09. Somos uma família feliz

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Senti uma mão em meu ombro e chamados suaves. Resmunguei não querendo abrir meus olhos e virei minha cabeça para o outro lado.



— Senhor Hwang! — Uma voz gritou e eu abri os olhos em abrupto. Felix estava com o rosto perto do meu e não parecia nada contente.



— O que você está fazendo? O que você quer? — Resmunguei enquanto coçava meus olhos para afastar o sono.



— Estamos gritando você faz uns dez minutos. — Me sentei e olhei ao redor, vendo todos acordados e sem os cintos.



— Já pousamos? — Me espreguicei e soltei um grunhido de dor. As poltronas do jatinho eram mil vezes melhor que a cama que eu dormia todas as noites, mas ainda sim me deixava com dor nas costas por conta da posição.



— É claro que já pousamos. — Felix revirou os olhos e colocou o tablet nas minhas pernas. — Vamos logo, eu quero tomar um bom banho e comer.



Jisung choramingou e segurou a própria barriga. — E rápido. Seu filho não me deixou pegar meu croissant e meu suco natural. — Resmungou descontente.



— Mil perdões por não ter deixado você lanchar no meio de uma perseguição. — Minho revirou os olhos e cruzou os braços. — Vamos logo, Hwang Hyunjin! — Assenti e me levantei da poltrona.



Coloquei o tablet dentro da minha mala de mão e fiz sinal para um agente abrir a porta do jatinho.



— O quão longe estamos da casa? — Perguntei ao agente de apoio perto da saída.



— Não muito longe. Vocês terão que andar pela mata por alguns minutos até encontrar a casa que vão ficar. — Me entregou um papel e eu li o endereço.



— Ninguém vai suspeitar ao nos ver chegando pela mata? — O agente negou com a cabeça.



— Não tem muito movimento e vocês vão sair na rua principal. Ninguém vai desconfiar, vocês podem dizer que estão perdidos. — Assenti devagar e fiz sinal para os outros me seguirem. — A caminhonete estará em frente a casa, assim como o carro do Minho.



— Caminhonete? — Sophia perguntou confusa. — Nós não temos uma caminhonete. O carro do Minho e o carro de trabalho do papai são os únicos automóveis que temos.



— Hyunjin não pode andar por uma cidade pequena com um carro como aquele, vai chamar muita atenção. Então para ele não ficar sem como se locomover, a companhia disponibilizou uma caminhonete de leilão. Não é das melhores, mas vai ajudar em uma emergência. — Explicou e eu suspirei.



— Eu não tinha pensado nisso, que bom que a sede pensou. — O agente assentiu. — Muito obrigado pelas orientações, Max. Nos vemos daqui alguns meses. — Dei dois tapinhas em um de seus ombros e desci do jatinho.



Vi Felix olhar para Max de forma desconfiada e reprimi uma risada. Max é alto, encorpado e o uniforme todo preto o deixa extremamente intimidador.



— Eu não sei se me sinto seguro ou levemnte ameaçado. — Felix murmurou ao chegar ao meu lado. — Espero que a justiça tenha nos cedido uma boa casa. Eu vou adorar tirar umas férias. — Sorriu e eu tive que reprimir uma risada mais uma vez.



— Você vai adorar a casa que vamos ficar, ela é a melhor dessa cidadezinha.



...



— Você tem certeza que essa é a casa que nós vamos ficar pelos próximos meses? — Felix fez uma careta ao analisar a frente da casa.



— Eu tenho total certeza que essa é a casa certa. A caminhonete e o carro do Minho estão aqui, então não há dúvidas. Essa é a nossa casa, amor. — Debochei e vi as bochechas dele ficarem vermelhas de raiva.



— É uma casa pequena e quase caindo aos pedaços. Eu vou me sentir em um filme de terror. — Fez uma careta e eu levei um tempo para analisar.



