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Alora Caligari é uma garota normal.. ou o mais normal que se pode esperar.
Órfã e com sérias características céticas, mas esse não era o fator mais importante na vida da estudante de graduação em matemática. Aos vinte e dois anos não er...
"Morpheus não existe, o mundo do sonhar não é real, o místico não passa de uma criação da própria mente humana."
Aquelas eram apenas céticas palavras. Palavras comuns entre os humanos.
E ainda assim enquanto Morpheus e Morte andavam pelas ruas de Bristol sob o céu noturno, ele ainda pesava na memória o rosto daquela menina.. Alora, como seus amigos a chamaram.
Não acreditava nela, claro, nunca existiu nenhum humano que não pudesse sonhar, com ou sem insônia, todos tinham sonhos e pesadelos, todos entravam em seu reino quando fechavam os olhos e se deixavam levar pelo sono, pelo cansaço. O sonhar era o escape da humanidade. A garota, Alora, apenas não se recordava, a insônia provavelmente mexia com sua memória..
— Não fique pesando demais sua consciência, irmãozinho. — Morte incentivou, tirando-o dos próprios pensamentos — Você sabe como a humanidade é. — ela sorriu — Uns são afáveis, outros frios.. uns cheios de criatividade e crenças e outros.. céticos.
Criaturas inconstantes, pensou ele, mas era isso que Morpheus mais admirava nos seres humanos, suas capacidades e vulnerabilidades.
— Eu sei.. — murmurou ele em resposta — Apenas me pego pensando quantos deles realmente se sentem dessa maneira.. parece quase..
— Vazio demais? — completou ela.
Morpheus concordou com um aceno.
— Bom.. isso também faz parte de ser humano. — ela se aproximou, tocando-o no ombro — Como eu disse.. não fique pesando sua mente com essas coisas, eles estão acostumados.. e nós também.
Com um único olhar ele sabia que a irmã estava se despedindo. Ele deixou que os lábios se curvassem num pequeno sorriso enquanto ela se afastava e desaparecia.
— Hora de voltar. — ele murmurou para si mesmo.
De um saquinho preto Morpheus retirou um pouco de sua areia. O ar a fizera rodopiar ao seu redor e rápido como um piscar de olhos ele estava em seu reino.
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O SONHAR era como a mistura de magia e realidade, do impossível, do improvável mas também do inevitável.
Morpheus era senhor daquele reino, havia construído cada mínimo detalhe que ocupava o Sonhar, desde suas paredes até as criaturas. Era sempre interessante visitar o mundo acordado, mas Morpheus sempre se sentia aliviado de estar de volta.
