso não é liberdade, é um genocídio, e não vou participar disso novamente. - as chamas foram arremessadas sobre ele.

Ivan desviou de seu ataque.

E foi quando Vanya sentiu a pontada como se alguém esmagasse seu coração, seu pulmão perdeu ar, e sentiu todo o sangue de seu corpo desacelerar com a bombeação que diminuía aos poucos, malditos sangradores.

The Fire QueenOnde histórias criam vida. Descubra agora