Capítulo 17: Bem-vindo a família

133 25 3
                                    

Andar pelo bar com o seu estômago avantajado ameaçando derrubar os copos a cada movimento era complicado. Castiel movia-se o mais rápido que podia sem quebrar nada, misturando bebidas e cervejas refrescantes e gritando pedidos de comida de volta para cozinha. Apenas mais uma noite de sábado na Roadhouse.

Pelo menos ele era bem pago; Ellen aumentou o seu salário para onze dólares por hora quando Castiel trouxe seu novo horário de aulas, mostrando que ele havia se matriculado no curso de contabilidade na primavera da faculdade comunitária local.

Servir bebidas e distribuir comida, conversar com os clientes e interrompe-los quando estiverem bêbados demais para começar a dar em cima dele. Era uma rotina difícil, mas não tão avassaladora que ele não pudesse lidar.

Castiel deslizou uma bandeja de nurples roxos para o alegre beta à sua frente e imprimiu um recibo para um alfa e sua namorada alguns assentos atrás. Um alfa embreagado deu a ele seu número quando ele passou — o ômega pegou o pedaço de papel, destinado à lata de lixo assim que a atividade no bar terminasse.

O bar fechava às duas da manhã e, quando os últimos clientes foram saindo, Castiel caiu de alívio. Estava cansando, exausto como se tivesse feito um turno duplo. Uma dor aguda em seu estômago sacudiu seus ossos quando o bebê dentro dele o chutou. Estremecendo, Castiel se levantou, alisando as mãos sobre a protuberância inchada.

— Acalmasse, tô quase acabando aqui, tudo bem? — ele murmurou com irritação meio sentida. O bebê estava extraordinariamente ativo naquela noite; ele esperava que isso não o mantivesse acordado.

Ellen saiu da cozinha, limpando as mãos suadas e engorduradas no avental.

— O lugar está bem limpo, pra variar — ela comentou, seus olhos afiados varrendo o bar. — Só precisa limpar as mesas e o bar, aí você pode ir pra casa. Vai precisar de uma carona?

Castiel hesitou. Dean estava trabalhando no turno da manhã e Castiel detestava ter que acorda-lo, mas eram apenas alguns quarteirões a pé do bar até o bairro de Dean.

— Obrigado, mas acho que consigo ir andando — ele respondeu, estremecendo quando o bebê chutou forte outra vez. Os movimentos de Samandriel nunca lhe causaram dor.

Ellen assentiu.

— Tudo bem. Tranque quando sair — ela ordenou, jogando seu avental sob o bar.

Limpar as mesas levou apenas alguns minutos. Castiel jogou o pano na pia da cozinha e trancou as portas quando saiu na rua, inalando o ar frio de dezembro com gratidão. Ele enfiou as mãos nos bolsos do casaco enquanto caminhava, os pés esmagando suavemente uma camada fina de neve.

Castiel se dobrou quando uma cãibra espasmou seu abdômen, deixando-o sem fôlego.

— Pare com isso — ele murmurou, segurando o seu estômago enquanto ofegava. — Você não deveria estar dormindo?

O bebê chutou forte em resposta. Castiel fez uma careta quando se endireitou, mordendo o lábio e aumentando o ritmo. Ombros curvados e cabeça baixa, ele chegou ao bairro de Dean antes que outra cãibra tomasse conta do seu estômago novamente.

— Porra — ele xingou, encostando em um poste de luz.

Tomando um tempo para respirar, ele observou a fileira de casas. Uma única luz brilhava na sala da casa de Dean — sua casa. — O loiro insistia em deixar a luz acesa até ele chegar em casa, o que era um pensamento doce, mas a única coisa que Castiel pensava era na conta de luz e como ele deveria contribuir para isso e, caramba, esse bebê não pode simplesmente dormir?

Talvez ele ainda estivesse acordado porquê o pai ainda não foi dormir. Castiel se afastou do poste e se esforçou para começar a andar novamente. Um pé atrás do outro. O barulho da neve sob as solas dos sapatos gastos, voando e endurecendo na parte inferior de sua calça jeans.

Imperativo Biológico | Destiel ABOOnde histórias criam vida. Descubra agora