A chuva caía pesadamente em Retrópolis, dificultando a visão de cada pessoa que ainda transitava pelas ruas. Era noite, e muitos já estavam em suas casas, exceto Bibi.
Fazia horas que ela estava andando em busca de um lugar para se abrigar. Seu cabelo preto e suas roupas estavam totalmente encharcados. A adolescente não tinha um lar pra chamar de seu e muito menos uma família. Estava sozinha no mundo, e agora que foi expulsa do único lugar que chamava de “casa”, não sabia para onde ir.
Enquanto caminhava, tentando se proteger da chuva como podia, a garota avistou um casebre ao longe, e foi correndo pra lá. Aproximando-se, ela viu que o casebre estava em péssimas condições, como se estivesse abandonado.
"Beleza!", pensou, com certa animação, "Acho que vou ficar aqui por um bom tempo."
Ela empurrou a porta e entrou, respirando aliviada.
Mas o que ela não esperava era que haveria alguém morando ali, e esse alguém era um homem alto e musculoso. Ele tinha cabelos pretos com alguns fios grisalhos e usava uma jaqueta de couro. Com uma das mãos, ele saboreava uma coxa de frango, e com a outra, segurava uma espingarda.
Percebendo que o invasor era uma garota, ele deixou a arma de lado e continuou sua refeição tranquilamente.
Vendo aquele homem assustador, e a espingarda repousando na cadeira ao lado, Bibi se amedrontou.
— Perdão, moço! Não sabia que tinha alguém morando nessa casa — exclamou, se afastando de costas — Eu... Já vou indo...
— Se for agora, vai pegar um resfriado — disse, com uma voz grave e profunda, ainda com os olhos fixos na comida.
— Err... Eu não sei...
— Garota, tu quer morrer de frio? — indagou, finalmente olhando pra ela — Vai pra perto da lareira!
Não querendo irritá-lo, Bibi se sentou na frente de uma lareira crepitante, onde relaxou ao sentir o calor percorrendo seu corpo gelado.
Minutos depois, ele apareceu ao lado dela, dizendo:
— Aqui estão algumas roupas secas e uma toalha. Vá se trocar. O banheiro é lá nos fundos!
Perplexa com a atitude hospitaleira do sujeito, Bibi pegou as roupas e foi até o cômodo indicado. A roupa consistia num suéter roxo, que a esquentou de imediato, e uma calça preta.
Totalmente seca e vestida, Bibi voltou para a sala, e viu o homem preparando alguma coisa. Ainda com um pouco de frio, ela voltou pra perto da lareira, e logo ele apareceu com uma bandeja. Nela havia um ensopado e chocolate quente.
— Tome, isso vai te aquecer por dentro — disse, entregando a bandeja pra ela.
Agradecendo, ela pegou a bandeja e começou a devorar tudo que tinha nela.
— Estou curioso! — falou, pegando uma cadeira e se sentando próximo a ela — O que uma garota da sua idade faz na rua a uma hora dessa? Cadê seus pais?
— Não tenho pais! — respondeu, simplesmente — Acabei de ser expulsa do orfanato em que eu vivia.
— Deve ter aprontado algo... — ele semicerrou os olhos, desconfiado — Você tem cara de delinquente. Sei disso porque já fui um!
— Bem... o senhor não está errado.
Ele arqueou a sobrancelha, ainda mais curioso.
— Sabe, eu nunca fui feliz naquele lugar — suspirou, deixando a sopa de lado — Todo dia um casal chegava, olhava pra mim e escolhia uma criança mais nova. Eu era a única adolescente do orfanato, e quanto mais eu crescia, menos chances eu tinha de ser adotada.
Ele assentiu, e ela continuou:
— Hoje mais cedo, eu estava almoçando no refeitório, quando três moleques vieram me atazanar. Eu costumava ignorar os comentários maldosos deles, pois pra mim não passavam de pirralhos desocupados. Mas... Dessa vez eles disseram uma frase que me machucou muito...
— Que frase?
— "Se nem sua própria mãe te quis, qual família vai te querer?"
O rapaz ouvia tudo atenciosamente, compadecido pela situação.
— E então... O que você fez?
