Edith foi recebida por Grendow, que abriu a porta e encontrou a menina com o rosto vermelho e os olhos inchados de tanto chorar. O amigo anjo levou a jovem para entrar e após, ela abraçou a cintura de seu amigo, por um segundo, ele só ficou parado, tentando entender o que estava acontecendo, e então retribuiu o abraço. Ele não pôde ir atrás da moça por problemas que teve que resolver com Lilayh, mas sentiu toda a agonia que ela sentia. Não poder ajudá-la partiu seu coração.
— Calma, Edith, vai ficar tudo bem — Grendow tentava dizer palavras reconfortantes, mesmo que não dominasse a arte. Aos poucos a garota parou de chorar e foi recuperando a respiração regulada.
— Não vai ficar bem — disse ela, com a voz sendo abafada pelo peito de Grendow.
— Conte para mim o que aconteceu, sei que alguma coisa ruim aconteceu, mas não pude ir ajudá-la, fui impedido, me conte — pediu ele, fazendo-a sentar em um banco no canto do cômodo. A garota respirou fundo, levantou a cabeça e percebeu a preocupação nos olhos azuis do amigo. As imagens não saíam da cabeça. As vozes haviam se tatuado em sua mente.
— Eu... o encontrei... eu o beijei... eu... — disse ela, com a voz fraca, apenas soltando comentários que lhe vinham à mente.
— Conte-me mais, quem? — perguntou ele, com calma.
— Meu caçador... eu o encontrei. — respondeu ela.
— Encontrou? — Grendow parecia muito assustado.
— Bem mais que isso...
— Como assim?
— Eu comecei a gostar dele — Edith dizia cada palavra com dor, com decepção. Grendow inspirou o ar rapidamente, olhou confuso, esperando uma melhor explicação. Como a nefilim havia se apaixonado logo pelo Príncipe das Trevas? O filho de Khazra? E como ela o encontrou? E como ela continuava viva? Eram muitas questões, e uma se destacava: como não percebeu antes — Ele... não sabia que eu era a sua "presa".
— Não? Isso é impossível — Grendow olhava, irônico, afinal há um sexto sentido no caçador.
— Não, ele estava com Ricardo, um garoto da escola. Que pelo visto descobri que não é seu nome, e, sim, Abigor. Eles conversaram e... e eu não entendi muita coisa — Ela parecia perdida, confusa em seus pensamentos.
Grendow franziu o cenho.
— Como é esse garoto?
— Ele é louro com — Edith lembrou-se da imagem do jogador e do momento da conversa — Olhos de cor cobre.
— Não fisicamente, quero dizer, você sentiu uma aura ruim? — Grendow balançou a cabeça.
— Se aura ruim significa "quero fugir daqui agora", então sim — confirmou ela.
— Entendo.
— Nathan o chamou de Abigor — Grendow pareceu refletir um pouco sobre o nome. — Eu posso ver se você deixar — disse aproximando as mãos do rosto de Edith. — Relembre dele.
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Asas & Dentes | CONCLUÍDO
FantasyE quando você simplesmente não sabe em quem confiar? Quando todos ao seu redor escondem segredos obscuros? Edith acreditava que todos tinham seus segredos, mas alguns eram muito além do comum. Sabe-se que o destino sempre prega peças e em seu caso m...