Conturbados, os mil corações de um poeta

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"Na vasta imensidão azul do céu e do mar, do verde das folhas na primavera, ao marrom da lama após a chuva.

Conturbados, os mil corações de um poeta, dos verde das folhas na primavera, ao marrom da lama após a chuva."

Li isso uma vez, não lembro de onde, de um livro talvez, pode ser de algum poeta famoso, mas eu nunca entendi, uma criança nova de mais para palavras muito complicadas. Afinal, o que teria haver a imensidão do azul do céu e do mar, com os mil corações de um poeta?

Eu não entendia.

Até que naquele dia, quando meu coração se sobressaia em nervosismo, a cabeça conturbada, sem comer e sem beber, sentei-me próximo a uma máquina de escrever, antiga e empoeirada do meu avô.

Foi ali que surgiu, o meu primeiro coração, o primeiro coração dessa poeta.

Eu compreendi, não eram corações, eram histórias, corações eram histórias, corações eram almas que saiam das profundezas do pensar, para as pontas dos dedos, se tornando palavras e enfim...corações, criações, mundos.

Mais velha, eu compreendi, que não era poeta só aquele que fazia poesia, era aquele que dava vida a poesia, e poesia talvez não fosse simplesmente poesia, mas mundos, vidas, corações.

"Conturbados, os mil corações de um poeta", porque cada coração tem suas próprias profundezas, do verde das folhas na primavera, ao marrom da lama após a chuva.

É assim a vida de um poeta, até que os mil corações batem em só um, quanto a cabeça não consegue pensar e o coração só consegue bater.

Na imensidão de olhos, no olhar apaixonado, no toque diferente, aí sim, conturbado ficou o coração dessa poeta.

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