Prólogo

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• Agora •

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Agora

Senhoras e senhores — dou uma risadinha enquanto posiciono a câmera, a luz da tela refletindo em meu rosto — Estamos aqui, nessa transmissão ao vivo com o Coringa.

Me afastei um pouco, garantindo que a imagem dele ficasse nítida, capturando cada detalhe de sua expressão maníaca.

— O que tem a dizer, palhaço?

O Coringa, que antes estava com a cabeça baixa, levanta-a lentamente, seus olhos brilhando com uma loucura divertida.

Que fofinho, me tirando de Arkham só pra se vingar por alguém morto — ele solta uma gargalhada que ecoa pela sala. — Sabe, o Robin era um herói. Não sei se ele ficaria muito feliz com isso.

— O que você sabe sobre como ele se sentiria, hein? — gritei, a raiva fervendo dentro de mim. Com um movimento brusco, peguei a arma e bati na cabeça dele. O impacto fez um barulho surdo, e ele começou a sangrar um pouco, caindo inconsciente no chão.

Virei-me para a câmera novamente, o olhar fixo e decidido.

— Parece que teremos uma pausa por enquanto.

Pausei a câmera e em seguida meu celular começou a tocar.

Pausei a gravação, sentindo a adrenalina pulsar nas veias. Mas, antes que pudesse processar o que acabara de fazer, meu celular começou a tocar.

— Que porra você tá fazendo? — a voz soou, carregada de preocupação e raiva.

Droga! É o Jason.

Cinco anos atrás •

— Senhorita? — a voz de um membro da Liga chamou, interrompendo meus pensamentos.

Virei-me e vi o homem com um olhar sério.

— Sua mãe a está chamando no poço. — Ele fez uma reverência e se afastou.

Suspirei, sentindo uma mistura de curiosidade e apreensão, e comecei a caminhar em direção ao porão.

— O que houve? — perguntei assim que entrei na sala e avistei minha mãe. — Quem é esse? — Apontei para o caixão que estava no canto, um peso no ar.

— Essa é a nossa vingança contra Bruce Wayne — ela sorriu, aproximando-se com um brilho nos olhos. — É Jason Todd.

— O Robin? — minha confusão era palpável.

— Ex-Robin, já que ele está morto — ela riu, um som que ecoou de forma inquietante, enquanto gesticulava para que abrissem o caixão. — Vamos ressuscitá-lo e ajudá-lo a se vingar de Bruce Wayne.

— E por que você acha que ele vai querer se vingar do homem que o tirou das ruas? — revirei os olhos, tentando compreender a lógica por trás do plano insano.

— Porque o Batman não vingou a morte do Robin, e o Coringa continua solto. Tenho certeza de que Jason Todd vai querer se vingar.

Permaneci em silêncio, observando enquanto o corpo do garoto era colocado no poço. O ambiente estava pesado, e a ideia de ressuscitar alguém, só para instigá-lo a uma nova vida de dor e raiva, me deixava inquieta.

Minutos depois, Jason emergiu da água, mas seu corpo desmaiou logo em seguida, como se o próprio destino não quisesse que ele fosse trazido de volta.

— Levem-no para um dos aposentos — Talia ordenou, acenando com a mão.

— Mamãe? — chamei, o ceticismo evidente em minha voz. — Tem certeza de que vai dar certo? Quero dizer, e se ele não quiser fazer parte disso tudo?

— Então o mataremos novamente — ela respondeu, a frieza em sua voz cortante, antes de se virar, já perdida em seus próprios planos.

Observei minha mãe se afastar com a mesma confiança de sempre, como se tudo estivesse sob seu controle. Mas algo dentro de mim não se alinhava com aquele plano. Ressuscitar alguém apenas para transformá-lo em uma arma? Já havíamos feito coisas sombrias antes, mas isso... parecia diferente.

Fiquei parada por um momento, o cheiro do poço ainda forte no ar, observando os servos da Liga carregarem o corpo de Jason. Um ex-Robin, morto e agora renascido por uma vingança que não era dele, mas da Liga. Será que ele se lembraria de quem era? E mais importante: será que ele concordaria com a ideia de ser manipulado?

Segui os servos pelos corredores silenciosos, observando a expressão vazia no rosto de Jason. Por mais que ele estivesse vivo, sua alma parecia perdida em algum lugar distante. Uma faísca de algo novo começou a crescer dentro de mim, uma dúvida que até então eu havia ignorado.

Assim que eles o colocaram na cama de um dos aposentos, aproximei-me. Ele parecia vulnerável, frágil até, o que contrastava com a força que a lenda do Robin carregava. Jason Todd não era apenas uma arma. Ele era alguém.

Passei a mão pelo seu rosto frio, tentando sentir algum traço de vida verdadeira ali.

— Jason Todd... — sussurrei, mais para mim mesma. — O que eles fizeram com você?

O ar ao redor estava pesado, e o silêncio na sala parecia gritar. Olhei para ele uma última vez antes de sair do quarto, mas uma ideia não saía da minha mente: talvez ele não fosse a arma perfeita que minha mãe esperava. Talvez Jason Todd fosse algo muito mais perigoso.

E eu precisava descobrir o quanto antes.

Monster | Laila Al GhulOnde histórias criam vida. Descubra agora