Uma Nova Chance Para o Homem Tolo.

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Sua vida já não fazia sentido, pois não amava com a mesma intensidade a nada além de sua esposa. Todos a quem poderia amar foram mortos e decapitados no passado, quando era apenas uma criança. Seu filho Karsis, ele não poderia nem mesmo tê-lo em seus braços uma única vez, isso devastava seu coração.

Maddruk e Fritzi apanharam alguns cavalos que haviam fugido no momento do ataque e cavalgaram até a floresta. Cavalgaram rápido, mesmo que folhas batessem e rebatessem em seus rostos.

Já no meio da floresta, dentro de sua escuridão, Maddruk corria com lágrimas jorrando dos olhos. Sua visão ficou turva como sequela do choro, e enquanto tentava enxugá-la, acabou deixando o cavalo inclinar-se levemente para a esquerda. Quando perdeu um pouco do controle da direção, acabou passando despercebido ao lado de uma árvore com estranhos símbolos negros. Após isso, Maddruk sumiu da presença de Fritzi, que parou de cavalgar e não o encontrou em nenhum dos lados.

Sentiu o impacto de uma queda e foi abrindo seus olhos devagar. Ainda assim, sua visão era embaçada. Se deu conta de que fora transportado para algum lugar estranho. O sol brilhava mais calmamente entre as folhas, o vento sussurrava em seus ouvidos e podia-se ouvir o canto dos pássaros. Aquela, com certeza, não era a floresta dos morcegos.

Ele se levantou e percebeu que seu cavalo havia sumido. Ouvia o som de uma cachoeira, que tinha certeza que não ouvira antes. Era um lugar sereno e calmo. Não tinha a mesma angústia da floresta dos morcegos, e o sol até conseguia passar por entre as folhas das altíssimas árvores com mais suavidade. Havia esquilos nas árvores, e tatus no chão. Era um lugar repleto de vida. As flores tinham um cheiro magnífico, e a cachoeira soava plena, e tudo era mais bonito e puro do que normalmente costuma ser em qualquer floresta.

Uma fada da cor amarela mais brilhante que já vira pousou ao seu lado. Ela tinha um pergaminho tão miúdo quanto suas mãos.

-Com toda a licença, poderia me dizer seu nome?- disse a fada, que mesmo com uma voz doce, deu um leve susto no cavaleiro abalado.

Maddruk estava confuso com o que estava acontecendo. Os últimos tempos estavam parecendo um sonho esquisito, principalmente porque nunca vira uma fada falar.

-M-Maddruk. Sou o maior cavaleiro de... Onde eu estou?

-Sei, o maior cavaleiro de Crutz, o mais rápido, o mais forte... e essas coisas aí... Seu nome está na lista.

-Que lista?

-De pessoas que precisam de uma lição do meu mestre. Aqui está escrito: Maddruk, o maior cavaleiro de Crutz, o mais forte, mais ágil, blah blah blah...

-Lição? Você acha que pode me ensinar alguma coisa criaturinha?

-Eu não posso lhe ensinar... mas não se preocupe, Sr. Maddruk, meu mestre fará isto, apenas me siga.

-Eu não vou, estou em busca de algo...

-Pode deixar sua vingança para depois e me seguir? Você não vai conseguir muita coisa sem a ajuda de meu mestre.

Maddruk caminhou seguindo a fada brilhante, pois achou curioso o fato da criaturinha saber tanto sobre si. Quando a quantidade de árvores diminuiu, ele se deparou com um lago com águas radiantes e um velho meio corcunda. O velho guiava um cavalo para beber um pouco de água do lago. Parecia mágico, fadas voavam no alto das árvores, os peixes nadavam sem medo de serem vistos, e o cheiro de terra molhada era agradável de se respirar. Ao aproximar-se, um velho corcunda olhou para trás e o penetrou com sua visão. A fada pousou em seu ombro e cochichou algo em seu ouvido.

-Seja bem-vindo, caro Maddruk-disse o velho corcunda.

-Onde estou-perguntou.

-Está numa floresta, como pode ver claramente.-respondeu o velho.

Cálice do Destino - Conto de FantasiaOnde histórias criam vida. Descubra agora