Quatro dias haviam se passado desde que me mudei para Pyeongchang. Junto com minha irmã, Somi, estávamos determinados a desvendar os segredos que envolviam nossos estranhos vizinhos. Todas as noites, ao cair da noite, nos posicionávamos junto à janela, observando-os adentrarem a densa e escura floresta que circundava nossas casas. Seriam caçadores? A ideia parecia absurda, afinal, quem em sã consciência se aventuraria na floresta à noite?
Enquanto nos envolvíamos nessa busca por respostas, a vida cotidiana seguia seu curso. Meu pai, incansável como sempre, havia conseguido nos matricular em uma escola local. Com dezoito anos recém-completados, eu estava prestes a finalizar o último ano do ensino médio, com apenas alguns meses separando-me da faculdade. A pressão para tomar decisões sobre o futuro aumentava a cada dia.
Naquela noite, porém, não consegui manter meu ritual de observação dos vizinhos. O despertador tocou cedo, obrigando-me a levantar antes do amanhecer para me preparar e pegar o ônibus escolar. A rotina matinal foi marcada por uma mistura de expectativa e ansiedade enquanto me preparava para enfrentar meu primeiro dia na nova escola.
Ao entrar no ônibus, fui recebido por uma cena reconfortante. Os adolescentes, longe de serem tão estranhos quanto os vizinhos, compartilhavam risadas e conversas animadas, imersos em seus próprios mundos digitais. Aquela visão trouxe um lampejo de esperança, alimentando minha expectativa de uma vida normal em Pyeongchang.
A viagem até a escola passou rapidamente, e logo me vi diante dos portões da instituição. A simplicidade da estrutura contrastava com a agitação dos alunos reunidos em frente ao prédio, uma cena familiar que me trouxe certo conforto. No entanto, a sensação de ser o novato despertou uma pontada de desconforto, acompanhada pela inevitável atenção que me seria concedida.
"Pelo menos eles não são estranhos", murmurei para mim mesmo enquanto entrava na escola timidamente. A jornada em busca de respostas sobre os vizinhos misteriosos podia esperar; por enquanto, minha prioridade era me adaptar à minha nova vida em Pyeongchang
Ao entrar na escola, segui em busca da coordenadora, conforme orientado por meu pai. Não demorou muito para encontrar uma mulher de cabelos escuros presos em um rabo de cavalo firme, Kang Min-ji, como indicava a plaquinha em sua mesa.
─ Olá, bom dia. Você é a Kang Minji? ─ Perguntei, limpando a garganta enquanto a observava.
─ Oh, sim. Você deve ser o aluno novo, Jeongguk, certo? ─ Ela respondeu, levantando lentamente os olhos para me observar.
Assenti com a cabeça, confirmando minha identidade. Kang Min-ji se levantou rapidamente e caminhou até a porta, chamando alguém com urgência.
─ Ei, San, garoto! ─ Ela chamou, fazendo-me recuar para poder ver quem era. Meus olhos se fixaram em um garoto alto, forte, pálido e com olhos estranhamente vermelhos. Engoli em seco, sentindo-me intimidado pela sua presença.
VOCÊ ESTÁ LENDO
The house next door (kth+jjk)
VampireApós o divórcio amigável de seus pais, Jeon Jeongguk se vê obrigado a deixar para trás sua cidade natal, Busan, e se mudar para Pyeongchang, uma pequena cidade isolada e gelada, onde passará a viver com seu pai e irmã mais nova, Somi. Sozinho e sem...