— Eu perdi a cabeça... — respondeu, olhando fixamente pra lareira — Parti pra cima deles e lhes dei uma bela surra...
"As crianças que estavam lá presenciaram a cena. Elas já tinham medo de mim, mas dessa vez elas ficaram apavoradas... O diretor do orfanato apareceu e ficou furioso quando descobriu o que fiz. Ele nem quis saber o que causou isso, apenas me ameaçou, dizendo que se eu não fosse embora, iria chamar a polícia."
"Não me arrependo de ter dado uma lição naqueles pestinhas, mas confesso que não foi a melhor ideia. Agora estou procurando um lugar só pra mim!"
— Bem, você não vai a lugar algum com essa chuva toda! — afirmou, tomado por um instinto protetor — Pode ficar aqui essa noite!
— Sério?! — perguntou, surpresa com a oferta — Eu... E. não quero incomodá-lo, senhor...
— Ah, desculpe. Meu nome é Bull — apresentou-se.
— Eu sou a Bibi!
— Então, Bibi... — continuou — Você não é um incômodo. Sinta-se em casa!
A noite seguiu com um forte temporal. Bull deixou Bibi ficar em um dos quartos no fundo do casebre. Já deitada, ouvindo o som da chuva batendo na janela, ela agradecia internamente por ter encontrado Bull. Aquele homem de aparência intimidante foi muito mais gentil com ela numa noite do que as pessoas do orfanato foram a vida inteira.
Antes de se virar pra dormir, a garota olhou ao redor, e percebeu alguns desenhos na parede rosa desbotada, e algumas bonecas sentadas na prateleiras, o que a fez pensar que o quarto provavelmente pertenceu a alguma criança. Talvez uma filha do Bull?
Esse detalhe a deixou mais curiosa sobre ele. Bull não contou muito de si mesmo, além de seu nome, então certamente perguntaria sobre o quarto pela manhã. Por ora, estava cansada demais para fazer qualquer coisa. A cama era antiga e pouco confortável, mas o cansaço havia batido tão forte, que ela nem se importou. Apenas se virou para o lado e dormiu.
No dia seguinte, Bibi levantou sentindo-se revigorada. Fazia tempo que não dormia daquele jeito, apesar da falta de conforto. Ao chegar na sala, o café da manhã já estava servido.
— Bom dia — disse Bull, que estava um pouco mais adiante, fritando alguns ovos — Pode se servir. Temos ovos fritos e algumas torradas.
Intrigada, a garota sentou-se à mesa e se serviu. Em seguida, Bull se sentou à sua frente e também se serviu.
— Dormiu bem? — perguntou, mordendo um pedaço de torrada.
— Muito bem, obrigada — respondeu, pensando em como aquela noite havia sido agradável — Acordei com um galo cantando perto da janela. O senhor cria galinhas?
— Sim, elas ficam no fundo do quintal — disse ele — A maior parte do meu sustento vem delas.
— Olha, sr. Bull...
— Não me chame de "senhor" — pediu — Não gosto de lembrar que estou ficando velho.
— Desculpe — corrigiu-se — Eu agradeço muito pela hospitalidade, porém, acho que já vou seguir o meu caminho.
— Hum... — ele ficou um tempo em silêncio, terminando sua torrada — Já tem ideia pra onde vai?
— Bem... Ainda não... — confessou, constrangida — Mas o único jeito de encontrar um lar é procurando por ele!
— É burrice vagar por aí sem saber pra onde ir. Ainda mais uma jovem como você! — respondeu, deixando escapar um resquício de preocupação — Então sugiro que fique aqui até ter certeza de seu caminho.
— Mas... Por que está sendo tão hospitaleiro? — perguntou, perplexa com a oferta.
Houve mais uma pausa. Bull parecia processar o motivo de ter permitido que uma garota desconhecida ficar em sua casa.
— Se eu a deixasse ir embora, estaria sendo um tolo! — respondeu, por fim — Como eu disse, é perigoso sair andando por aí sem rumo. Mas, se por acaso tiver algum problema em morar aqui, pode ir!
— Não, eu... Eu vou ficar — ela corou — Obrigada, Bull. Não estou muito acostumada com gestos de bondade!
