Capítulo 4

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Dias atuais 

Pov' Tay


As luzes da boate piscavam freneticamente, irritando meus olhos que já deveriam estar acostumados. Eu os fechei e absorvi o cheiro que vinha da pessoa que estava ao meu lado, lambendo meu pescoço enquanto me alisava por cima da roupa.

A anos estou em uma vida que considero sem volta. Quando meu coração foi destruído, eu joguei a dignidade bem longe e, decidi que nunca mais iria me apaixonar, mas eu sou tão idiota que a um ano estou ficando com a mesma pessoa: Gun. Não é que eu esteja apaixonado, na verdade, só gosto do jeito fofo que ele me trata.

Gun é mais novo que eu, mas parece bem mais velho já que eu ainda tenho o mesmo rosto de quando terminei com Time. Ele me trata como se eu fosse uma boneca de porcelana e faz eu me sentir a pessoa mais especial desse mundo, fazendo todas as minhas vontades e realizando todos os meus desejos. Mas... como nem tudo é perfeito, eu sabia que esse carinho teria um preço.

— Tenho uma pergunta para te fazer boneca.

— O que é? — perguntei curioso.

— Você é próximo dos Theerapanyakul's, certo?

— Hum — respondi meio desconfiado, já que ele nunca tinha falado sobre meus amigos.

— Eu preciso... — ele mordeu o lábio inferior, como se estivesse com vergonha — preciso de um papel que eles tem, sem esse documento eu posso estar correndo sério risco de vida.

Na hora em que Gun falou isso eu me senti mal e quis ajudá-lo mais que depressa, no entanto, não podia trair meus amigos.

— Eu...

— Você não vai estar fazendo nada de ruim para eles, esse documento não vai mudar nada na vida deles, mas para mim... É minha carta de vida ou morte.

— Posso pensar? — perguntei apertando meus próprios dedos, como sempre fazia quando estava nervoso.

— É claro, boneca. Mas... eu não tenho muito tempo, tenho um mês para entrega-lo.

— Gun... Quem são essas pessoas que estão atrás de você e o que tem nesse papel? talvez eu possa te ajudar de outra forma, minha família também é poderosa e pode colocar seguranças para te proteger.

— Boneca — Gun falou puxando meu rosto para perto e me dando um beijo doce — não posso te contar, se você souber demais também vai estar em perigo e, eu te amo demais para deixar você morrer.

Meu coração bobo deu algumas cambalhotas com aquelas palavras antes de eu me lembrar o que o amor pode fazer com uma pessoa. Automaticamente meus pensamentos voaram para Time, a pessoa que eu ainda amava apesar de já ter passado longos anos.

Por diversas vezes Time quis voltar comigo, mas eu continuei firme na minha decisão de nunca mais viver aquele inferno outra vez. Se fosse para viver de modo ruim, que fosse um ruim que eu mesmo construí.

Depois que sai da casa principal - no dia em que dei um basta na minha relação com Time - eu dirigi por horas sem rumo até bater em um carro de luxo tão caro quanto o meu. O dono do veículo percebeu que eu estava em choque e me levou até a boate dele, onde tudo era possível, como ele mesmo disse.

Eu estava tão desesperado para esquecer Time que aceitei o convite para frequentar o lugar sem pensar duas vezes. Conheci todo tipo de pessoa: de ruins a péssimas, mas não ligava para aquilo, só queria esquecer. Esquecer que eu amava Time. Esquecer as traições. Esquecer a cena que enfim acabou com meu coração.

Passei de boca em boca e de cama em cama. Usei todo tipo de toxina que prometia a sensação de alívio daquele sentimento torturante. Frequentei lugares perigosos e duvidosos e, aceitei que eu nunca mais séria feliz.

Macau e Tay - Especial MDBOnde histórias criam vida. Descubra agora