Capitulo 26 - Pastor Iruka

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Seu pai estava sendo alimentado por uma sonda intravenosa no hospital, quando lhe deu a notícia. Sakura imediatamente começou a balançar a cabeça. Não era verdade. Não podia ser verdade.

-Não! Isso não está certo! Os médicos também cometem erros.

-Não desta vez – pegou em sua mão. - E sinto muito que você tenha que descobrir desta maneira.

Sasuke e Konohamaru estavam lá embaixo na lanchonete. Seu pai quis conversar com um filho de cada vez; entretanto, de repente, Sakura sentiu que não queria ter nada a ver com aquilo. Não queria que ele dissesse mais nada, nem mais uma palavra.

Por sua mente passavam uma dúzia de imagens diferentes. Subitamente, entendeu a insistência de seu pai para que viessem passar o verão com ele em Sunagakure. E entendeu que sua mãe também já sabia da verdade. Tendo tão pouco tempo para passar com seus filhos, a última coisa que Kizashi queria era brigar com ela. E, agora, trabalhava obstinadamente na janela, o que fazia todo sentido. Lembrou o ataque de tosse do pai na igreja e as vezes em que o viu se contrair de dor. Pensando em retrospectiva, via todas as peças do quebra-cabeça se encaixarem. Mesmo assim, tudo estava desmoronando.

Seu pai nunca veria seu casamento, nunca pegaria um neto no colo. Não conseguia suportar a ideia de imaginar o resto de sua vida sem ele. Não era justo. Nada daquilo era justo.

Quando ela falou, suas palavras mal saíam:

-Quando você ia me contar?

-Não sei.

-Antes da minha partida? Ou depois que estivesse em Konoha?

Como ele não dizia nada, sentiu o sangue queimando seu rosto. Não queria ficar brava com ele, mas era mais forte que ela:

-Estava pensando em me contar por telefone? O que você ia dizer? "Ah, Sakura, esqueci de dizer, estou com câncer em estado terminal e não falei nada durante o verão que passamos juntos, e você? Como vai?"

-Sakura...

-Se nem estava pensando em me contar, por que me fez vir para cá? Para que eu pudesse ver você morrer?

-Não, querida. É exatamente o contrário. Pedi para você vir para que eu pudesse ver você viver.

Diante da resposta dele, Sakura sentiu um reboliço dentro de seu íntimo, como se as primeiras rochas de uma avalanche começassem a rolar morro abaixo. Ouviu duas enfermeiras passarem pelo corredor, falando baixo. As luzes florescentes zuniam ao alto, fazendo projetar uma sombra de cor azul nas paredes. O soro pingava ritmadamente – o cenário comum de um hospital, só que não havia nada de comum naquilo. Sua garganta parecia seca e pegajosa, como se fosse uma massa, desviou o olhar, tentando segurar as lágrimas.

-Sinto muito, querida. Eu sei que deveria ter contado para você, mas queria um verão normal e queria que você tivesse um verão normal. Só queria me aproximar de você novamente. Você pode me perdoar?

Seu pedido pareceu cortar-lhe ao meio, e ela gritou involuntariamente. Seu pai estava morrendo e pedia perdão a ela. Havia algo de tão deprimente naquela situação que nem sabia o que dizer. Enquanto esperava por sua resposta, ele esticou o braço e segurou sua mão.

-É claro que te perdoo – e começou a chorar. Inclinou-se sobre ele e colocou a cabeça em seu peito e então percebeu como ele havia perdido peso e ela nem se dera conta.

Sentiu os ossos salientes do peito e foi aí que percebeu que há meses isso vinha acontecendo. Sentia o coração rachar por ter sido displicente com ele; estava tão preocupada com a sua própria vida que nem tinha reparado no sofrimento do seu pai.

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⏰ Última atualização: Mar 31, 2023 ⏰

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