Ele assentiu, e os dois voltaram a comer em silêncio. Quando foram recolher os pratos, Bibi decidiu que os lavaria, como uma forma de mostrar sua gratidão.
Enquanto ela lavava a louça, Bull analisou as vestimentas da garota, e comentou:
— As roupas da minha filha caíram muito bem em você.
— Da... Sua filha?
— Sim... O nome dela era Molly. Ela tinha mais ou menos sua idade quando se foi há dez anos — disse, com um olhar distante — Sinto muita falta dela e da minha esposa, Sara.
— Eu sinto muito — lamentou, parando o que estava fazendo — Então... Aquele quarto era dela?
— Era sim — ele deixou escapar um sorriso nostálgico — Desde pequena a Molly adorava colar seus desenhos na parede. Ela quis mantê-los mesmo depois de grande.
— O que aconteceu?
Bull cerrou os punhos, com raiva.
— As duas morreram por minha culpa!
— O quê?! Como assim?!
— Estávamos passando por problemas financeiros na época — começou — O chefe da lanchonete onde eu trabalhava decidiu vender o estabelecimento, e acabei sendo demitido. Num ato de desespero eu peguei dinheiro emprestado com uns homem que prometeu me ajudar.
"Mas fui enganado. Eu acumulei uma enorme dívida, e ele me disse que se eu não pagasse, Molly e Sara sofreriam as consequências. Estava tão desesperado que comecei a acumular dinheiro de forma ilegal, assaltando lojas e roubando carteiras. Nunca contei nada para elas..."
"No fim do prazo, eu já havia conseguido a quantia, mas cheguei tarde demais. Os cobradores haviam invadido minha casa e matado as duas."
Bull começou a tremer, tentando segurar as lágrimas.
— Quando cheguei em casa e as encontrei sem vida no chão, fiquei cego de ódio. Então, peguei minha espingarda e fui caçar os responsáveis. Encontrei aquele homem e seus capangas debochando do que fizeram, enquanto contavam o dinheiro roubado."
— E... O que você fez? — perguntou ela, já imaginando a resposta.
— Eu os matei! Fiz questão de fazê-los sofrer pelo que fizeram! — respondeu, cobrindo seu rosto com as mãos, enquanto as lágrimas caíam — Não muito tempo depois, uns guardas noturnos me encontraram e eu fui preso.
“Após cumprir minha pena, eu retornei a esse lugar... Fazem dez anos, mas ainda tenho que lidar dia após dia com a culpa de ter destruído a minha própria família! Sinto falta de acordar ao lado da minha Sara, e de ver o doce sorriso da minha garotinha... Que se não fosse por mim, teria se tornado uma bela e incrível mulher...”
Emocionada com a história, Bibi se aproximou e pôs a mão no seu ombro, tentando consolá-lo:
— Eu sinto muito! Entendo bem o que é sentir falta da família. Nunca nem ouvi falar do meu pai, e a minha mãe... Ela não me quis e me colocou no orfanato. Não me lembro de quase nada dela, nem mesmo seu nome...
"Creio que agiu certo. Vingou sua família e impediu que outras pessoas sofressem o mesmo que você. Você é um herói!"
O rapaz levantou o rosto, e ao olhar nos olhos dela, lembrou-se dos olhos travessos de Molly. Ele sorriu e pôs sua mão em cima da dela, dizendo:
— Obrigado, Bibi. Acho que nos daremos muito bem!
Os dias foram passando, e os dois logo se acostumaram com a presença um do outro. Bibi acabou enxergando naquele homem alguém que ela podia confiar, passou a nutrir uma espécie de admiração por ele, como se fosse o pai que ela sempre quis ter.
Bull, por outro lado, estava gostando cada vez mais de sua hóspede, e ficava se perguntando como as coisas ficariam quando ela fosse embora. Sentia-se triste só de pensar nisso.
Então ele resolveu aproveitar sua companhia o máximo que podia, levando-a pra jogar bola na praça da cidade, assistindo com ela aos jogos de beisebol, na qual Bibi era vidrada, e até maratonando filmes que passavam na TV. De fato, a vida dele mudou bastante depois que a conheceu... É como se sua filha estivesse ali com ele.
