STING [𝐋𝐈𝐕𝐑𝐎 𝐈𝐈𝐈] daryl dixon⼁The Walking Dead

(Vol. VII) Ano IV p.e. ⎥ Shephard Office Plaza.

AQUELA VIAGEM PARECEU DURAR HORAS.

Os Salvadores eram espertos. Laura me colocou dentro de um furgão completamente fechado. Separado da cabine do motorista por uma grande parede metálica que não me permitia ver qualquer coisa além daquela caixa fechada como uma lata de sardinhas. Isso me impediria de ver o caminho que fazíamos e, consequentemente, o lugar para aonde estávamos indo.

Eu não tinha qualquer arma ou qualquer objeto que pudesse me servir como defesa, ou usar como ataque. Ainda vestia as calças de moletom folgadas e ridículas, a camiseta de algodão sem estampas com a tipoia mantendo o meu braço machucado firme no mesmo lugar. E mesmo assim... mesmo tão indefesa... ainda tínhamos três homens fortemente armados com metralhadoras me escoltando junto com Laura.

Não fazia ideia se eu deveria me sentir frustrada, ou muito honrada por ser tão vigiada.

Os meus olhos temerosos estavam posicionados em direção ao meu colo vestindo as calças cinza. A minha mente estava tão distante de mim à ponto de quase não me pertencer mais. Estavam exatamente se prendendo à um caçador há quilômetros de distância, e mesmo assim tão perto do meu coração até quase senti-lo atrás de minhas pálpebras.

Os pneus pareciam rolar de forma macia contra o asfalto, apesar de às vezes baterem rudemente em buracos desregulares e isso fazia o restante da carga em caixas de madeira pularem.

A minha saliva parecia pesada como chumbo quando eu a engolia, arranhando a minha garganta de maneira seca e desconfortável.

Desejava que Daryl pudesse saber o que estava acontecendo; sobre o bebê e que nós dois ainda estávamos bem.

Ainda...

A temida palavra com cinco letras martelava a minha cabeça como um presságio das consequências de todos os meus erros.

Por um segundo eu realmente acreditei que o meu pai me ajudaria de alguma forma. Que eu não precisaria me ajoelhar para Negan, pois, eu teria um indulto por ser a filha de um dos seus amigos – se é que aquele bastardo tinha algum. Mas eu estava fodidamente errada.

Como eu gostaria de ter sabido disso antes.

Agora, o meu coração decepcionado estava ardendo feito brasas enquanto tentava lidar com a ideia de que toda aquela "guerra" havia destruído o último vínculo que eu tinha com o meu passado. O meu pai.

Chegava à conclusão de que o mundo não havia virado um esgoto. Não. Ele havia virado um triturador. E eu estava estupidamente sendo obrigada a colocar as minhas mãos em suas lâminas constantemente.

Senti quando o veículo parou parecendo estacionar usando uma baliza. E um sorriso cheio de provocação surgiu nos lábios de Laura assim que eu a olhei diretamente por instinto.

A porta traseira do furgão foi aberta por um homem segurando um rifle pendurado em um dos seus ombros. Atrás dele ainda existiam mais dois homens da mesma maneira. E Laura pareceu reconhecê-los quando a loira se levantou do seu lugar e simplesmente saiu daquele veículo dando um pulinho até o chão.