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Assim que seu corpo se acostumou com o ambiente, ou seja, quando ela parou de vomitar tentou caminhar, a perna doía, porém já estava curando

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Assim que seu corpo se acostumou com o ambiente, ou seja, quando ela parou de vomitar tentou caminhar, a perna doía, porém já estava curando. Os ombros ardiam como se tivessem jogado uma garrafa de água oxigenada em cima do ferimento. Em passos lentos ela virou uma curva entre o carreiro de terra escura como carvão. Encontrou uma pedra, não era nada de mais, apenas uma pedra escura, e se encostou nela.

Ela passou os olhos pelo lugar, havia uma montanha na qual uma escadaria foi esculpida, cheia de caveiras, ela seguia para um templo onde havia luz. O primeiro pensamento de Edith foi que era uma saída. Precisava subir até aquele templo de colunas delgadas e escuras em formato de ossos gigantes, escuras e brilhantes como obsidiana, entretanto seu corpo dolorido não colaborava.

Ao virar a primeira curva já encontrou um demônio. Não era muito diferente dos outros, sem pelo nenhum, sem melanina, vestindo uma armadura de algo que parecia pele. O detalhe é que ele estava cheirando o ar, balançava a cabeça e resmungava, estava de costas quando Edith passou vagarosamente, ele parou repentinamente e virou para ela. Cheirava, porque no lugar dos olhos havia somente as órbitas vazias e escuras, rosnou para a jovem, não precisava ver para saber que havia um ser de luz a sua frente.

— Anjo! — gritou ele correndo em direção a Edith com uma espada curta de cabo de osso na mão. Edith resmungou alguns palavrões mentais e se pôs a correr mancando.

Ela virou algumas curvas e quando teve oportunidade se agachou em uma das esquinas, e quando o demônio virou a curva ficou com a espada prateada fincada em seu peito. Ele se desfez, suas cinzas caíram. Edith achou que havia acabado, entretanto as cinzas começaram a se mover e se juntar.

A jovem não ficou ali para ver o resultado, percebeu que eles se refaziam. Esgueirou-se por outros caminhos, chegou a cruzar uma ponte onde um rio de lava passava logo abaixo. Então se sentou para recuperar o fôlego e concentrou-se nas feridas, para tentar curá-las. Quando sentiu que a pele estava se fechando soltou um som de estranheza. Não tinha certeza se funcionaria. Ficou de pé e conseguiu andar normalmente. Bem a tempo.

— Ali! — ouviu um grito.

Um grupo de pelo menos sete demônios armados corriam pela ponte e correr foi algo que ela decidiu fazer também. Em direção à luz que viu do local onde caiu. Correu tanto sendo perseguida que nem percebeu a aproximação do templo. Agora ela conseguia ver melhor o lugar. O que ela viu era apenas a entrada. Esculpido na pedra havia um gigantesco castelo. Um castelo feito de ossos. Ela correu até o começo da escada e esperou alguns segundos para ver se ainda estava sendo seguida. E estava. Eles se separaram formando um meio círculo em volta da entrada e agora, para sobreviver, ou Edith subia, ou subia.

Os demônios deram gritos de guerra e ergueram suas armas enquanto corriam em direção de Edith. Ela manteve o ritmo acelerado para subir a longa escadaria. Assim que alcançou o topo sentia que tinham sambado em seu peito e suas pernas estavam fraquejando. Já não ouvia o som dos perseguidores. Ali em cima era tudo silencioso. Não havia o som dos martelos, dos gritos. Tudo estava quieto demais.

Asas & Dentes | CONCLUÍDOOnde histórias criam vida. Descubra agora