***
— Olha, Bull. Preciso dizer uma coisa... — começou Bibi, certo dia, enquanto jantavam.
— O quê? — perguntou, preocupado.
— Sabe quando te falei que ficaria aqui até encontrar um lar pra mim?
— Sim... — ele suspirou, um pouco triste — Você encontrou outro lugar pra ficar?
— Não, eu quero ficar aqui! — afirmou, convicta — Sabe, você foi a única pessoa que de fato se importou comigo na vida, e não posso pensar em ir pra longe. Vejo esse lugar como o meu lar agora, e eu quero ficar aqui com você. Isso é... Se quiser, é claro...
— Está brincando? — indagou, pela primeira vez dando um sorrisão — É claro que eu quero. Você é a melhor companhia que já tive em tempos. Será um prazer ter você aqui morando comigo!
Bibi sorriu, emocionada. Finalmente achou um lugar onde era bem-vinda.
De madrugada, os dois já tinham adormecido, quando um barulho bem alto os acordou. Eles saíram de seus quartos e atravessaram o corredor que dava pra sala.
— O que foi esse estrondo? — perguntou ela.
— Não sei, mas fique atrás de mim — respondeu, pegando sua espingarda e indo na frente.
Ao chegarem na sala, viram alguém estatelado no chão. Bull se aproximou devagar e se abaixou para examinar o sujeito.
Era um corvo, mas com braços e pernas, o que o deixou chocado.
— Mas o que é isso? — perguntou Bibi, sem entender.
— Eu não sei... Nunca vi nada igual.
— Olha o telhado! — disse, apontando pra cima.
A ave estranha havia feito um grande buraco no telhado de madeira, deixando a claridade da lua entrar na sala.
— Ele caiu aqui.
— O que fazemos com ele?
— A asa, ou seja lá o que for isso, está quebrada — disse Bull, analisando os ferimentos do corvo — Vamos colocá-lo no sofá!
Com algum esforço, os dois levantaram a ave humanoide e a puseram no sofá. Bull preparou uma bandagem e enfaixou a asa quebrada.
No dia seguinte, o corvo acordou assustado. Ele avistou os dois amigos tomando o café da manhã, então gritou:
— Onde é que estou?! Que lugar é esse?!
— Espera, esse bicho fala?! — exclamou Bibi, perplexa — Sou só eu, ou o mundo está ficando cada vez mais louco?
— É... Acho que agora eu já vi de tudo.
Terminada a refeição, os dois pegaram as cadeiras e se sentaram um pouco mais próximos do corvo.
— Bom dia, Bela Adormecida — brincou Bibi — Encontramos você inconsciente em nossa sala ontem a noite. Tu fez um baita buracão no nosso telhado!
O corvo finalmente olhou para o braço enfaixado, com um misto de dor e surpresa.
— Sua asa está quebrada. Precisa ficar de repouso por um tempo — disse Bull, pegando um prato de torradas e entregando pra ele — Tome, só posso oferecer isso!
Assim que viu as torradas, a ave pegou o prato e devorou tudo em um piscar de olhos.
— Minha nossa, você estava mesmo com fome, hein... — comentou Bibi, vendo que o prato ficou vazio em questão de segundos.
— Muito obrigado, faz dias que eu não como nada! — disse ele, sorrindo — Aliás, eu sou o Crow. Foi mal pelo telhado, mas é que eu estava tentando voar e acabei caindo aqui!
— Eu sou o Bull, e essa é a Bibi — apresentou — De onde veio? Nunca vi nada igual a você na vida!
Crow suspirou, sentando-se no sofá.
— Antes de me tornar essa aberração que vocês tão vendo, eu era apenas um estudante normal do ensino médio — começou — Há dois anos, enquanto voltava para casa na minha moto, avistei um corvo muito ferido na calçada e parei pra ver o que havia acontecido. Quando tentei pegá-lo, ele beliscou meu dedo bem forte. Eu queria levá-lo comigo e cuidar dele, mas não consegui salvá-lo a tempo. Infelizmente o corvo morreu no caminho.
