Abrindo os olhos

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Os dois foram até a cozinha

— Você se considera feliz nesse relacionamento?

— Sim pai

— Dá pra perceber que ela é uma mulher fechada e madura. Talvez tenha passado por algo que a fez ser assim

Duda ficou pensando sobre o assunto, a mulher nunca falou sobre seu passado... Apenas que era perseguida pela mídia sempre que saía e que o casamento era um bom escape pra sair do foco de fofocas

— Ela não me falou nada mas não precisa ser gênio pra ver que tem algo por trás de suas atitudes

— Você a ama?

— Sim... Parece louco mas amo esse jeitinho dela, quando tá brava ela fica ainda mais séria mas na maioria das vezes fica mais calma quando me ver

— Acha que ela te ama? Que sente o mesmo por você?

Como responderia aquilo se tinha medo de pensar que a resposta para aquela pergunta fosse não?

— Não sei, sinceramente acho que não.

— E vale a pena um casamento assim?

— Não faça pergunta difícil

Um nó se formou em sua garganta e os olhos ficaram embaçados, respirou fundo controlando isso.

— Já pensou se amanhã ela chegar em você e disser que acabou?

Teve medo

— Infelizmente não posso fazer nada além de tentar seguir em frente

— Me preocupo com você porque tem um coração bom demais pra passar por decepções assim

— Não se preocupe pai, mesmo que eu passar foi o caminho que eu escolhi

— Mas sempre dá pra mudar algo

— Não dá

— Se precisar conversar ou qualquer coisa estou aqui tá?

— Obrigada pai, boa noite

— Boa noite meu amor

Subiu as escadas, aquela conversa despertou algo nela, não tinha parado pra pensar em nada apenas estav vivendo. Abriu a porta do quarto e Bianca já dormia, cobriu ela e apagou a luz antes de sair do quarto e voltar a rede mesmo sem sono.

— Bom dia dorminhoca

Acordou com Bianca pulando sobre ela

— Quer dizer que a senhora me passou a perna ontem?

— Bom dia

— Porquê não foi?

— Eu fui, você estava dormindo

— Eu avisei que durmo rápido e você podia ter me acordado e dormido lá

— Eu tô bem aqui.

— Não parece. Isso aqui não tem conforto nenhum

Depois da conversa que teve com o pai Maria Eduarda não sabia mais o que fazer ou como agir precisava de tempo pra pensar.

— Eu tô acostumada... Quando você vai embora?

— Quando "nós" vamos embora. Tá me expulsando!? Já vou logo avisando que não vou te deixar aqui

Aquilo parecia contraditório ao que o pai falou, será que ela teria coragem de deixar ela de uma hora pra outra?

— Eu só vou na próxima segunda

— Então, eu também só vou na próxima segunda

— E seu trabalho?

— Acho que posso tirar uns dias de férias né ?

— Acha?

— Só uma coisa! Não quero que fique bebendo e nem que saia sem hora pra voltar

— Não costumo beber assim, não sei o que deu em mim

— Vou perdoar dessa vez

— Já tomou café?

— Sim, estava maravilhoso

— Porque não me chamou antes?

— Você tava tão bonitinha dormindo, aí deixei mais um tempo

"DUDAAA A VOVÓ CHEGOU"

Ouviram chamar e logo se levantaram

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