OneShots - F1 Playlist

A Última Noite - DR3 e MV33 🏳️‍🌈

OS EVENTOS OCORRIDOS NESSA HISTORIA NÃO FAZEM PARTE DA FIC "COMO CHEGAMOS AQUI?"

A baía de Monte Carlo enchia-se se baixas nuvens carregadas de chuva. Max dirigia pelas ruas do principado, sem rumo certo. Quando estava nervoso, dirigir sempre o acalmava. Fez isso durante boa parte do dia, depois que buscou seu terno, que balançava pendurado no apoio do carro. Pouco se preocupava se amassaria, só a estrada importava. Retornava ao principado de Mônaco após explorar algumas estradas francesas e podia ver que os céus anunciavam uma noite inquietante de chuva.

Chegou a tempo de entrar em seu prédio antes da tempestade começar. Do Lobby, já via-se as gordas gotas marcando a calçada. Ajeitou o que carregava e partiu para os elevadores. Morava na cobertura e desejava ter uma boa noite de sono. O dia seguinte, se a chuva permitisse, seria um dia especial.

O elevador abriu-se direto no hall de entrada, na penumbra. Max foi direto para o quarto e pendurou no alto do armário o terno embrulhado em uma capa branca. Só quando retornou para a sala é que sentiu que não estava sozinho.

- Boa noite, Max Emilian. - aquela voz enchia o ambiente, denunciando o sorriso malicioso que conhecia bem.

- Daniel Joseph Ricciardo. A que devo o desprazer? - Max circulava por sua sala, acendendo abajures, revelando Daniel em uma poltrona.

Daniel rodava o gelo em seu copo de whiskey. Sentado na poltrona ao lado da lareira, as luzes fracas agora iluminavam seus contornos. Brincava com a corrente que caia pelo próprio peito, revelado pela camisa com alguns botões abertos.

- Vim te visitar. Devia ter marcado hora? - Daniel levantou e foi ao bar, passando os dedos pelas garrafas - o que eu posso te servir? Whiskey? Gin? Talvez um vinho da sua adega?

- Que tal um pouco de paz? - a chuva apertava lá fora, os trovões iluminando o horizonte. - Dan, olha, eu tenho um dia cheio amanhã e...

- Eu não vou embora, não quando a festa só tá começando! - Daniel encheu outro copo de whiskey e gelo, levando para o outro.

- Eu não vou beber com você - Max e Daniel não estavam em ótimos termos. Haviam brigado nas últimas semanas, limitando a comunicação a pequenas e secas trocas de mensagem. Mas ele deveria imaginar que Daniel não o deixaria em paz antes do evento do dia seguinte.

Pegou o copo e retornou ele para o bar, tentando manter uma distância de Daniel. Apoiou-se na parede, observando como o australiano circulava por sua sala.

- Ansioso para amanhã? - Daniel começava a desligar cada abajur que Max tinha ligado. Os trovões aumentavam lá fora, iluminando momentaneamente a sala.

- Ansioso é uma palavra forte. Digamos que eu sei que preciso comparecer - Max estava ansioso com essa situação que se desenrolava. O dia seguinte não passava de um borrão em sua mente. Aumentou o tom, vendo ele se aproximar - Me fala logo o que você tá fazendo aqui, caralho!

- É a última noite que eu posso vir aqui e invadir a porra da sua casa! Eu precisava te ver, mas devo ter cometido a porra de um erro! - ele também falava alto, agarrando a camisa de Max. Ele o empurrou contra a parede onde estava o bar, aborrecido. As garrafas no carrinho ao seu lado tilintaram com o impacto.

- Então que tal parar de invadir a porra da minha vida? - retrucou, em igual intensidade.

Max não teve tempo de reagir. Daniel o pressionou contra a parede, cintura contra cintura e o peito colado contra o outro. Os olhos castanhos fixos no de Max, que não fugiam. Há tempos aprendeu a sustentar o olhar do australiano.

- É isso mesmo que você quer? - Daniel falou, quase num sussurro. Quando falava, seus lábios tocavam os de Max, entreabertos pelo nervosismo. Não esperou por resposta, beijou o outro cheio de desejos.