Capítulo 11: Falsidade ou honestidade?
— Talvez faça muito tempo que Taehyun e Beomgyu tenham sumido. — Yeonjun custou a dizer, girando mais um copo de bebida alcoólica e o virando na garganta, esboçando uma careta por conta da queimação. — Nós não deveríamos estar preocupados?
Kai entortou o nariz. Desde quando o que Beomgyu fazia ou deixava de fazer era de sua conta? A imprudência e insanidade dele não era novidade.
— Não. — revirou os olhos, finalmente se levantando. — Beomgyu é bem grandinho, e Taehyun também. Seja lá o que estão fazendo, não é da nossa conta.
Soobin notou o clima acirrado que se formou entre ambos os rapazes, deixando somente Wooyoung do lado de fora dessa grande redoma de fogo. Dos olhares saíam faíscas, a antipatia estava presente em cada ato. Podia até mesmo jurar que Kai ameaçava Yeonjun em silêncio.
Não queria a presença dos rapazes do subúrbio.
— Vocês querem dançar? — resolveu perguntar, abrindo um sorrisinho convincente. Incentivou Wooyoung tocando em seu ombro, se levantando e balançando o corpo. — A noite está linda para...
— Para matar uma pessoa. — Yeonjun bufou, desviando o olhar de Huaning. — Mas, por mim, tudo bem. — forçou um sorriso curto. — Não estamos fazendo nada mesmo, certo?
Saiu na frente, louco mesmo era para dar um fora dali. Kai era tão desagradável quanto San, farinha do mesmo saco, não sabia como diabos Soobin conseguia ser amigo deles. Se bem que San estava longe de ser um amigo e desconfiava o mesmo de Kai. Aquele garoto faltava o expulsar, era evidente que queria ficar sozinho com Soobin, porém não era como se Yeonjun de alguma forma tentasse impedir isso.
Tentou desviar seu foco, esquecer dos últimos dois e, sei lá, rir do nome das bebidas chiques que acabava lendo no painel do bar. Chegou mais para perto de Wooyoung para que os dois pudessem fazer isso juntos; ele estava desanimado, mas não poupou sorrisos ao melhor amigo que, de longe, realmente estranhava aquele novo universo. O valor de cada coisinha ali valia um rim — palavras do próprio Yeonjun — e ele nunca tocou em um copo tão caro. Tinha o quê? Diamante? Desconfiava que sim.
Não enxergava necessidade em se gastar tanto em um único ambiente, mas para quem tem dinheiro esse era só mais um pequeno detalhe. Kai o olhava estranho a cada vez que ria do nome das bebidas, sendo prontamente ignorado.
Porque Yeonjun, de longe, não se importava com ele ou com o que pensava.
— Olha o nome daquela... — apontou, tentando reprimir a risada, quase falhando. — Esses ricos não sabem mesmo escolher nome para bebidas. — esperou ser acompanhado pelo Wooyoung, o que não aconteceu. Franziu o cenho, afinal ele sempre estava junto naquela de 'ser idiota'. Não que não admitisse seu amigo tomar as próprias decisões, ter as próprias sensações, não era nenhum Choi San da vida, mas o comportamento dele estava estranho desde o início e era infindável continuar fingindo que nada estava acontecendo.
Não estava tudo bem, e concluiu isso ao focar seus olhos nos sem foco do mais velho. A mira estava perdida, opaca, quase morta. Wooyoung parecia estar ligado no automático, e só estava se esforçando para continuar naquele lugar cheio de gente quando na verdade apenas queria um cantinho para ficar sozinho. Percebeu o olhar propagado de Yeonjun, e o seguiu até um ponto mais isolado, onde o barulho não estivesse tão concentrado.
Reprimiu um suspiro.
Os músculos tencionaram.
— O que aconteceu? — os cílios negros e curvados que ornamentavam as orbes de Yeonjun se estenderam ainda mais numa penumbra insignificante enquanto ele pestanejava, parecendo sonolento.
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TRUST FUND BABY | YEONBIN
FanfictionEra do tipo que vivia em uma bolha que o impedia de ver a realidade o qual todos viviam. Pois, na verdade, seu mundo era diferente e, tipicamente o ideal para qualquer adolescente da sua idade. Após sua família falir, Soobin ganha a missão complicad...