A conversa Luotto

Capítulo único

 Conversa Luotto

- então... tem algum lugar que a gente pode conversar sem que a Poliana ouça?- Otto pergunta.

- o único lugar em que podemos conversar mais a vontade é o jardim, já que em meu escritório ela pode descer as escadas e ouvir a conversa- comenta e ele assente.

- Otto, o que está acontecendo?- ela pergunta enquanto saem de dentro da casa e vão para o jardim, se sentam nas espreguiçadeiras um de outro para o outro, ela percebe que ele está nervoso- porque parece que você está querendo matar um.

- você não sabe a bomba que minha mãe jogou em meu colo agora a pouco.

-que bomba Otto? O que a Gloria disse dessa vez? Deve ser algo bem serio para você ficar assim.

- que a Celeste é filha do Roger- fala para o espanto da mulher, que abre e fecha a boca algumas vezes e tenta falar algo mas, não consegue.

- o que? Como assim filha do Roger? Otto isso é... não termina a fala.

- ela foi visitar ele na cadeia e ele acabou confessando isso, e ela acabou me falando agora

- será que ele está falando a verdade? – ela pergunta o encarando- porque Otto, a Celeste tem praticamente a mesma idade que o Guilherme, se ele está mesmo falando a verdade, significa que ele traiu a verônica enquanto ainda eram casados.

- ele disse que é verdade sim mas, que se envolveram antes da verônica, e claro que eu não acredito porque como você mesma disse, a idade da Celeste é quase a mesma que a do Guilherme.

- o Roger sempre nos surpreendendo- diz e Otto concorda.

- e sempre da pior maneira possível, quando pensamos que o estoque de surpresinhas dele estão esgotadas, ele sempre aparece com uma nova e pior ainda que as anteriores- resmunga e ela concorda.

- eu nem sei o que dizer Otto, dessa vez ele se superou.

- pois eu sei... eu fui um completo idiota Luísa, está na cara que os dois armaram tudo isso desde o inicio e eu cai como um patinho no papo da Tânia- resmunga se sentindo idiota por não ter percebido as reais intenções da mulher desde o inicio.

- Otto, você não pode se sentir assim, não tinha como perceber isso, eles sempre agiam como se não se conhecessem, lembra daquele almoço no aniversario da Poli? Ali eles agiam como se fosse a primeira vez que se conheciam, se lembra disso?- pergunta e ele concorda.

- é claro que eu me sinto idiota, eles usaram minhas fraquezas para se aproximarem e isso me faz sentir um completo idiota, quantas vezes ela não chorou por causa da filha que tinha morrido e eu a consolei? porque sei como dói perder um filho, eles usaram essa dor para que ela se aproximasse e eu cai direitinho- ela se levanta de sua espreguiçadeira e senta ao lado dele em seguida, sem pensar muito pega sua mão a apertando levemente.

- Otto, você não pode carregar essa culpa, porque você não é culpado de nada, os únicos culpados foram eles dois, que usaram uma dor para se aproximarem e te darem um golpe, você pode ser tudo mas, não é um idiota, não é justo você se culpar por algo que não estava a seu alcance, não é justo você se martirizar por algo que não é sua culpa, não fica assim Otto.

- como você quer que eu não me sinta assim? por culpa dessa mulher, nossa família ainda corre perigo, a Poli foi sequestrada e tudo mais de ruim aconteceu, foi porque eu coloquei ela dentro da minha casa.

- você não poderia imaginar o real caráter dela, não tinha porque investigar a vida dela desde o nascimento, até o dia em que se conheceram, Otto não é justo você se culpar por isso, por favor... para com isso.

- estou com tanta raiva, deles dois, de mim.

- imagino que sim, mas bater nele não vai adiantar nada, não vai mudar o passado- comenta apertando ainda mais a mão dele que corresponde o ato.

- eu sei- fala frustrado.

- e agora, o que vai acontecer?- ela pergunta- imagino como a Gloria está com tudo isso.

- ela a principio acreditou que, o Roger e a Tânia se envolveram antes do casamento mas, eu a fiz perceber que isso é impossível, e claro que eu vou falar para ela não se aproximar da Celeste, não quero essa garota perto de nós, não depois de tudo que aconteceu.

- é... você está certo a questão é ela aceitar isso, você conhece bem a Gloria, tenho a sensação que ela não vai desistir assim tão facilmente, algo me diz que ela vai querer se aproximar da Celeste.

- eu vou dá um jeito de convencer ela que isso será um grande erro, e só me resta torcer para que ela acredite, não quero brigar com ela por causa da Celeste.

- eu sei- ela comenta- eu só peço que fale com jeito, você conhece ela bem e sabe como ela é- fala e ele concorda.

- vou tentar ficar calmo- diz e só depois é que percebem que estão de mãos dadas, sem jeito acabam se soltando mas, continuam sentados próximos, ficam se olhando mas, não falam nada.

- eu é...- ele fala- acho que está na hora de ir_ comenta sem jeito.

- eu sei mas... Otto... por favor, não vai fazer nada precipitado em relação ao Roger- ela pede.

- não posso prometer isso Luísa, estou com tanta raiva do Roger que poderia ir até a cadeia para acabar com ele- nesse momento Luísa acaba pegando novamente sua mão.

- não, você não vai fazer isso Otto, você não é assim deixa que ele vai receber da vida o que está fazendo- diz.

- Luísa...

- Otto... você não é um homem violento, não vai fazer nada com o Roger, ele não vale tudo isso.

- eu sei- fala mais uma vez, ficam conversando mais um pouco até que Otto diz que já está na hora de ir embora com a filha, no momento de se despedirem, ele iria dá um beijo no rosto de Luísa mas, um barulho no jardim desvio a atenção da mulher, fazendo a mesma virar o rosto no momento em que ele iria dá o beijo no rosto dela, fazendo os lábios se encostarem, ambos ficam sem jeito com o acontecido, as respirações descompassadas, coração acelerado, bochechas vermelhas.

- eu é...- ele começa a falar.

- não foi nada—a mulher fala.

- Luísa... eu não queria que você pensasse que foi de propósito- ele diz.

- sei que não foi, eu acabei ouvindo um barulho e virei o rosto, não tem culpado nessa história... a não ser aquele gatinho ali- fala vendo um animal no jardim, ambos acabam sorrindo.

- bom... nesse caso, vou indo pra casa- ela concorda.

- só fica calmo com tudo Otto, não faz nenhuma besteira- pede e ele assente, ficam se olhando por alguns segundos, tantos sentimentos não ditos mas, que talvez não seja preciso, pois sabem bem o que estão sentindo, então não é preciso palavras, os atos por si só já dizem tudo.

Otto e Poliana vão embora e tanto o homem como Luísa perdidos no que acaba de acontecer mas, sem coragem para irem adiante, mesmo sabendo o que querem.

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espero que tenham gostado

não sei se ficou bom mas, eu ao menos tentei e foi de todo coração

nos vemos em outras histórias

amo vocês