Capítulo XII - Harry

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Mel acordou em um quarto que não conhecia. As paredes era revestidas por um papel de parede azul escuro com várias estrelinhas e os móveis e estantes eram brancos. Pela janela entrava um raio de sol que escapava por entre as cortinas azuis escuras e iluminava o macio cobertor que estava por cima de Mel.

Seu corpo estava dolorido, mas sua cabeça não latejava tanto quanto no dia anterior. Ela não sentia mais aquele calor febril, mas sentia um calor na sua mão direita, a mão que Harry segurava.

Ao olhar para o lado, viu Harry sentado no chão, dormindo com a cabeça encostada na beirada da cama. Ele era bonito até dormindo, pensou Mel. 

Ela gostava muito de Harry, ele era um de seus melhores amigos, mas ultimamente o sentimento dela em relação a ele foi ficando diferente... Além de amá-lo como amigo, Mel o amava como garoto. Aqueles olhos azuis a hipnotizavam e ela desejava poder sempre ver aquele sorriso lindo que brotava no rosto dele. Mel estava começando a conhecer o significado de se apaixonar.

Não demorou muito para Harry acordar. Ele coçou os olhos, se espreguiçou, e só então percebeu que Mel estava acordada.

- Bom dia, Harry.

- Bom dia! - disse ele se levantando e sentando na cama. - Como você tá? Um pouco menos de dor?

- Minha cabeça não dói mais... Meu corpo ainda dói, mas não tanto quanto ontem - respondeu ela, enquanto Harry conferia sua temperatura.

- Que bom... Sua carinha já tá melhor que ontem. Mas, você deve estar com fome, eu vou lá embaixo buscar alguma coisa - e ele se levantou para descer.

- Harry - chamou Mel, e o outro parou e olhou para ela. - Eu tô meio confusa... Eu não sei se tudo o que eu lembro de ontem é verdade, se tem coisa que aconteceu e eu não lembro...

- Me conta o que você lembra - disse Harry, se sentando. 

- Eu lembro da gente indo pro Ministério, lembro dos Comensais da Morte e da tal profecia, que inclusive eu não entendi nada sobre ela.

- Fica tranquila que isso eu também não entendi.

- Alguma hora alguém explica pra gente, eu espero. Depois, eu lembro de muita correria, do pessoal da Ordem chegando, do Dumbledore, do Voldemort, do Dumbledore levando a batalha com o Voldemort lá pra fora... E do Lucius me parando pra conversar com ele. 

- Você lembra da conversa?

- Lembro... Ele me disse coisas horríveis. Tudo bem que eu também disse coisas ruins pra ele, mas ele disse que me amava. Eu pelo menos não menti - disse ela, sem olhar para Harry e com as mão inquietas entrelaçando uma na outra.

- E você lembra do... Do Cruciatus?

- Foi a pior dor que eu já senti. E pior, parecia que não ia acabar nunca. Eu implorava pra ele parar, mas ele não parava. Se não fosse aquele Expelliarmus, eu teria implorado pra ele me matar ou fazer qualquer coisa pra dor parar - ainda sem olhar para Harry, Mel sentiu lágrimas quentes escorrendo por suas bochechas.

- Mel - disse Harry pegando as mãos da menina, e esta olhou para ele. - Agora tá tudo bem. Já passou, seu pai deve estar preso agora.

- Eu tô com medo, Harry - disse ela, chorando. - Vocês costumam dizer que eu não tenho medo de nada, mas não é verdade. Dele eu tenho medo.

Harry abraçou a amiga e ela chorou um pouco. Depois, ele disse:

- Eu te prometo que ele nunca mais vai te fazer mal algum, e se tentar sequer chegar perto de você, a surra vai ser pior do que a que ele levou do Sirius ontem. 

- O Sirius bateu nele? 

- E não foi pouco. Quando eu e o Remus chegamos, o Lucius estava desacordado, sangrando no chão. 

- Nossa... eu não sabia. E o Dumbledore e o Voldemort? Ficou tudo bem?

- Voldemort conseguiu fugir... Mas o Ministro o viu antes. Pelo menos de louco eu não vou ser taxado mais. Mas agora, nós temos uma guerra pela frente. 

Em Busca da Ordem da FênixOnde histórias criam vida. Descubra agora