Tive que ir

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Bianca estava em casa e se preparava para dormir, deitou na cama, não demorou muito a pegar no sono.

Horas depois acordou depois de um pesadelo que não se lembrava muito apenas acordou assustada.

De imediato se lembrou de Maria Eduarda, lembrou de todos os dias quando a visitava e não havia sinais de melhora e o quanto era frustrante ir embora e pensar que a noite voltaria e ela estaria ruim, sedada

Será que ela estava bem? Como poderia ser assim? Tantos dias pedindo pra Deus para que ela melhorasse e quando melhorou ela foi rude levada por coisas de momento

Olhou o relógio da parede que marcava 21:45

Do outro lado da cidade Duda estava adormecida, Michelle estava ao lado dela se preparava pra ir embora, a febre ainda não tinha passado mas tinha que ir pra casa

A enfermeira mediu a febre e a tranquilizou dizendo que tinha abaixado então ela se foi.

Michelle não viu quando Bianca chegou, assinou o termo na recepção e subiu para o quarto.

Ao entrar no quarto viu três enfermeiras ao lado da cama e pareciam trocar Maria Eduarda o que ela achou estranho.

— Boa noite

Uma das enfermeiras a cumprimentou

— Boa noite... Aconteceu alguma coisa?

— Ah nada demais, ela está com febre e tem suado muito, estamos trocando a roupa molhada

— Ok

Bianca ficou no canto olhando, Duda dormia enquanto as enfermeiras tiravam o avental do hospital, não havia nada por baixo daquele tecido e ela se sentiu incomodada que tantas pessoas estivessem vendo o corpo da esposa.

Tentou manter o controle, logo colocaram outro e também trocaram as roupas de cama, nesse momento viraram a moça e ela acordou dizendo algo incompreensível.

Duda abriu os olhos devagar, a luz estava apagada e o quarto só tinha iluminação dos abajures, piscou os olhos várias vezes observando a silhueta da mulher a sua frente, muito perto da cama Bianca olhava esperando que ela acordasse totalmente.

— Bianca?

— Oi Maria

— Que horas são? Porque está escuro?

— É noite, vai dar 23 horas

— Aconteceu alguma coisa?

— Vim ficar essa noite aqui com você

Duda se sentou rápido sem acreditar

— Sério? Não, eu acho que estou delirando. É a febre

— Não está, sei que disse que eu não vinha, mas duas noites é um bom castigo

— Acende a Luz

Bianca acendeu a Luz do quarto e Duda continuou a encarar ela

— Tá tudo bem?

— Não né? Tô num hospital com febre, tô internada a dias

Bianca sentou ao lado dela na cama, tocou o pescoço dela e a testa

— Sim, ainda está com febre

— Mas se a febre passar terei alta amanhã

— Sério? — Bianca perguntou e a abraçou — Que maravilha

— Nossa parece que ficou feliz com a notícia

—- Lógico

— Não é você que não era submissa?

— Não sou mesmo, não fiz  o que você queria quando pediu pra eu ficar aqui o dia todo

— Realmente — Duda se deitou e olhou para o lado — Mas está aqui contra a vontade?

— Não

— Está aqui porque eu pedi?

— Estou aqui por que eu quero!

Duda ficou em silêncio

— O que te incomoda Maria?

— Saber que você só demonstra algum sentimento por mim se eu tiver ruim, é só eu melhorar pra você voltar a ser a Cascadura de sempre

— Ham??

— Quando tava ruim você tava boazinha e vinha todo dia, melhorei você voltou a ser como antes. Dei febre tô aqui moribunda e você volta

— Não sabia sobre a febre, eu quis vir

— Você nunca vai me dizer o que disse quando estava sedada, não é mesmo?

— Você ouviu?

— Sim

Ela a estava colocando contra a parede e Bianca odiava esse tipo de situações, felizmente Duda ficou quieta e minutos depois dormiu... Devia ser efeito de remédios, ela suspirou e sentou naquela poltrona que já era familiar

Por você Onde histórias criam vida. Descubra agora