A vida miserável de Ryusei

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Dias se passaram, uma semana para ser exato. Ryusei tem tentado até então agir como um bom dono para o gato que adotou recentemente. Pouco a pouco criando uma relação de confiança com o animal que lhe foi tão bem confiado por Chifuyu, o cara por quem inconsequentemente desenvolveu uma paixão.

Era de noite. Ele estava cansado por todos aqueles dias com as mudanças que teve que se adequar, mas Ryusei acordou ao som de algo quebrando e pulou da cama, piscando em confusão.

Seu notebook ao seu lado ainda estava aberto – uma prova de que dormiu outra vez sem perceber –, a tela preta mostrava apenas o grande ícone da bateria descarregada, e seu telefone piscava com notificações não lidas no chão ao lado dele.

Olhando ao redor viu como nada mais parecia fora do lugar além das coisas que já havia deixado antes. Ryusei quase pensou ter imaginado o som, mas geralmente dormia como um morto, não acordava com barulhos fúteis ou estranhos.

A contragosto, rolou para fora do colchão, tremendo com o frio do ar e o piso gelado sobre seus pés.

Por meio de tropeços, se arrastou até a cozinha para ver o que era o barulho. Novamente, não havia realmente nada fora do lugar, estranhou.

Talvez ele estivesse começando a ficar esquizofrênico e estava ouvindo coisas, isso porque não estava incluindo as vezes que já vinha falando sozinho consigo mesmo. Era algo à parte. De qualquer forma, quem nunca não é mesmo?

Ryusei estava pronto para voltar a cama quando se virou na direção do quarto, mas claro que ele havia se acalmado muito cedo. Definitivamente não era racional supor que estava em um filme de terror para os barulhos estranhos ou coisas do tipo, poderia apenas ser o vento lá fora.

Mas a 'coisa' que roçou contra sua perna lhe fez pensar o contrário. Ryusei pulou no lugar, um ruído embaraçoso saindo de seus lábios.

Estava escuro e ele estava cansado e algo havia acabado de lhe tocar. Engoliu em seco antes de olhar para baixo e perceber os olhos amarelos lanterna olhando para ele e um estrondo de um ronronar ressoando pelo cômodo.

Era Excalibur.

Claro, quem mais poderia ser senão seu mais novo inquilino sugador de salários? Ryusei soltou um longo suspiro. Por um instante acreditou verdadeiramente que aquele seria seu fim como nesses filmes de terror que impiedosamente era morto por uma assombração.

Não se faz muito tempo desde que ele estava com o felino, então Ryusei ainda não estava totalmente acostumado com sua nova presença.

"Você me assustou." Inclinou o tronco para frente e acariciou o pelo macio.

Excalibur piscou para ele antes de começar a ronronar ignorando ele e suas palavras e se aproveitando apenas do carinho. Ryusei sorriu. Se levantou e foi até a geladeira. Ele encontrou uma lata de sardinha, abriu a mesma e jogou-a no chão, colocando um pouco de leite ao lado. "Estava com fome? Coma um pouco. Eu vou voltar para a cama agora." Se despediu do bichano em um bocejo.

A noite então virou. O som de fora sendo apenas de alguns carros e motos na rua, mas não se ouviu muito quando Ryusei parecia tão morto na cama como antes, sem camisa e esparramado entre as cobertas enquanto era refrescado pelo ar condicionado.

Quando ele acordou na luz da manhã, notou três coisas. A primeira que ele se sentiu muito quente. A segunda que o calor estava concentrado diretamente em seu peito como uma almofada de aquecimento. E a terceira que a almofada de aquecimento estava vibrando.

Ele abriu um olho, ficando cara a cara com Excalibur ronronando alegremente em seu peito.

"Certo..." Murmurou. Sua voz mal saindo enquanto era tristemente comprimido pelo pequeno peso.

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