13 - Victória

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— Ah, senhor Mancini. Eu avisarei Vicky de sua ligação. Pronto, aqui vem ela.

Foi o que eu ouvi ao me aproximar da mesa e ver Henry com o meu telefone. Ele olhou para mim, sorrindo e estendendo o aparelho.

— Perdão, ele não parava de ligar. É o seu ex-marido.

Ex-marido. Ele não era ainda o meu ex-marido, oficialmente, mas… Se já estávamos nos divorciando, morando separados há meses, eu poderia considerá-lo assim, não é?

— Obrigada, Henry — Peguei o aparelho e o coloquei no ouvido — O que deseja, senhor Mancini?

— Henry? Henry quem?! — Eu ouvi a voz furioso de Lucca do outro lado da linha. Ele gritou tão alto que eu afastei o telefone do ouvido momentaneamente. Respirei fundo.

— Isso não lhe diz respeito. Sobre o que deseja falar?

Era difícil ouvir a voz de Lucca. Eu falei com ele mais cedo e pensei que o meu coração fosse sair pela garganta. Eu ainda amava aquele filho da puta! E eu odiava a mim mesma por isso, porque ele não merecia o meu amor. Nunca mereceu e o retorno da ex dele serviu para me abrir os olhos.

— Você desligou o telefone na minha cara, antes, Victória. Isso é mais algo pelo qual você deve se desculpar. Eu sou o seu marido! Você é minha mulher, minha!

— E daí? Você é o meu marido apenas no papel. E isso só porque você não assinou e e enviou os papéis do divórcio que você me pediu — Eu o lembrei com amargura — O que eu faço da minha vida, com quem eu ando, não lhe diz respeito. E você quer o quê? Desculpas. Ooooh, perdão, magnífico Lucca Mancini! Perdão, gloriosa Alice! Agora, ligue-me novamente quando for pra avisar que está enviando o meu divórcio! Estou desligando!

E assim o fiz. Maldito! Como le se atrevia a falar daquele jeito comigo? Me ligar para exigir alguma coisa?

“Minha mulher”... Uma ova!

Senti mãos quentes nos meus ombros e ao virar o rosto, dei de cara com os olhos super azuis de Henry. Ele era uma calmaria.

— Você se estressar desse jeito só faz mal pra você e para o bebê, Vicky — Ele sorriu daquele jeito que me faz sentir um calor bom no peito — Vem, senta e vamos continuar comendo. Esse neném precisa ser bem alimentado.

— Como eu posso recusar quando você pede tão bonzinho?

Henry Walsh se mostrou uma pessoa mais gentil e maravilhosa do que eu poderia imaginar. Ele era exatamente como eu pensei que Lucca era, ele fazia o que eu esperava que Lucca fizesse. Agora, logo depois de falar com o homem que fez pouco de mim, eu via claramente quem merecia uma chance.

Eu não falaria nada, ainda, até eu ter certeza absoluta. Mas se henry continuasse daquele jeito, se ele fosse como estava se mostrando, eu não tinha motivos para não aceitar abrir o meu coração para ele.

Não digo que seria rápido ou fácil, quando eu já amava um embuste, mas eu tentaria ser mais receptiva. E não era difícil relaxar ao lado de Henry.

— Você tá bem? — Ele perguntou e sorriu de lado — Tá me olhando engraçado.

— Desculpa — eu olhei para baixo e sorri, constrangida com meu comportamento. Eu não tinha me dado conta de que estava encarando Henry.

— Pode olhar o quanto quiser. Eu gosto — Ele falou e piscou, antes de levar a taça de água à boca e sorrir mais ainda para mim — Quero ser o único aos seus olhos.

O CEO arrependido - o ex-marido quer casar!Onde histórias criam vida. Descubra agora