A OUTRA

1° capítulo.

Queria poder começar essa história dizendo que foi tudo lindo e muito romantico o que vivi para estar hoje aqui contando tudo para vocês, mas não foi!



Talvez as grandes histórias de amor sejam assim mesmo, nada muito sofisticado, nada muito dentro da normalidade. No meu caso, tudo andou para que fosse um verdadeiro desastre, mas isso vocês vão entender daqui a pouco.



Para que vocês não se percam muito, meu nome é Maria Fernanda Montez, eu tinha 19 anos quando me apaixonei pela primeira vez, e foi assim... uma verdadeira confusão.



Era janeiro, e como de costume o calor prevalecia em Porto Seguro, cidade onde eu morava, interior da Bahia. Escolhi morar lá pra fugir um pouco dos agitos da cidade grande, ainda tinha a casa dos meus pais em Salvador, mas só ia quando precisava resolver algo ou pra encontrar alguns amigos que nunca iam me visitar por conta própria.

Como todo inicio de ano, a cidade ficava agitada com os turistas, pessoas do Brasil e do mundo todo ocupavam cada canto daquele lugar. Era ótimo pra mim que trabalha no ramo de eventos, na verdade, meu pai tinha uma grande empresa de organização de shows e eventos, mas isso não anulava meu trabalho.

— Cara, eu já falei e te expliquei, liga e cancela a merda da hospedagem Victor! É tão difícil assim me entender? — Estava em ligação com Victor, ele era o braço direito do meu pai, e resolvia tudo da nossa família.


— Fernanda, não é tão fácil assim como você tá pensando, infelizmente a essa altura eles não aceitam mais o cancelamento, logo, você terá que arcar com os custos, mesmo não indo.

— Victor, faz o seguinte, manda a conta pra seu Manoel, meu querido pai, ele nem vai perceber.


— Você sabe que eu presto contas de tudo né?


— Pois presta essa conta também, tchau querido, prazer falar com você. — Desliguei e entrei no banho. 


Viajar era uma das minhas paixões, gostava de conhecer lugares e culturas diferentes, mas as vezes enfiava os pés pelas mãos e costumava não sofrer as consequências disso.


Sai do banheiro e já ouvi meu celular tocando novamente, me enrolei na toalha e atendi enquanto andava em direção ao closet.

— Oi amiga, até assustei quando vi que era você ligando.

— Maria Fernanda, o festival é amanhã e você ainda não organizou a lista do pessoal pra o lounge. — Isso que dava, misturar amizade com trabalho.

— Ah tá, era isso... — Peguei um biquini — Então amiga, tem muita gente querendo né? Mas vou só colocar os mais próximos mesmo, tipo, nossa galera de sempre, escolhe você ai os nomes.

— Caramba Nanda, você ta viajando na maionese né? Te pedi isso tem bem um mês, eu ein.

— Desculpa, é muita gente querendo, minha cabeça fica toda confusa mesmo, mas vai dar certo tá? Te amo amiga, resolve isso pra mim, por favor.

— Tá, ficou tudo certo pra organização dos camarins né?

— É, tá tudo certo, essa parte eu consegui resolver.


Depois de resolver mais alguns detalhes com Larissa no celular, terminei de me arrumar, coloquei meu melhor biquini, um short jeans e alguns acessórios que eu não vivia sem. Olhei o relógio e já dava 10h30, eu odiava me atrasar pra qualquer coisa, mas como tudo era muito perto, isso facilitava as coisas.


Cheguei ao melhor resort que tínhamos na cidade, era gigantesco, com várias áreas de piscina, e de frente ao mar, não tinha coisa melhor.

— Cheguei hein! — Avistei Samantha e Daniel deitados em duas espreguiçadeiras, eles tinham vindo de Salvador para passar o final de semana.
 Samantha era minha melhor amiga desde o maternal, e Daniel meu primo favorito, como ele gostava de ser chamado.


— Oi princesa, como a senhorita está?

— Com vontade de me jogar nessa piscina. — Joguei minha bolsa na mesa e tirei o short que estava. Estávamos em uma área mais afastada do pessoal que tomava banho.

— Cara, como você não falou pra gente que os cantores que vão tá hoje no festival iriam tá aqui no hotel? — Samantha olhou para o outro lado das piscina.


— Essa parte de hospedagem não sou eu que resolvo, eu nem sabia onde eles iriam ficar. — Olhei também e só vi umas cinco pessoas juntas, e não reconheci ninguém.

— Caralho Fernanda, você ta cega? É apenas o Luan Santana. — Disse rindo.