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E Ariel sorriu tristemente antes de começar a narrar a longa história daquela vida

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E Ariel sorriu tristemente antes de começar a narrar a longa história daquela vida.

— Era uma vez um anjo, porque normalmente as histórias sempre começam com "era uma vez", um anjo da guarda, para ser mais exato, o qual foi escolhido para ser o protetor de uma criança. Ela era fofa, olhos azuis tão claros e cativantes, uma linda menininha de cabelos louros — Começou ele.

— Minha mãe? — Edith perguntou, e Ariel assentiu.

O ambiente estava agradável, o ar fresco, quente e gelado, era uma das melhores sensações para Edith, que escutava cada palavra atenta.

— E ela foi crescendo, estudando, conquistando amigos. Como é a vida de todos os seres bons. Nascem, crescem, e se vão. Tudo estava indo bem, porém, quando ela tinha quatorze anos, um acontecimento mudou o rumo da sua vida tranquila e alegre: ela viu os pais morrerem.

Ariel pareceu triste ao lembrar, entretanto, continuou sua história. Edith lembrava que sua mãe havia contado sobre a morte dos pais, agora ela havia perdido sua mãe também.

— Eu lembro como se fosse ontem — A voz de Ariel ficou embargada, e ele fitou a linha do horizonte —, a menina levantou do chão e correu para os pais, ela começou a chorar e tremer, e eu não consegui manter a lei de não me deixar ver, pois eu vi um colega, o anjo da morte, guiando os pais dela, não podia atrapalhar seu trabalho, assim como não podia deixar a menina chorando ao lado dos corpos físicos, eu me mostrei para ela e a abracei. Ela me olhou encantada, mas triste. Abraçou-me e chorou.

— Eu imagino o quanto ela estava sofrendo — Edith disse, pensando no corpo de Beatrice se desvanecendo em névoa.

— Não se prenda à carne, pense na alma, pois ela é o que define sua mãe, não o corpo mortal... aquele demônio que você viu, Edith, queria desestabilizá-la quando destruiu a casca mundana da sua mãe — Ariel retrucou, sabendo do que a filha falava — Sua mãe está viva, apenas não mais no plano material.

— Eu sei, mas me dói pensar que não vou vê-la por um bom tempo... , — Edith comentou, tristemente — mas, e daí? O que aconteceu depois da morte dos meus avós?

— Depois daquele dia, ela foi levada para morar com os tios por parte de pai, Joana e Gabe. Os anos foram se passando, e, mesmo ainda existindo a saudade, ela continuou. Eu falava com ela, cantávamos e brincávamos. Quando ela estava entrando na faculdade, virou amiga de outro jovem, Oliver, e os dois começaram uma bela amizade, ele gostava dela mais do que um amigo, e eu senti isso, fiquei com ciúmes, mesmo sem saber que era esse sentimento naquela época, era somente uma agonia vê-la ao lado do garoto ruivo e bonito. Bea não correspondia ao sentimento do garoto, e um dia... a beijei.

Ariel, por mais divertido que pareça, enrubesceu, como se falar aquilo para a filha fosse um pouco vergonhoso. No entanto, Edith achava aquilo romântico, sem entender a gravidade.

— Simplesmente não sei o que aconteceu comigo. E ela correspondeu a mim. Confesso que fiquei assustado com o que fiz, não deveria ter feito. Entretanto, no céu, não houve palavras e continuei com ela. E um dia nós... passamos do juízo. Não pensei que chegaríamos a tal ponto. Era totalmente proibido. Eu não podia ter feito aquilo, mas eu a amava, eu sentia que sem ela nada mais fazia sentido, ela que me guiava agora, não o contrário. Nós nos distanciamos um pouco quando se tratava do toque, do beijo, do carinho, ficamos com medo. E então, assim que terminou a faculdade, me contou que esperava você. Ela me chamou, chorando, estava com medo, principalmente tratando-se de como criaria o bebê sendo eu alguém distante de sua realidade.

Asas & Dentes | CONCLUÍDOOnde histórias criam vida. Descubra agora