Capítulo 152

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Por Christopher: 

Olho em direção à porta e vejo Dulce entrando seguida de... minha mãe? Faço uma cara de surpreso e minha mãe logo sorri. 

– Como está meu filho? Se sente bem? 
– Estou novo mãe, acredite. Dizem que vaso ruim não quebra né? –  Brinco, enquanto Dulce me encara. 
– Bom am... Christopher, fico feliz que esteja melhor –  Vejo ela respirar fundo –  só queria ter certeza de que você ficaria bem... – ela hesita um momento – Então acho que já vou indo. Sua mãe pode ficar aqui você até a hora de você ser liberado, tudo bem? 
– Dul, não vai, por favor! –  Peço. 
– Christopher, preciso ir ver Anahí, tudo bem? Nos falamos em outro momento – Ela diz se afastando e indo em direção a porta. 

Me levanto da cama sem nem pensar duas vezes e lembro que estou preso aos acessos, que eu ignoro completamente e os puxo para arrancá-los e ir atrás de Dulce antes que ela vá embora. 

– Christopher! Pelo amor de Deus! – Escuto a voz de minha mãe assustada. 
– Dulce! – Alcanço ela que ainda está no corredor e toco em seu ombro.
– O que está fazendo? –  Ela me encara incrédula –  Você tirou os acessos? 
– Dulce, eu vou com você e jamais nessa vida vou abandonar você de novo. 
–  Christopher, já disse que não é hora, não é o momento para falar...
– Dulce por favor...
– Não é só isso. Você sabe? Você incluiu uma terceira pessoa nessa história – Ela diz me encarando seriamente. 

Fico sem palavras. Como apagar esse erro? Como conseguir novamente a confiança de Dulce? 
Em meio a suas palavras, engulo seco e digo...
– Ao menos permita que eu te acompanhe para ver Annie? 
– Deixe só que eu me troque? 
– Tudo bem! Não demora, eu vou chamar um táxi –  Ela diz e sai andando na direção do final do corredor. 

Uma enfermeira me avista e logo vem em minha direção saber o porquê eu estava no corredor e sem o acessos. Explico tudo a ela enquanto voltamos ao quarto. 

Após conseguir a minha liberação antes do horário que deveria, eu, minha mãe e Dulce entramos no táxi a caminho do hospital onde Anahí e meu sobrinho estão internados. 
Fomos todo o caminho em silêncio e uma tensão gigantesca se fazia presente. O que me fazia pensar em "Aonde eu estava com a cabeça em agir por impulso e trair a Dulce?" sinto raiva e gostaria de estar quebrando tudo, qualquer coisa para poder extravasar toda a minha fúria de mim mesmo. 

Abaixo a cabeça e penso... "Como vou pedi-la em casamento? Se ela não confia mais em mim? Será que realmente agora é o nosso fim?". Afasto esses pensamentos e me volto para a realidade. Ao lado do motorista olho para trás através do retrovisor e vejo Dulce e minha mãe. Dulce está cansada. É possível ver suas pálpebras inchadas, suas olheiras... Hoje foi um dia intenso para todos nós, mas principalmente para ela. Queria abraçá-la, ser ser conforto, beijá-la e poder ser seu abrigo no meio dessa bagunça. Mas infelizmente, sou um dos principais motivos de toda essa reviravolta em sua vida. 

Chegamos ao hospital e logo encontramos Maite e o "amiguinho de Dulce", Alfonso.

Maite abraça Dulce e ela retribui, o amigo de Dulce se junta a elas e as abraça em conjunto. Quando eles acabam de se abraçar, Maite acena para mim com a cabeça e Alfonso vem em minha direção. 

– Christopher? – Ele estende a mão para que nos cumprimentemos – E eu somente aceno com a cabeça. 

Não posso negar que apesar de agora saber que ele e Dulce realmente não tiveram nada, eu ainda sinto ciúmes e não consigo agir de uma forma menos infantil do que essa. 

– Mai, como está Annie? – Dulce pergunta.
– Está bem. Parece que os homens ainda estão fazendo a doação, mas em breve Anahí e nosso sobrinho estarão a salvos. 
– Que boa notícia Mai! – Vejo os olhos de Dulce brilharem e começarem a lacrimejar – Christopher, você conhece os caras? Falaram em seu nome e Christian. 
– Ué como assim? – Pergunto confuso.
– Permitam-me intrometer, mas acredito que isso tenha dedo do pai de Christopher –  Minha mãe diz – Assim que Christopher me ligou e falou sobre sua amiga, tentei localizar o pai de Uckermman e ele quem deve ter enviado os meninos.
– Jura que você fez isso? –  Pergunto para minha mãe completamente surpreso. 
– Sim, filho... –  Abraço minha mãe com força antes mesmo que ela termine sua frase.
– Eu te amo mãe! Obrigada. Você salvou a Annie e meu sobrinho –  Minha mãe retribui meu abraço e acaricia meus cabelos. 
– Muito obrigada Sra. Alexandra – Dulce diz com um sorriso meio sem graça. 
– Alexandra somente, minha filha. 

(...)

Por Dulce:  
Após algumas horas, os doadores terminaram suas doações e foram liberados. A mãe de Christopher e Alfonso foram para casa e insisti para que Maite fosse descansar e amanhã ela ficaria lá para que eu pudesse descansar. Maite resistiu um pouco, mas estava tão cansada que preferiu ceder a oferta e também foi embora. 

E ficamos só nós dois...

Aquele Olhar - VONDYOnde histórias criam vida. Descubra agora