Contos de Rebeldia

A liberdade é a chave da felicidade

Um cabelo curto rosa claro, pircings pelo rosto, sobrancelhas raspadas, olhos castanhos claros. Essa é Sarah, uma garota num quarto jogando videogame com suas amigas, seu quarto todo decorado com posters de seus artistas favoritos, Queen, Melanie Martinez, The Crystal Casino Band entre alguns outros cantores e bandas. Enquanto jogava ouve abafados gritos de sua mãe reclamando.

-Sarah porque não arrumaste o teu quarto ainda? tás a ouvir? Não tás a ouvir a tua própria mãe guria!- Mãe de Sarah zangada pega os fones de gatinho da filha e atira eles pra cima da cama.

-Que foi mãe?? porque sempre implica comigo se o Stefan tem o seu quarto muito pior que o meu, ele até ta arrumado hoje!- Após levantar o tom de voz para com sua mãe esta leva um tapa forte no rosto e fica apenas parada.

-Como ousas levantar a voz para mim!? Eu não sou suas amigas! deveria ter te abortado quando podia! eu te sempre te dei do bom e do melhor e é assim que vais me retribuir? vais ficar sem jantar hoje!- Falando isso a mãe de Sarah sai do quarto trancando ela no quarto.

Sarah já nem chorava com essas falas que a sua mãe lhe dizia porque de certa forma sempre soube que não foi desejada, desde o inicio seu irmão 1 ano mais novo é que foi o centro das atenções, ganhou tudo e nunca levantou um dedo para nada, Stefan e Sarah não se odiavam mas as condições em que seus pais os deixavam criava uma grande barreira entre os dois.

10:00 da noite, ás 12h seria finalmente os 18 anos de Sarah, esta mesma estava preparando para fugir de casa desde quando tinha 16 anos, então juntou um monte de dinheiro, comprou coisas básicas para sua sobrevivência, viu muitos vídeos de pessoas mostrando como sair de casas abusivas e para que tipos de lugares ir. Após muita pesquisa Sarah encontrou uma Aldeia literalmente no outro lado do país e que era muito remota do mundo exterior, acho que talvez lá seria o lugar perfeito para ir. Assim sendo contactou algumas imobiliárias da região perto procurando por moradia lá, depois de muito insistir achou uma humilde casa com um quarto um banheiro uma sala e uma cozinha, bem pequenos mas agradáveis e bastante barato. Comprou a casa logo quando viu a oportunidade.

11:30 da noite, Sarah arrumava e checava mais uma vez as suas malas, levaria duas mochilas, uma com roupas, toalha, produtos de higiene e na bolsa da frente dessa mochila tinham barras energéticas, bolachas doces e de agua e sal também tinha dinheiro em papel escondido num compartimento junto com seu cartão de crédito. Na outra mochila levava um skeetchbook, um canivete, alguns mapas, um guarda-chuva, um cadeado, um cobertor, uma lanterna com pilhas extra, um carregador de celular portátil e um carregador comum, um leitor de MP3 com headphones, alguns comprimidos para alergia, dor de cabeça, febre e pomada para picadas de mosquitos e queimaduras.

Faltando 5 minutos para a meia noite Sarah abre sua janela, disse para um amigo seu deixar uma escada lá uns minutos antes e ele realmente deixou, Esta já quase adulta coloca uma mochila em suas costas e outra levava na mão, olhou uma ultima vez para aquele quarto, quase chorou porque era seu conforto e agora fugiria de lá e seria finalmente livre de todas as suas antigas preocupações, mesmo fugindo deixou um bilhete para seu irmão, nele falava que mesmo com a distancia e com a barreira invisível que seus pias colocavam entre eles, ela sempre amou ele.

Após olhar uma ultima vez para aquele quarto decidiu pegar um pequeno ursinho de pelúcia e desceu as escadas silenciosamente, foi para o ponto de ónibus que ás exatas 12:10 parou no ponto, Sarah subiu e deu uma ultima olhada para sua casa, sua cidade e para sua vida antiga.

Esta sentada no banco de trás do ónibus colocou seu fone de ouvido e ligou seu MP3, sabendo que aquela viagem demoraria mais de 10 horas Sarah se permitiu a dormir.

Sarah acordou ao sentir o sol bater forte em sua face, ao seu lado observa um rapaz, esta olha o resto do ónibus que vai quase vazio, porque o garoto está do lado dela se tem outros lugares vagos. Sarah endireita-se no banco e tira os fones do ouvido, o mp3 já havia desligado automaticamente á muito tempo, então pegou um pacotinho de bolachas e começou a comer quieta, mas, olhava de lado o rapaz que tremia a perninha animado ou talvez ansioso.

Este jovem era alto, seus cabelos eram enrolados e batiam nos ombros, seus olhos eram num tom de azul bem claro e usava óculos para miopia, seu corpo era esguio e sem muitas curvas, carregava consigo uma mochila surrada, usava um sweater cinza com uma camiseta social por baixo, uma calça preta rasgada e tinha uma garrafa de água de 1 litro na mão.

-Perdão moça.. poderia partilhar um pouco da sua comida comigo?-falou com voz ansiosa.

-é o que?- Sarah olhou pra ele confuso.

-É que eu estou fugindo de casa sabe? estou com um pouco de fome, posso pagar por elas se preferir.- Mostrava-se amigável mesmo com a situação estranha.

-Ah... não precisa pagar- pega da mochila outro pacote e uma barra energética e entrega para o garoto- Afinal estamos no mesmo barco.

-Muito obrigado moça! Meu nome é Josh!- falou entusiasmado.

-Sarah..- Esta comia uma bolacha olhando a animação do rapaz.

Por algum motivo os garotos simpatizaram um com o outro bem rápido, Sarah era mais calma e Josh falava rápido e animado, eles trocaram alguns gostos em comum, um deles era o gosto pela musica, os dois eram amantes de musica em todas as suas formas, desde as clássicas até uma musica eletrónica de balada. Passou algum tempo e Sarah trocaria de ónibus, esta então pensou que talvez dividir esta experiencia com alguém talvez não fosse ruim.

-Hey Josh, você tem algum destino que planeia em ir?

-Não exatamente, provavelmente vou vagar pelas ruas até achar um barraco.

-Eu meio que comprei uma casa numa aldeia.. se você quiser me fazer companhia nesta jornada eu estou aberta a essa ideia.- falou já levantando porque o ónibus tava parando no ponto onde esta desceria.

-Sério? ah claro! sim sim! Adorei você, vamos ser inseparáveis te prometo- o rapaz seguiu a garota que desceu daquele ónibus e até deu um pouco náusea assentar num chão após tanto tempo.

- vamos caminhar até ao mercado ou posto de gasolina mais próximo e eu vou usar o banheiro- Sarah estava com vontade de usar um banheiro á um bom tempo.

-Certo!

Eles caminharam um pouco e em alguns minutos encararam um posto de gasolina, Sarah entrou e perguntou logo se podia usar o banheiro e o homem que estava no caixa permitiu a mesma a faze-lo, ela lavou o rosto, o sovaco, passou desodorante, lavou os dentes e passou protetor solar alem de fazer suas necessidades básicas.