“Apesar de estar chateado com o que aconteceu, o dia seguiu normalmente. Eu morava num pequeno apartamento perto da oficina onde trabalhava. Achei que tudo estivesse bem, mas na madrugada daquele mesmo dia, eu acordei sentindo uma coceira insuportável em todo o corpo, e ao olhar meus braços, percebi que várias penas cresciam nele.”
“Junto da coceira, eu também estava sentindo uma dor excruciante no rosto, e quando fui me olhar no espelho, fiquei horrorizado. Além do meu corpo estar inteiramente coberto por penas, meu nariz havia se transformado num bico. Em poucos minutos, eu havia me tornado uma ave! Não uma ave comum, mas uma ave mutante!”
— Provavelmente que aquele corvo era alguma cobaia de laboratório que fugiu — ponderou Bull.
— Também penso que foi isso — disse Crow, assustado com a lembrança — Acho que ele estava infectado com alguma substância, e essa substância passou pra mim quando fui bicado.
— Parece até coisa de filme… — comentou Bibi.
— Um filme de terror, isso sim! — a ave continuou — Vendo meu estado, eu entrei em pânico e comecei a me chacoalhar, na esperança de me livrar daquelas penas. Porém, ao invés de caírem, elas foram arremessadas por todo lado, quebrando o que estava ao redor como se fossem facas muito afiadas.
“O barulho chamou atenção dos vizinhos, que vieram rapidamente ver o que estava acontecendo. Eles arrombaram a porta do meu apartamento, e assim que me viram, gritaram horrorizados e chamaram a polícia. Eu gritei por ajuda, mas toda vez que tentava me aproximar, eles se afastavam enojadas, como se eu fosse uma espécie de monstro. A partir dali, percebi que teria que fugir. Então, aproveitei que a minha janela estava aberta e fugi por ela.”
“Desde então, graças a minha aparência, nunca mais pude viver uma vida normal. Passei os últimos anos vivendo em lugares isolados, e só saindo de madrugada pra roubar comida de lojas. Me recusava a viver um corvo comum!”
Ele enxugou as lágrimas.
— Bem, essa é a minha história — finalizou — Por estar constantemente me mudando, eu vim parar nesse reino, e agora estou aqui.
Com o coração apertado, Bibi tentava esconder as lágrimas, e Bull, compadecido, disse ao jovem corvo:
— Crow, se está a procura de um lar, pode ficar aqui. Ninguém vai te expulsar.
— Isso mesmo! — Bibi sorriu — Vamos ser grandes amigos!
— Estão... Falando sério? — perguntou, com um brilho surgindo em seus olhos.
— É claro — respondeu ela, estendendo a mão — É um prazer receber mais um companheiro!
Extremamente feliz, Crow puxou os dois para um abraço apertado, deixando-os sem reação.
— Muito obrigado mesmo, pessoal! — disse ele, emocionado — Não fazem ideia do quanto estou feliz!
— Bem... Parece que nossa família está ficando maior... — comentou Bull.
— "Família"? — indagou Bibi, aconchegada no abraço.
— É o que somos agora — respondeu, afagando a cabeça dela.
Bibi não pôde impedir uma lágrima de cair naquele momento. Até pouco tempo, era apenas uma garota solitária, de repente, havia ganhado uma família. "Queria esfregar isso na cara daqueles pivetes!", pensou.
E Crow não cabia em si de felicidade. Ficou vagando por tanto tempo, mas gora finalmente achou seu lugar.
— Olha, pessoal. Agora que nos unimos, não vamos mais nos separar — disse Bull, contente por novamente fazer parte de uma família — De agora em diante, seremos nós três contra o mundo!
E assim surgiram os "Black Bulls". Infelizmente eles acabaram por escolher trilhar um caminho tortuoso, mas a história deles não acabou ainda.
Ainda há esperança para essa família improvável...
Fim
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Brawl Stars - Uma família improvável [One-shot] (+12)
Fanfiction✨Bibi, Bull e Crow... Três pessoas tão distintas, mas ao mesmo tempo tão iguais...✨ ✨Já pararam pra pensar de onde surgiram os "lendários" Black Bulls? Pois nessa história, contarei como esses três temidos delinquentes se juntaram e viraram uma famí...