Rael continuou fazendo suas pílulas sem aparentar nenhum problema. Pelo tempo passado, ele já deveria ter começado a dar sinais de cansaço. Andréa continuou esperando pacientemente porque sabia que os efeitos logo surgiriam.
O tempo passava e Rael continuava trabalhando na fornalha. Andréa não conseguiu pensar outra coisa a não ser no fato do veneno não ter funcionado.
― ‘Será que eu fiz algo de errado?’ ― se perguntou a moça, olhando novamente a jarra. Se o veneno não estava funcionando, então era porque ela tinha errado em alguma coisa.
Só para ter certeza, ela decidiu tomar meio copo do próprio chá para averiguar e esperou pacientemente. Rael tomou dois copos inteiros, então ele já deveria ter entrando em sono profundo. Andréa, para examinar, tomou apenas meio copo.
Para surpresa de Andréa, ela começou a sentir moleza no corpo, parecia que ela de repente tinha ficado exausta.
― ‘O veneno está funciona sim! Mas, por que parece não fazer efeito nele?’ ― se perguntou Andréa. Ela rapidamente sacou do bracelete um pequeno recipiente de vidro contendo um líquido transparente, e o engoliu antes de piorar. Com o antídoto ingerido, o estado de cansaço logo começou a passar. Andréa desconfiou que Rael talvez pudesse ter percebido as intenções dela e talvez tivesse tomado o antídoto. Porém, em todo caso, ela não viu nada suspeito e mal tirou os olhos do rapaz por nenhum momento.
Um outro ponto a se pensar é que se Rael tivesse realmente descoberto algo, certamente a questionaria. Então, por que ele não fez nada?
― Parece que eu consegui! Criei pílulas perfeitas de Cristal de Ureno! ― disse Rael, exibindo um conjunto de pílulas azuis para Andréa, que tinha acabado de melhorar de seu súbito ataque de cansaço.
― Para que elas servem? ― perguntou Andréa sem muito interesse. Ela perguntou apenas porque Rael de repente tinha se tornando muito animado.
― Elas evitam a proliferação de um certo tipo de vírus. A duração dela é de dez dias no organismo. ― disse Rael sem querer detalhar. Ele não queria assustar Andréa.
― Isso deve ser bom... ― disse ela, tentando se mostrar interessada. Mas na verdade ela estava irritada, sem entender porque o veneno não fez efeito em Rael.
― Sim, é bom. Bem melhor do que comer algo acompanhado de terra haha. ― comentou Rael, se lembrando do que Thais tinha contado para ele.
― Essa pílula pode evitar envenenamentos? ― perguntou Andréa de repente. Porque, se era o caso, estaria explicado o motivo de Rael não sofrer com os efeitos.
―Veneno? Não, isso é para outro tipo de uso. Por quê?
― Por nada, é que eu pensei que fosse isso. ― disse ela sem graça.
Rael tinha imunidade a maioria dos venenos porque, quando criança, Violeta deu a ele uma poção especial. Essa poção continha resistência contra venenos, a boa parte deles. Violeta previu que um dia Rael poderia ser enganado e morto por algum tipo de envenenamento. Embora Rael fosse imune ao controle da mente devido o seu poder, ele não era imune a venenos. A partir daquele momento, ele adquiriu imunidade graças a Violeta que tinha uma alquimia avançada, mesmo antes de ter acesso a biblioteca.
― Que cheiro bom... É chá de Ervas Doces? Posso tomar? ― Natalia mal entrou na cozinha e já foi direcionando a mão para a jarra na frente de Andréa. Quando Andréa percebeu que Natalia iria tomar, ela fingiu um susto e bateu com a mão na jarra. Isso fez a jarra virar da mesa, pronta para cair de lado.
Como um vulto, as mãos de Natalia dançaram no ar e ela conseguiu pegar a jarra a tempo, antes de cair ou derramar o líquido. Aquela reação de Natalia deixou Andréa estupefata. Como que Natalia obteve tamanha agilidade?
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O Herdeiro do Mundo 2
FantasyRael, filho do patriarca da família Torres, nasceu sem o braço direito(TEMPORÁRIO), tornando impossível seguir o caminho de um artista marcial(cultivador), por isso o seu clã que era o maior dos cinco clãs mais fortes do continente sul, teve o nome...