Imperativo Biológico | Destiel ABO

Capítulo 21: Deixado sozinho

A aula estava indo muito bem, pensou Castiel. Havia certas vantagens em ser um dos alunos mais velho da sala. Ele não estava se importando com o drama mesquinho que parecia afetar tantos estudantes universitários, aprendeu com sua experiência de quase uma década de vida adulta a se cuidar de si mesmo.

O professor parecia apreciar sua contribuição em sala de aula e, embora o curso fosse desafiador, havia algo de gratificante em assistir as aulas sabendo que isso iria beneficiar diretamente no seu currículo.

Ele saiu do campus com um caderno em mãos e a cabeça cheia, mas o exercício mental valeu muito a pena.

Castiel tinha muitas horas livres antes de ter que ir buscar Samandriel na escola, então, depois de pegar Ben na creche, ele resolveu vagar pela cidade, indo pela biblioteca e passando pelo supermercado para pegar alguns ingredientes para tortas.

Já fazia um tempo que ele não preparava uma torta para Dean — sua agenda simplesmente não lhe dava tempo. Ele tinha certeza de que teria uma oportunidade nos próximos dias, e o seu coração se aqueceu ao imaginar o rosto do marido se deliciando com a sobremesa recém feita.

Castiel foi um dos primeiros pais a aparecer fora da escola Carver Edlund para buscar Samandriel. Seu filho já havia reunido um pequeno grupo de amigos — gritos dizendo “tchau, Alfie!” soou pela janela enquanto seu filho corria até o carro.

— Alfie? — Castiel perguntou com um sorriso enquanto seu filho se acomodava no banco de trás.

— Samandriel é muito longo, e é um nome esquisito — ele respondeu seriamente. — Alfie é mais legal.

— Claro. Que pergunta boba essa minha. Tudo é sobre ser legal, ne?

— Não é, — Samandriel respondeu, revirando os olhos com exasperação, — mas ser legal significa que mais pessoas vão trocar fichas com você quando você ganha nojeiras no almoço.

Castiel balançou a cabeça, saindo cuidadosamente do estacionamento. Dirigir era, ao mesmo tempo, familiar e estranho — Dean poderia provocá-lo o quanto quisesse por ser cauteloso, mas ele não se daria ao luxo de destruir um carro novo, ou mesmo um carro usado, especialmente com os seus filhos no banco de trás.

O ômega franziu a testa quando entrou na garagem, estacionando ao lado do Impala. Dean não deveria estar em casa ainda. Faltava pelo menos uma hora e meia para o fim do seu turno, isso sem levar o tempo que levaria para fazer a viagem.

Balançou a cabeça — perguntaria a Dean quando o encontrar — deu meia volta para o lado do carro, desafivelando Ben de sua cadeirinha.

— Vamos, Samandriel — ele chamou, ajustando o bebê em seus braços e indo até a porta da frente.

A porta estava trancada. Isso foi estranho para ele. Dean nunca trancou a porta quando estava em casa, não até todos da casa estiverem indo dormir. Com uma não, Castiel enfiou a chave na fechadura e abriu a porta.

— Dean? — ele chamou, arrastando os pés no tapete de boas-vindas.

A secretária eletrônica tocou ociosamenre na sala de estar e Dean não respondeu. Talvez o Impala estivesse com defeito, pensou Castiel. O outro ômega provavelmente pegou carona com um colega de trabalho. O que era um pensamento intrigante, levando em conta a atenção e cuidado dado por Dean naquele carro, mas por ser um modelo mais antigo, o cuidado era justificável.

Ele enxotou Samandriel pela perta e montou o cercadinho para Ben na sala de estar, deitando o bebê de costas.

Ele olhou para a secretária eletrônica, cada bibe alto e desamparado na casa silenciosa. Foram três mensagens perdidas. Era estranho, mas não inédito. Castiel apertou o botão, encostando na parede.