Capítulo 9

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Pov' Macau

A emoção que senti ao abraçar meu sobrinho foi maior do que eu poderia imaginar. Não me contive e chorei como uma criança perdida. Quando consegui me acalmar, olhei para os olhinhos negros que eu tanto amava e sorri.

Percebi que durante esse tempo Tay se afastou e sentou em um sofá mais distante. Eu nem sei exatamente o porquê eu queria ali, mas quando ele falou que seria o ultimo eu o puxei, sem pensar. 

Syn o chamou para perto e eles começaram a conversar. Em um determinado momento meu sobrinho disse que Tay teria que frequentar mais a segunda casa para ajuda-lo e eu automaticamente olhei Tay para ver qual seria a reposta dele. Ele deu um sorriso nada sincero e concordou, agora, mais do que nunca, eu tenho certeza que algo esta errado!

Nós nos despedimos de Syn para que outras pessoas entrassem e eu guiei Tay para ate a saída do hospital. Quando nos juntamos ao grupo, Vegas e Type estavam discutindo como sempre.

— Você já estava aqui, eu vou primeiro! — Type falou empurrando Vegas.

— Não interessa, eu quero vê-lo de novo — Meu irmão respondeu 

— Oir! Já chega vocês dois! — falei ficando entre eles — Vocês vão subir juntos. Tharn e Pete não se importam, certo? 

Olhei para as pessoas citadas, que apenas deram os ombros como se já não importassem mais em se meter na briga do meu irmão com Type.

— Eu não quero ir com você, pode ir primeiro — Type deu o braço a torcer.

— Não, você esta certo, eu já estava aqui e já falei com ele, você pode ir primeiro!

— Mas você é o pai, pode ir.

— Mas você é o padrinho...

— OIRRR, CHEGA! Type, pegue seu marido e suba. Por favor!

Type mostrou a língua para Vegas e subiu, sorrindo de orelha a orelha. Uma risadinha chamou minha atenção e eu me virei para onde vinha o som; Tay estava tampando o nariz enquanto ria, como sempre fazia quando alguém contava uma piada engraçada ou fazia alguma graça que o faria rir por muito tempo. Eu só percebi que estava sorrindo também quando Vegas me empurrou e foi para o lado de Pete. 

Minha mente viajou para os dias em que andávamos juntos. Tay sempre foi alegre e sorridente apesar de todos os perrengues que passava com sua família, que achava que dinheiro podia comprar tudo, inclusive heterossexualidade - Eles não aceitavam que o pequeno fosse gay, apesar de negociarem com os Theerapanyakul's, que não poderiam ser mais gays do que já eram.

Depois que Tay conheceu Time ele mudou; no inicio parecia que ele estava mais feliz e que havia superado o desprezo de sua família, mas, alguns meses depois ele começou a emagrecer demais, ficar mais calado e dar sorrisos falsos. Eu lembro com perfeição do dia em que ele casou, pois, eu havia voltado para Bangkok no dia anterior. 

FLASH ON 

O convite de casamento do meu amigo já estava todo amassado de tanto que eu balançava. A festa de casamento de Tay e Time aconteceria no dia seguinte e, esse foi um dos motivos de ter voltado para a Tailândia. Dentro da minha mente perturbada eu achava que já estava curado do mal chamado Porchay, e que conseguiria assistir ele sendo feliz com outra pessoa, mas, para minha completa desilusão eu não estava, pois assim que vi Chay meu coração ficou acelerado.

— Macauuuuu — o mesmo gritou e pulou em meus braços — você voltou.

— Hum. Voltei — respondi de maneira simples, abraçando-o de volta.

Quando ele desceu do meu colo percebi que ele estava chorando e perguntei o que aconteceu.

— P'Kim brigou comigo... disse que eu tinha que saber de quem eu gostava de verdade... ele... ele acha que eu gosto de você! — meu pequeno falou entre as lagrimas.

— E... Você gosta de mim?

Porchay mordeu os lábios e olhou para o chão. Meu coração deu varias cambalhotas ao imaginar que meus sentimentos poderiam ser recíprocos. 

— Eu não sei... — ele respondeu baixinho.

Uma chama se acendeu dentro de mim, iluminando a noite escura que nos rodeava, eu olhei em volta para ver se não havia ninguém por perto e puxei Porchay para perto de mim.

— Chay... - sussurrei com a boca roçando na dele - você quer saber o que sente por mim?

Porchay não respondeu, apenas fechou os olhos, e eu aproveitei para tomar sua boca em um beijo que sonhei desde quando o conheci. Nos beijamos de forma afoita, e logo estávamos sem nossas roupas, eu deitado no chão sobre elas e Porchay montado em cima de mim. Não sei quando foi que chegamos naquele ponto, mas sei que foi quente e muito... muito bom. Quando enfim chegamos ao clímax, eu olhei nos olhos de Porchay e, antes que pudesse falar alguma coisa, ele me deu um beijo na bochecha e se desculpou:

— Me perdoe, Macau... é ele... Sempre vai ser ele. 

No dia seguinte, Kimhan pediu Porchay em casamento quando ele pegou o buquê que Tay havia acabado de jogar. 

FLASH OFF 

No dia do casamento Tay estava radiante e completamente feliz, pois mudaria para a casa que ele passou meses planejando, com a pessoa que ele amava. Era como se todos os dias em que ele ficava aéreo e distante não tivesse existido. Mas, uma semana depois ele apareceu na casa de Kinn - durante um almoço - com o rostinho coberto de lagrimas e a boquinha tremendo, a partir dali ele voltou a ser a mesma pessoa apática, que sempre estava fingindo estar bem. 

Eu tentava não ligar para isso, ate porque tinha meus próprios problemas para resolver. Assim que Kimhan e Porchay casaram eu sumi novamente, para nunca mais voltar, ate agora... 

Macau e Tay - Especial MDBOnde histórias criam vida. Descubra agora