A casa era branca, mas estava manchada e com umidade nas laterais. Um jardim abandonado enfeitava a frente, deixando com um aspecto realmente assustador.



A grama estava seca, as flores murchas e uma árvore enorme quase tampava a visão da porta. Um balanço de pneu de caminhão estava amarrado na árvore mas estava sujo e não parecia seguro.



— Não é tão ruim. — Sorri grande. — Parece com a minha antiga casa no interior. Tenho certeza que ela ficará como nova depois que eu cuidar do jardim.



Felix negou com a cabeça e suspirou. — Você só pode estar brincando. A minha alergia ataca só de olhar para essa casa.



— Ela parece ser bem pequena. — Jisung comentou e eu fiquei tenso. — Tem certeza que vai acomodar todos nós?



— Algumas adaptações terão de ser feitas. Não temos cômodos suficientes. — Minho andou em passos largos em minha direção e eu desviei o olhar para o balanço velho.



— O que você quer dizer com isso? Você está com cara de que não vamos gostar de saber. — Suspirei e finalmente olhei para ele, que estava com os olhos estreitos para mim.



— Essa era a única casa disponível na vizinhança, então aceitamos ela de imediato. É um casa com uma sala pequena, um banheiro, uma cozinha simples e três quartos. — Jisung se aproximou nós dois e fingiu contar na ponta dos dedos.



— Eu, papai, você, Minho e Sophia. Eu não sei se você é bom em matemática, policial, mas estamos em cinco e não três. Você prometeu ao meu pai um quarto separado, para ele não ter que dividir com você, então quer dizer que é um quarto para três filhos e um desses filhos sou eu. Eu espero que o quarto fique comigo. — Minho começou a rir de forma escandalosa.



— Você acha que vamos dar o quarto para você? Que vamos dormir na sala? Você está muito doido! Você pode até estar sendo protegido, mas isso não quer dizer que somos seus subordinados, coração. — Debochou e eu o lancei um olhar de repreensão.



— Ninguém vai dormir na sala, não há necessidade disso. Vocês vão dividir o quarto e não será um problema, hum? Eu pedi para que colocassem três camas lá e até mesmo uma televisão. — Sorri forçado mas os três não esboçaram nenhuma reação. — É o máximo que posso fazer por vocês, eu que não vou ceder o meu quarto. — Bufei e peguei a mala do chão.



— É fácil falar, não é, Hwang? Não é você que vai ter que dividir o quarto. — Minho resmungou atrás de mim.



— Não vai ser tão ruim, é só por alguns meses. Vocês estarão dormindo, então qual a diferença? — Bufei e destranquei a porta da frente.



— Eu não posso passar meses em tensão e alerta sem poder me aliviar. Eu não sei se você sabe, mas quarto é igual a privacidade e privacidade é o que eu preciso. — Minho resmungou e Jisung fez um barulho de nojo. — Não aja como se não fizesse.



— Eu não preciso disso. — Jisung retrucou.



— Vocês podem brigar o quanto quiserem, mas não vai mudar os fatos. Ficaremos uns meses nessa casa, e isso significa que vocês vão ter que aprender a conviver. — Passei uma das mãos pelos cabelos e eles começaram a resmungar ao mesmo tempo. — Agora parem de reclamar e coloquem a porra de um sorriso no rosto! Somos uma família feliz! Feliz, entenderam? Nós nos amamos e adoramos dividir uma casa! Somos unidos! — Os três assentiram devagar e Felix cruzou os braços parecendo contrariado.



— Grite assim de novo e vai ter que dormir de olhos abertos. — Felix disse em um tom ameaçador e eu ri debochado.



— Tudo bem, amor. — Zombei.



...

Heey, bem... Agora vocês vão começar a ver algumas semelhanças com a "The Big Problem" 🤗❤ (Está no meu perfil)

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Different Sides | Versão Minsung | Enemies To Lovers ✔Onde histórias criam vida. Descubra agora